{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2025/03/09/centenas-de-milhares-de-manifestantes-comemoram-o-dia-internacional-da-mulher" }, "headline": "Centenas de milhares de manifestantes comemoram o Dia Internacional da Mulher", "description": "Manifesta\u00e7\u00f5es em todo o mundo defenderam a igualdade e o fim da viol\u00eancia de g\u00e9nero.", "articleBody": "No s\u00e1bado, as mulheres sa\u00edram \u00e0s ruas de cidades de todo o mundo para assinalar o Dia Internacional da Mulher. Houve protestos e manifesta\u00e7\u00f5es nas principais capitais, com ativistas a apelarem ao fim da desigualdade e da viol\u00eancia de g\u00e9nero, entre muitas outras reivindica\u00e7\u00f5es.Lisboa, PortugalNa capital portuguesa, grupos feministas enfrentaram o tempo chuvoso e estiveram nas ruas para marcar o Dia Internacional da Mulher.O Movimento Democr\u00e1tico das Mulheres manifestou-se entre os Restauradores e a Pra\u00e7a do Munic\u00edpio. A organiza\u00e7\u00e3o disse \u00e0 ag\u00eancia Lusa que estiveram presentes cerca de um milhar de pessoas. Simultaneamente, come\u00e7ava do Marqu\u00eas de Pombal outra manifesta\u00e7\u00e3o da Rede 8 de Mar\u00e7o e da Plataforma Feminista. Decorreram tamb\u00e9m manifesta\u00e7\u00f5es, organizadas por estas estruturas, em todas as capitais de distrito.Para as mulheres portuguesas, esta data marcou uma efem\u00e9ride importante: s\u00e3o os 50 anos da primeira manifesta\u00e7\u00e3o do Dia da Mulher em Democracia.O protesto de 1975, organizado pelo Movimento Democr\u00e1tico de Mulheres, j\u00e1 tinha tentado fazer uma manifesta\u00e7\u00e3o em janeiro de 1976. Mas esta acabou por ser boicotada por um grupo de homens.Bruxelas, B\u00e9lgicaMilhares de pessoas manifestaram-se na capital europeia, Bruxelas, para alertar contra o que os organizadores chamaram de \u0022regress\u00e3o preocupante\u0022 nos direitos das mulheres.A ascens\u00e3o da direita e, em alguns casos, da extrema-direita nos pa\u00edses europeus tem levado muitos ativistas a recear que os direitos das mulheres possam estar amea\u00e7ados.\u0022Com a ascens\u00e3o da extrema-direita em toda a Europa, pode haver um retrocesso nos direitos (das mulheres e das minorias)\u0022, disse Quentin Poucard, um manifestante franc\u00eas que participou na manifesta\u00e7\u00e3o de Bruxelas.\u0022Nunca pensei que o aborto pudesse ser posto em causa nos Estados Unidos. Por isso, se \u00e9 poss\u00edvel nos Estados Unidos, infelizmente tamb\u00e9m pode ser poss\u00edvel na Europa. N\u00e3o podemos deixar que isso aconte\u00e7a\u0022.Os manifestantes entoaram c\u00e2nticos, transportaram cartazes e colocaram faixas onde se lia \u0022o aborto \u00e9 um direito humano\u0022 e \u0022as mulheres s\u00f3 ser\u00e3o livres quando todas forem livres, dos centros de deten\u00e7\u00e3o \u00e0s pris\u00f5es, do Congo \u00e0 Palestina, dos campos \u00e0s f\u00e1bricas\u0022.Para muitos manifestantes, a participa\u00e7\u00e3o neste protesto n\u00e3o foi apenas uma quest\u00e3o de ativismo, mas tamb\u00e9m a oportunidade de se rodearem de pessoas com ideias semelhantes.