{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2023/03/08/unidas-contra-o-abuso-sobreviventes-da-violencia-domestica-levantam-se-para-quebrar-o-sile" }, "headline": "Unidas contra o abuso: Sobreviventes da viol\u00eancia dom\u00e9stica levantam-se para quebrar o sil\u00eancio", "description": "Reportagem de Juli\u00e1n L\u00f3pez em Espanha", "articleBody": "Espanha tem aquela que \u00e9 amplamente considerada como uma das mais completas e avan\u00e7adas legisla\u00e7\u00f5es da Uni\u00e3o Europeia contra a viol\u00eancia de g\u00e9nero. No entanto, no ano ado, mais 50 mulheres foram assassinadas pelos seus parceiros. Isto est\u00e1 abaixo da m\u00e9dia da UE por habitante, mas n\u00e3o deixa de ser um n\u00famero tr\u00e1gico, que tem sido consistente nestes \u00faltimos anos. O que \u00e9 que est\u00e1 a funcionar corretamente? O que pode ser melhorado? Em busca de respostas, o nosso rep\u00f3rter Juli\u00e1n L\u00f3pez viajou para o sul do pa\u00eds e encontrou-se com juristas e, acima de tudo, com sobreviventes. Quebrar o sil\u00eancio \u0022Agress\u00e3o f\u00edsica, psicol\u00f3gica, econ\u00f3mica, sexual, social - tudo. Eu penso que a agress\u00e3o psicol\u00f3gica \u00e9 a pior. Primeiro, porque n\u00e3o se pode provar. Segundo, porque \u00e9 preciso muito trabalho para superar todos esses traumas\u0022, diz Macarena Garc\u00eda P\u00e9rez , que foi v\u00edtima de viol\u00eancia dom\u00e9stica durante 23 anos. Hoje, Macarena quer abrir um abrigo para c\u00e3es. Dar-lhes o que lhe foi negado \u00e9 terap\u00eautico: \u0022Acredito que se eles me ajudarem, tamb\u00e9m podem ajudar outras mulheres\u0022, diz . \u0022Quarenta por cento das mulheres n\u00e3o se apercebem que s\u00e3o v\u00edtimas de abuso. Damos forma\u00e7\u00e3o ao pessoal da empresa para que possam agir como agentes de mudan\u00e7a contra a viol\u00eancia de g\u00e9nero, identificar v\u00edtimas invis\u00edveis e ajud\u00e1-las a quebrar o sil\u00eancio. N\u00f3s n\u00e3o somos o problema. Somos parte da solu\u00e7\u00e3o\u0022, diz Ana Bella Est\u00e9vez , uma v\u00edtima de viol\u00eancia dom\u00e9stica durante 11 anos. A funda\u00e7\u00e3o que criou re\u00fane 30 mil mulheres em 82 pa\u00edses para ajudar v\u00edtimas de viol\u00eancia atrav\u00e9s de apoio jur\u00eddico e psicol\u00f3gico, bem como da organiza\u00e7\u00e3o de workshops sobre preven\u00e7\u00e3o da viol\u00eancia. Recursos insuficientes para fazer cumprir a legisla\u00e7\u00e3o Os advogados da funda\u00e7\u00e3o denunciam a falta de recursos para aplicar devidamente a legisla\u00e7\u00e3o existente. Por exemplo, existem recursos para at\u00e9 3500 dispositivos eletr\u00f3nicos de monitoriza\u00e7\u00e3o para assegurar uma prote\u00e7\u00e3o especial, mas 75.000 mulheres maltratadas precisariam de um. O Observat\u00f3rio contra a Viol\u00eancia Dom\u00e9stica e de G\u00e9nero afirma que \u00e9 necess\u00e1rio mais investimento em assist\u00eancia social, financeira e psicol\u00f3gica. A insufici\u00eancia de recursos leva muitas mulheres a retirar as den\u00fancias. Masculinidade respons\u00e1vel A educa\u00e7\u00e3o \u00e9 tamb\u00e9m essencial. Segundo David Cer\u00f3n , educador da Fundaci\u00f3n Iniciativa Social (FIS) , que organiza workshops sobre masculinidade respons\u00e1vel, n\u00e3o importa quantas leis s\u00e3o aplicadas: \u0022H\u00e1 rapazes que, como rapazes, acreditam ter o direito de controlar as raparigas e de exercer viol\u00eancia sobre as mulheres. Ou esta ideia \u00e9 alterada pelos pr\u00f3prios adolescentes do sexo masculino, ou nenhuma lei a alterar\u00e1. Quanto mais cedo come\u00e7arem a compreender que n\u00e3o \u00e9 exercendo viol\u00eancia, que n\u00e3o \u00e9 sendo mais fortes ou ostentando mais que eles s\u00e3o mais masculinos, ent\u00e3o pouco a pouco poder\u00e1 ser estabelecido um comportamento mais justo e saud\u00e1vel\u0022, diz. ", "dateCreated": "2023-02-27T11:41:45+01:00", "dateModified": "2023-03-08T14:55:56+01:00", "datePublished": "2023-03-08T14:30:52+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F43%2F02%2F30%2F1440x810_cmsv2_1ac1cd94-0f40-588d-83af-1b0274d8ad90-7430230.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Reportagem de Juli\u00e1n L\u00f3pez em Espanha", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F43%2F02%2F30%2F432x243_cmsv2_1ac1cd94-0f40-588d-83af-1b0274d8ad90-7430230.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }

