Andriy Portnov, um antigo conselheiro do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych, terá trabalhado para apoiar a Rússia.
Um ucraniano de 52 anos foi assassinado esta quarta-feira, pelas 9:15, hora local - menos uma hora em Portugal continental - à porta da Escola Americana de Madrid. De acordo com o jornal El Mundo, foi identificado como Andriy Portnov, um antigo conselheiro do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych. Segundo a imprensa espanhola, foi alvo de cinco tiros, um dos quais na cabeça. A polícia ite que estejam envolvidos vários suspeitos no crime.
A Escola Americana de Madrid é um dos estabelecimentos de ensino mais conceituados de Espanha. De acordo com os meios de comunicação social locais, o protocolo de segurança da escola foi ativado e ninguém foi autorizado a entrar ou sair do edifício.
Embora os acontecimentos ainda estejam a ser investigados pela polícia, não foram registados mais feridos na sequência do tiroteio que, segundo fontes policiais disseram ao jornal espanhol El Mundo' poderá ser um ajuste de contas. O incidente coincidiu com a entrada dos alunos na escola mas, de acordo com fonte escolar, todos os alunos saíram ilesos.
A escola privada, situada a uma curta distância do centro de Madrid, foi fundada no início dos anos 60 e ganhou popularidade tanto pela sua qualidade académica como pela sua exclusividade. O corpo docente é internacional, com apenas 27% dos alunos de nacionalidade espanhola, e os filhos de figuras conhecidas como Cristiano Ronaldo e Thibaut Courtois estudaram lá.
Durante os protestos Euromaidan, que tiveram lugar entre 2013 e 2014 em resposta à decisão do então presidente ucraniano Viktor Yanukovych de suspender o Acordo de Associação com a União Europeia para dar prioridade às relações com a Rússia, Andriy Portnov desempenhou um papel controverso. Foi destacado pelo seu envolvimento na aplicação das chamadas “leis da ditadura”, regras que restringiam direitos fundamentais como a liberdade de expressão e o direito de reunião.
Após o desenlace dos protestos, Portnov deixou a Ucrânia e enfrentou sanções da União Europeia entre 2014 e 2015. Durante esse período, residiu primeiro na Rússia e depois em Viena, onde continuou a exercer advocacia. Em 2019, regressou à Ucrânia e embora em janeiro de 2020 o Tribunal de Kiev tenha concluído que, para efeitos legais, tinha cumprido os requisitos de residência no país, isso teve implicações no seu envolvimento em assuntos políticos.
Embora tenha conseguido escapar às acusações legais, Portnov foi investigado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) devido à sua alegada proximidade com a Rússia, uma questão que continua a gerar debate no contexto das tensões geopolíticas na região.