\u0022Para mim, \u00e9 importante estar aqui, d\u00e1-me muita energia porque estamos rodeados de pessoas que pensam da mesma forma. Por vezes, podemos sentir-nos sozinhos na vida quotidiana ao enfrentar a discrimina\u00e7\u00e3o diariamente\u0022, disse Candice Palmer, que mora em Bruxelas.\u0022\u00c9 muito estimulante estar rodeada de pessoas que pensam da mesma forma. \u00c9 por isso que estou aqui. Tamb\u00e9m vim pelas pessoas que n\u00e3o podem estar aqui\u0022, acrescentou.Os manifestantes exigiram o refor\u00e7o da prote\u00e7\u00e3o social das mulheres, bem como melhores direitos para as mulheres migrantes.Roma, It\u00e1liaMilhares de mulheres tamb\u00e9m inundaram as ruas da capital italiana, Roma, no s\u00e1bado, para assinalar o Dia Internacional da Mulher e protestar contra a viol\u00eancia de g\u00e9nero.Os manifestantes dan\u00e7aram, gritaram slogans, seguraram faixas e marcharam pelo emblem\u00e1tico centro da cidade. Tamb\u00e9m acenaram com molhos de chaves nas m\u00e3os para sublinhar o facto de grande parte da viol\u00eancia contra as mulheres ocorrer dentro de casa.\u0022Na minha opini\u00e3o, n\u00e3o se trata de uma quest\u00e3o a resolver e a resolver, mas sim de uma mudan\u00e7a radical. Tem de haver uma mudan\u00e7a radical porque precisamos de um sistema que deixe de se basear nesta opress\u00e3o de g\u00e9nero\u0022, disse uma manifestante.\u0022A pris\u00e3o perp\u00e9tua n\u00e3o \u00e9 suficiente, porque a viol\u00eancia de g\u00e9nero \u00e9 um problema que parte de uma cultura patriarcal e machista\u0022, referiu sca, que tamb\u00e9m se manifestou. \u0022Por isso, tem uma base na nossa cultura e todos os dias temos atitudes, mesmo que n\u00e3o queiramos, que s\u00e3o prevaricadoras.\u0022A manifesta\u00e7\u00e3o na capital italiana foi organizada pelo grupo feminista \u0022Non Una Di Meno\u0022 (Nem Uma a Menos).Atenas, Gr\u00e9ciaCentenas de pessoas reuniram-se na capital grega, Atenas, para protestar contra a discrimina\u00e7\u00e3o e a desigualdade.A manifesta\u00e7\u00e3o come\u00e7ou com m\u00fasica e dan\u00e7a de um grupo de mulheres palestinianas e com discursos de v\u00e1rios grupos de defesa dos direitos humanos. Os manifestantes em Atenas disseram que, embora os direitos das mulheres tenham evolu\u00eddo, ainda h\u00e1 muito a melhorar.\u0022Estamos em 2025, mas ainda h\u00e1 muitas, muitas coisas para melhorar, muitas coisas para fazer, sabemos que os direitos das mulheres n\u00e3o s\u00e3o algo estabelecido, que temos de continuar\u0022, disse Mathilde du Jardin, uma manifestante belga em Atenas.Outros manifestantes alertaram, no entanto, para amea\u00e7as recentes aos direitos das mulheres, sendo necess\u00e1rio tomar medidas urgentes para corrigir o rumo.\u0022Vemos um retrocesso em quest\u00f5es de gest\u00e3o dos nossos corpos, como o aborto\u0022, disse Bacopoulou Olga, que mora em Atenas. Os manifestantes tamb\u00e9m transportaram a bandeira palestiniana enquanto defendiam a prote\u00e7\u00e3o dos direitos das mulheres palestinianas. Tamb\u00e9m exigiram o fim da discrimina\u00e7\u00e3o baseada no g\u00e9nero, como a diferen\u00e7a salarial entre homens e mulheres. \u0022Hoje em dia ainda lidamos com a discrimina\u00e7\u00e3o, \u00e9 mentira que n\u00e3o exista