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A questão central das eleições alemãs é a transição energética

A questão central das eleições alemãs é a transição energética
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De Hans von der BrelieElza Gonçalves
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Os grandes partidos são favoráveis à energia solar e à energia eólica. Mas a burocracia e os protestos de moradores atrasam a mudança.

A questão central das eleições alemãs é a gestão da transição energética. Os grandes partidos são favoráveis à energia solar e e à energia eólica. Mas, a burocracia e os protestos de moradores locais atrasam as mudanças.

O próximo governo alemão terá de implementar medidas para tornar o país neutro ao nível das emissões de gases, até 2045, um objetivo inscrito na lei. Em entrevista à euronews, o gerente de um parque eólico, em Rhön-Grabfeld, zona rural no norte da Baviera, resumiu as dificuldades associadas à criação de parques eólicos: batalhas políticas intensas, pedidos de autorização demorados e ações legais interpostas por moradores.

A Baviera introduziu uma regra chamada 10-H. Quando se instala um parque eólico, é necessário manter uma distância das casas equivalente a dez vezes a altura das turbinas. Erich Wust considera que vai ser preciso rever a legislação do setor depois das eleições.

“Se quisermos favorecer as energias renováveis, temos que remover todos os obstáculos. Em particular na Baviera, é preciso acabar com a regra _10-H, _o mais rapidamente possível. Essa regra é a razão pela qual não houve licenças para um parque eólico na Baviera, nos últimos dois anos”, explicou à euronews Erich Wust, diretor da empresa Wust-Wind &Sonne.

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Erich Wust, gestor de um parque eólico na Alemanhaeuronews

Batalhas judiciais, uso da terra, proteção dos pássaros

Alguns moradores rejeitam as turbinas em nome da proteção dos pássaros, outros receiam a exposição ao ruído excessivo e há também conflitos em torno do uso da terra. "O nosso município já não pode planear novas áreas residenciais devido ao projeto de construção de dois parques eólicos. O resultado é que não posso comprar lotes para construir”, afirmou Hubert Warmuth, responsável do conselho municipal de Wargolshausen.

“Houve mil e setecentas pessoas que am a nossa petição. 80% dos habitantes de Wargolshausen são contra as turbinas eólicas", afirmou Monika Zimmer, residente local.

“Ficaremos totalmente cercados por turbinas eólicas, cada uma com 200 metros de altura. Sentimo-nos oprimidos”, sublinhou Stefan Reinhart que milita contra os parques eólicos em Wargolshausen.

"Temos medo que as nossas casas percam valor, quando as 23 turbinas eólicas forem instaladas", afirmou Julia Diller, residente em Wargolshausen.

Falta consenso e debate público

Ao nível dos partidos, tanto os Verdes como os Conservadores propõem a instalação de turbinas eólicas em dois por cento do território. Por seu turno, os Sociais-democratas e os Conservadores concordam em reduzir de seis anos para seis meses o prazo de obtenção de uma autorização.

Em Wargolshausen, há uma batalha istrativa que dura há dez anos. O último contratempo legal obrigou a empresa que gere o parque eólico a substituir equipamentos modernos de baixo ruído por outros mais antigos.

"Queimámos seis milhões de euros com este projeto. Isto não pode continuar assim. No futuro, vai ser preciso confiar na política energética. Quase todos os partidos colocaram esse objetivo nos seus programas. As autoridades devem acelerar a tomada de decisões. É precisoconfiança porque a transição é necessária. O que aconteceu aqui foi um desastre. Precisamos de políticos com uma coluna vertebral forte e assertividade para evitar este tipo de dilema”, frisou Jurgen Ruth, investidor do parque eólico de Wargolshausen.

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Raimund Kamm, Associação das Energias Renováveis da Bavieraeuronews

A pressão do lóbi do gás natural

Raimund Kamm defende os interesses dos produtores de energia renovável e afirma que, no ado, os partidos do governo estavam intimamente ligados ao lóbi do carvão. Para o próximo ciclo legislativo, Kamm identifica um problema semelhante.

“Hoje, em 2021, o principal objetivo da indústria de gás natural é interromper a transição energética. O lóbi do gás exerce uma grande influência e isso é perigoso. Temos que acabar com o jogo dos políticos ligados a esse lóbi. Devemos atribuir-lhes as culpas porque eles são os poluidores do clima. Não podemos voltar a perder quatro anos”, afirmou Raimund Kamm, representante da Associação de Energias Renováveis da Baviera.

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Kerstin Mertens, Sociedade Protetora da Floresta de Ebersberger, na Bavieraeuronews

Novas formas de participação pública

Em Ebersberg, houve uma votação sobre a instalação de turbinas eólicas na floresta estatal, longe das casas. Houve campanhas de informação e sensibilização sobre a redução dos níveis de CO2. Os cidadãos foram consultados. A maioria votou a favor dos parques eólicos.

“O distrito de Ebersberg quer atingir a neutralidade climática até 2030. No futuro, as fontes de energia serão os painéis fotovoltaicos e as turbinas eólicas. É a única forma de fazer a transição energética", afirmou Manuel Knecht, da Agência da Energia de Ebersberg.

Ebersberg possui uma das maiores florestas da Baviera. As turbinas eólicas ocupariam apenas uma pequena parte da floresta. Mas há pessoas que não aceitam o voto público e preparam ações judiciais. "Quando os morcegos se aproximam das pás, a baixa pressão atmosférica estoura-lhes os pulmões”, explicou Kerstin Mertens, da Sociedade de Proteção da Floresta de Ebersberg.

“Aqui vive o urubu, uma espécie rara de abutre, altamente protegida. Há um risco de colisão com as pás. É aqui que elas se reproduzem e restam apenas alguns casais. Cada vítima da colisão seria uma enorme perda", acrescentou Benedikt Sommer, que é contra a instalação de turbinas na floresta.

O papel da transição energética na preservação da vida selvagem

Mas há também quem chame à atenção para a urgência de lidar com a crise climática.

"Será que queremos proteger cada morcego? Ou queremos proteger a espécie? Aumentar o uso da energia eólica é um contributo ainda mais importante para a conservação da vida selvagem", frisou Lea Steiner, estudante de geografia que integra a comissão distrital de energia, onde se desenvolvem propostas para tornar as metas de redução de CO2 compatíveis com os pontos de vista dos cidadãos locais.

"Na Alemanha, neste momento, existem cerca de 30 mil turbinas eólicas. Se levarmos a sério a transição energética, incluindo as necessidades de energia da indústria, precisamos do dobro ou do triplo da energia eólica”, afirmou Schöbel-Rutschmann, um professor universitário que reflete sobre formas de integrar os parques eólicos na paisagem.

Por seu turno, Karl Schweisfurth, agricultor da Baviera, decidiu instalar painéis fotovoltaicos no celeiro. Os principais partidos políticos concordam com a necessidade de aumentar a produção de energia solar, mas, discordam sobre a forma de gerir o processo e os locais onde devem ser colocados os painéis.

"Temos telhados suficientes no nosso distrito para colocar painéis fotovoltaicos e para produzir toda a energia necessária. O agricultor, aqui ao lado, é dono de três enormes celeiros. Ele nem sequer precisa de tanta energia para a sua própria quinta. Se ele obtivesse uma compensação decente pela eletricidade poderíamos até evitar a colocação de painéis fotovoltaicos na paisagem. Não é preciso de obter 30 cêntimos por quilowatt-hora, 15 ou 18 cêntimos seriam suficientes”, frisou Karl Schweisfurth.

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