Unidas contra o abuso: Sobreviventes da violência doméstica levantam-se para quebrar o silêncio

Unidas contra o abuso: Sobreviventes da violência doméstica levantam-se para quebrar o silêncio
Direitos de autor euronews
Direitos de autor euronews
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Reportagem de Julián López em Espanha

Espanha tem aquela que é amplamente considerada como uma das mais completas e avançadas legislações da União Europeia contra a violência de género. No entanto, no ano ado, mais 50 mulheres foram assassinadas pelos seus parceiros. Isto está abaixo da média da UE por habitante, mas não deixa de ser um número trágico, que tem sido consistente nestes últimos anos.

O que é que está a funcionar corretamente? O que pode ser melhorado? Em busca de respostas, o nosso repórter Julián López viajou para o sul do país e encontrou-se com juristas e, acima de tudo, com sobreviventes.

Euronews
Mural em SevilhaEuronews

Quebrar o silêncio

"Agressão física, psicológica, económica, sexual, social - tudo. Eu penso que a agressão psicológica é a pior. Primeiro, porque não se pode provar. Segundo, porque é preciso muito trabalho para superar todos esses traumas", diz Macarena García Pérez, que foi vítima de violência doméstica durante 23 anos. Hoje, Macarena quer abrir um abrigo para cães. Dar-lhes o que lhe foi negado é terapêutico: "Acredito que se eles me ajudarem, também podem ajudar outras mulheres", diz .

Euronews
Macarena García Pérez e um dos seus cãesEuronews

"Quarenta por cento das mulheres não se apercebem que são vítimas de abuso. Damos formação ao pessoal da empresa para que possam agir como agentes de mudança contra a violência de género, identificar vítimas invisíveis e ajudá-las a quebrar o silêncio. Nós não somos o problema. Somos parte da solução", diz Ana Bella Estévez, uma vítima de violência doméstica durante 11 anos. A fundação que criou reúne 30 mil mulheres em 82 países para ajudar vítimas de violência através de apoio jurídico e psicológico, bem como da organização de workshops sobre prevenção da violência.

Recursos insuficientes para fazer cumprir a legislação

Os advogados da fundação denunciam a falta de recursos para aplicar devidamente a legislação existente. Por exemplo, existem recursos para até 3500 dispositivos eletrónicos de monitorização para assegurar uma proteção especial, mas 75.000 mulheres maltratadas precisariam de um. O Observatório contra a Violência Doméstica e de Género afirma que é necessário mais investimento em assistência social, financeira e psicológica. A insuficiência de recursos leva muitas mulheres a retirar as denúncias.

Masculinidade responsável

Euronews
O educador David Cerón e um grupo de jovens jogadores de futebol durante um workshop sobre masculinidade saudável organizado pela Fundación Iniciativa Social.Euronews

A educação é também essencial. Segundo David Cerón, educador da Fundación Iniciativa Social (FIS), que organiza workshops sobre masculinidade responsável, não importa quantas leis são aplicadas: "Há rapazes que, como rapazes, acreditam ter o direito de controlar as raparigas e de exercer violência sobre as mulheres. Ou esta ideia é alterada pelos próprios adolescentes do sexo masculino, ou nenhuma lei a alterará. Quanto mais cedo começarem a compreender que não é exercendo violência, que não é sendo mais fortes ou ostentando mais que eles são mais masculinos, então pouco a pouco poderá ser estabelecido um comportamento mais justo e saudável", diz.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Violência: Eurodeputados aprovam ratificação da Convenção de Istambul

Governo espanhol anuncia plano de 530 milhões para evitar tragédias como a DANA

Antigo assessor do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych morto a tiro em Madrid