discrimina\u00e7\u00e3o. E quando digo discrimina\u00e7\u00e3o, refiro-me ao trabalho, ao sal\u00e1rio\u0022, afirmou Jenny Theofanopoulou, membro da rede de mulheres escritoras \u0022I Foni Tis\u0022 (A Sua Voz).Os manifestantes marcharam em dire\u00e7\u00e3o ao parlamento grego, entoando slogans que apelavam sobretudo \u00e0 igualdade, enquanto a pol\u00edcia de choque protegia o edif\u00edcio. Istambul, TurquiaO governo turco declarou 2025 o \u0022Ano da Fam\u00edlia\u0022, uma medida que muitos manifestantes criticaram, considerando-a uma tentativa de confinar ainda mais as mulheres aos pap\u00e9is tradicionais do casamento e da maternidade. A decis\u00e3o do Governo de sair da Conven\u00e7\u00e3o de Istambul em 2021, que foi concebida para proteger as mulheres da viol\u00eancia dom\u00e9stica, tamb\u00e9m tem sido uma fonte de protesto entre os ativistas. A plataforma \u0022We Will Stop Femicides\u0022 diz que 394 mulheres foram mortas por homens na Turquia em 2024.Yaz Gulgun, uma reformada de 52 anos, manifestou-se contra o aumento das taxas de femic\u00eddio no pa\u00eds, apelando a melhores prote\u00e7\u00f5es legais e a uma for\u00e7a policial mais solid\u00e1ria. \u0022H\u00e1 ass\u00e9dio moral no trabalho, press\u00e3o dos maridos e dos pais em casa e press\u00e3o da sociedade patriarcal. Exigimos que esta press\u00e3o seja reduzida\u0022, disse Yaz Gulgun. Selvi Alkancelik, uma manifestante de 58 anos, insistiu no desejo das mulheres de se libertarem das restri\u00e7\u00f5es impostas por uma sociedade patriarcal: \u0022Deixem as mulheres serem livres. Quero que elas possam ir a qualquer lado sem pedir autoriza\u00e7\u00e3o ao marido, que possam ir a qualquer lado sem medo quando regressam a casa \u00e0 noite, que possam ir a qualquer lado livremente sem medo. Quero liberdade para todas as mulheres do mundo\u0022.Apesar da proibi\u00e7\u00e3o de manifesta\u00e7\u00f5es p\u00fablicas decretada pelo governador do distrito de Beyo\u011flu, na Pra\u00e7a Taksim, em Istambul, foi tamb\u00e9m marcada uma Marcha Noturna Feminista. As autoridades bloquearam alguns os e fecharam esta\u00e7\u00f5es de metro para impedir este tipo de ajuntamentos, alegando preocupa\u00e7\u00f5es com a ordem p\u00fablica.", "dateCreated": "2025-03-09T06:12:05+01:00", "dateModified": "2025-03-09T11:20:41+01:00", "datePublished": "2025-03-09T11:20:41+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F09%2F10%2F26%2F26%2F1440x810_cmsv2_4469198c-7037-5455-88f6-101d77f6a91b-9102626.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Manifesta\u00e7\u00e3o do Dia Internacional da Mulher em Berlim, Alemanha, 8 de mar\u00e7o de 2025", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F09%2F10%2F26%2F26%2F432x243_cmsv2_4469198c-7037-5455-88f6-101d77f6a91b-9102626.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Fouda", "givenName": "Malek", "name": "Malek Fouda", "url": "/perfis/3270", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/themalekfouda", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue anglaise" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Centenas de milhares de manifestantes comemoram o Dia Internacional da Mulher

Manifestação do Dia Internacional da Mulher em Berlim, Alemanha, 8 de março de 2025
Manifestação do Dia Internacional da Mulher em Berlim, Alemanha, 8 de março de 2025 Direitos de autor Ebrahim Noroozi/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Ebrahim Noroozi/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
De Malek Fouda com AP
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Manifestações em todo o mundo defenderam a igualdade e o fim da violência de género.

PUBLICIDADE

No sábado, as mulheres saíram às ruas de cidades de todo o mundo para assinalar o Dia Internacional da Mulher. Houve protestos e manifestações nas principais capitais, com ativistas a apelarem ao fim da desigualdade e da violência de género, entre muitas outras reivindicações.

Lisboa, Portugal

Na capital portuguesa, grupos feministas enfrentaram o tempo chuvoso e estiveram nas ruas para marcar o Dia Internacional da Mulher.

O Movimento Democrático das Mulheres manifestou-se entre os Restauradores e a Praça do Município. A organização disse à agência Lusa que estiveram presentes cerca de um milhar de pessoas. Simultaneamente, começava do Marquês de Pombal outra manifestação da Rede 8 de Março e da Plataforma Feminista. Decorreram também manifestações, organizadas por estas estruturas, em todas as capitais de distrito.

Para as mulheres portuguesas, esta data marcou uma efeméride importante: são os 50 anos da primeira manifestação do Dia da Mulher em Democracia.

O protesto de 1975, organizado pelo Movimento Democrático de Mulheres, já tinha tentado fazer uma manifestação em janeiro de 1976. Mas esta acabou por ser boicotada por um grupo de homens.

Bruxelas, Bélgica

Milhares de pessoas manifestaram-se na capital europeia, Bruxelas, para alertar contra o que os organizadores chamaram de "regressão preocupante" nos direitos das mulheres.

A ascensão da direita e, em alguns casos, da extrema-direita nos países europeus tem levado muitos ativistas a recear que os direitos das mulheres possam estar ameaçados.

"Com a ascensão da extrema-direita em toda a Europa, pode haver um retrocesso nos direitos (das mulheres e das minorias)", disse Quentin Poucard, um manifestante francês que participou na manifestação de Bruxelas.

"Nunca pensei que o aborto pudesse ser posto em causa nos Estados Unidos. Por isso, se é possível nos Estados Unidos, infelizmente também pode ser possível na Europa. Não podemos deixar que isso aconteça".

Os manifestantes entoaram cânticos, transportaram cartazes e colocaram faixas onde se lia "o aborto é um direito humano" e "as mulheres só serão livres quando todas forem livres, dos centros de detenção às prisões, do Congo à Palestina, dos campos às fábricas".

Para muitos manifestantes, a participação neste protesto não foi apenas uma questão de ativismo, mas também a oportunidade de se rodearem de pessoas com ideias semelhantes.

"Para mim, é importante estar aqui, dá-me muita energia porque estamos rodeados de pessoas que pensam da mesma forma. Por vezes, podemos sentir-nos sozinhos na vida quotidiana ao enfrentar a discriminação diariamente", disse Candice Palmer, que mora em Bruxelas.

"É muito estimulante estar rodeada de pessoas que pensam da mesma forma. É por isso que estou aqui. Também vim pelas pessoas que não podem estar aqui", acrescentou.

Os manifestantes exigiram o reforço da proteção social das mulheres, bem como melhores direitos para as mulheres migrantes.

Roma, Itália

Milhares de mulheres também inundaram as ruas da capital italiana, Roma, no sábado, para assinalar o Dia Internacional da Mulher e protestar contra a violência de género.

Os manifestantes dançaram, gritaram slogans, seguraram faixas e marcharam pelo emblemático centro da cidade. Também acenaram com molhos de chaves nas mãos para sublinhar o facto de grande parte da violência contra as mulheres ocorrer dentro de casa.

"Na minha opinião, não se trata de uma questão a resolver e a resolver, mas sim de uma mudança radical. Tem de haver uma mudança radical porque precisamos de um sistema que deixe de se basear nesta opressão de género", disse uma manifestante.

Manifestantes no protesto do Dia Internacional da Mulher, junto ao Coliseu, em Roma, 8 de março de 2025
Manifestantes no protesto do Dia Internacional da Mulher, junto ao Coliseu, em Roma, 8 de março de 2025Valentina Stefanelli/Valentina Stefanelli/LaPresse

"A prisão perpétua não é suficiente, porque a violência de género é um problema que parte de uma cultura patriarcal e machista", referiu sca, que também se manifestou.

"Por isso, tem uma base na nossa cultura e todos os dias temos atitudes, mesmo que não queiramos, que são prevaricadoras."

A manifestação na capital italiana foi organizada pelo grupo feminista "Non Una Di Meno" (Nem Uma a Menos).

Atenas, Grécia

Centenas de pessoas reuniram-se na capital grega, Atenas, para protestar contra a discriminação e a desigualdade.

A manifestação começou com música e dança de um grupo de mulheres palestinianas e com discursos de vários grupos de defesa dos direitos humanos. Os manifestantes em Atenas disseram que, embora os direitos das mulheres tenham evoluído, ainda há muito a melhorar.

"Estamos em 2025, mas ainda há muitas, muitas coisas para melhorar, muitas coisas para fazer, sabemos que os direitos das mulheres não são algo estabelecido, que temos de continuar", disse Mathilde du Jardin, uma manifestante belga em Atenas.

Outros manifestantes alertaram, no entanto, para ameaças recentes aos direitos das mulheres, sendo necessário tomar medidas urgentes para corrigir o rumo.

Manifestantes gritam palavras de ordem no protesto do Dia Internacional da Mulher, em Atenas, 8 de março de 2025
Manifestantes gritam palavras de ordem no protesto do Dia Internacional da Mulher, em Atenas, 8 de março de 2025Yorgos Karahalis/Copyright 2025 The AP. All rights reserved.

"Vemos um retrocesso em questões de gestão dos nossos corpos, como o aborto", disse Bacopoulou Olga, que mora em Atenas.

Os manifestantes também transportaram a bandeira palestiniana enquanto defendiam a proteção dos direitos das mulheres palestinianas. Também exigiram o fim da discriminação baseada no género, como a diferença salarial entre homens e mulheres.

"Hoje em dia ainda lidamos com a discriminação, é mentira que não exista discriminação. E quando digo discriminação, refiro-me ao trabalho, ao salário", afirmou Jenny Theofanopoulou, membro da rede de mulheres escritoras "I Foni Tis" (A Sua Voz).

Os manifestantes marcharam em direção ao parlamento grego, entoando slogans que apelavam sobretudo à igualdade, enquanto a polícia de choque protegia o edifício.

Istambul, Turquia

O governo turco declarou 2025 o "Ano da Família", uma medida que muitos manifestantes criticaram, considerando-a uma tentativa de confinar ainda mais as mulheres aos papéis tradicionais do casamento e da maternidade.

A decisão do Governo de sair da Convenção de Istambul em 2021, que foi concebida para proteger as mulheres da violência doméstica, também tem sido uma fonte de protesto entre os ativistas. A plataforma "We Will Stop Femicides" diz que 394 mulheres foram mortas por homens na Turquia em 2024.

Yaz Gulgun, uma reformada de 52 anos, manifestou-se contra o aumento das taxas de femicídio no país, apelando a melhores proteções legais e a uma força policial mais solidária.

"Há assédio moral no trabalho, pressão dos maridos e dos pais em casa e pressão da sociedade patriarcal. Exigimos que esta pressão seja reduzida", disse Yaz Gulgun.

Protesto do Dia Internacional da Mulher em Istambul, na Turquia, 8 de março de 2025
Protesto do Dia Internacional da Mulher em Istambul, na Turquia, 8 de março de 2025Emrah Gurel/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
Protesto do Dia Internacional da Mulher em Istambul, na Turquia, 8 de março de 2025
Protesto do Dia Internacional da Mulher em Istambul, na Turquia, 8 de março de 2025Emrah Gurel/Copyright 2025 The AP. All rights reserved

Selvi Alkancelik, uma manifestante de 58 anos, insistiu no desejo das mulheres de se libertarem das restrições impostas por uma sociedade patriarcal: "Deixem as mulheres serem livres. Quero que elas possam ir a qualquer lado sem pedir autorização ao marido, que possam ir a qualquer lado sem medo quando regressam a casa à noite, que possam ir a qualquer lado livremente sem medo. Quero liberdade para todas as mulheres do mundo".

Apesar da proibição de manifestações públicas decretada pelo governador do distrito de Beyoğlu, na Praça Taksim, em Istambul, foi também marcada uma Marcha Noturna Feminista. As autoridades bloquearam alguns os e fecharam estações de metro para impedir este tipo de ajuntamentos, alegando preocupações com a ordem pública.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Ativistas abrem clínica de aborto em frente ao parlamento polaco

Porque é que as mulheres grávidas e as recém-mães continuam a morrer de mortes evitáveis?

O mundo está "mais igual do que nunca" em termos de género, mas os progressos são reversíveis, alerta a ONU