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Uma injeção duas vezes por ano poderia ajudar a acabar com a SIDA. Mas como é que as pessoas podem ter o?

Um farmacêutico segura um frasco de lenacapavir, o novo medicamento injetável de prevenção do VIH, no Centro de Investigação Masiphumelele da Fundação de Saúde Desmond Tutu.
Um farmacêutico segura um frasco de lenacapavir, o novo medicamento injetável de prevenção do VIH, no Centro de Investigação Masiphumelele da Fundação de Saúde Desmond Tutu. Direitos de autor AP Photo/Nardus Engelbrecht
Direitos de autor AP Photo/Nardus Engelbrecht
De Euronews com AP
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O medicamento tem sido considerado um avanço profundo na medicina, mas levá-lo até quem dele necessita é uma "peça que falta no puzzle", dizem os especialistas.

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A toma de uma injeção duas vezes por ano teve uma eficácia de 96% na prevenção de infeçõespor VIH em homens, de acordo com os resultados publicados na semana ada sobre um medicamento que foi considerado o mais próximo que o mundo alguma vez chegou de uma vacina contra o VIH.

A injeção foi significativamente mais eficaz do que o comprimido oral diário PrEP (profilaxia pré-exposição), naquilo a que os investigadores chamaram um "avanço profundo na medicina".

Chamado lenacapavir, já é vendido sob a marca Sunlenca para tratar infeções por VIH nos EUA, Canadá, Europa e outros países. Foi anteriormente demonstrado que era 100% eficaz na prevenção de infeções por VIH num estudo com mulheres.

tão superior a qualquer outro método de prevenção que temos, que não tem precedentes", disse Winnie Byanyima, diretora-executiva da ONUSIDA.

A responsável deu crédito à farmacêutica Gilead pelo desenvolvimento do medicamento, mas notou que a capacidade do mundo para acabar com a SIDA depende da sua utilização em países de risco.

A fabricante de medicamentos Gilead explicou que vai permitir a venda de versões genéricas baratas em 120 países pobres com elevadas taxas de VIH, principalmente em África, no Sudeste Asiático e nas Caraíbas.

Porém, excluiu quase toda a América Latina, onde as taxas são muito mais baixas, mas estão a aumentar, o que suscita a preocupação de que o mundo possa estar a perder uma oportunidade crucial para travar a doença.

Número de mortes por SIDA é agora o mais baixo desde que foi atingido o pico

Num relatório publicado para assinalar o Dia Mundial da SIDA, no domingo, a ONUSIDA afirmou que o número de mortes relacionadas com a doença no ano ado, cerca de 630.000, foi o mais baixo desde o seu pico, em 2004, sugerindo que o mundo está agora numa "encruzilhada histórica" e tem uma oportunidade de acabar com a epidemia.

Embora existam outras formas de proteção contra a infeção, como os preservativos, os comprimidos diários, os anéis vaginais e as injeções bimensais, os especialistas afirmam que as injeções semestrais da Gilead seriam particularmente úteis para as pessoas marginalizadas que, muitas vezes, receiam procurar cuidados de saúde, incluindo os homossexuais, os trabalhadores do sexo e as mulheres jovens.

"Seria um milagre para estes grupos porque significa que só têm de aparecer duas vezes por ano numa clínica e ficam protegidos", notou Byanyima, da ONUSIDA.

Foi esse o caso de Luis Ruvalcaba, um homem de 32 anos de Guadalajara, no México, que participou no último estudo publicado. Destacou que tinha medo de pedir os comprimidos diários de prevenção fornecidos pelo Governo, temendo ser discriminado por ser homossexual.

Por ter participado do estudo, continuará a receber as vacinas por, pelo menos, mais um ano.

Pressão para disponibilizar o medicamento em países da América Latina

"Nos países latino-americanos, ainda existe muito estigma, os pacientes têm vergonha de pedir os comprimidos", mencionou Alma Minerva Pérez, que recrutou e inscreveu uma dúzia de voluntários do estudo num centro de investigação privado em Guadalajara.

Ainda não se sabe até que ponto as vacinas estarão amplamente disponíveis no México através do sistema de saúde do país.

As autoridades de saúde recusaram-se a comentar quaisquer planos para comprar Sunlenca para os seus cidadãos; os comprimidos diários para prevenir o VIH foram disponibilizados gratuitamente através do sistema de saúde pública do país em 2021.

Byanyima explicou que outros países, além do México, que participaram na pesquisa também foram excluídos do acordo sobre os genéricos, incluindo o Brasil, o Peru e a Argentina.

"Negar-lhes agora esse medicamento é inescrupuloso", disse a responsável da ONUSIDA.

Em comunicado, a Gilead afirmou que tem "um compromisso contínuo de ajudar a permitir o o a opções de prevenção e tratamento do VIH onde a necessidade é maior".

Entre os 120 países elegíveis para a versão genérica encontram-se 18 países, na sua maioria africanos, que representam 70% do fardo mundial do VIH.

A fabricante do medicamento disse que também está a trabalhar no estabelecimento de "vias rápidas e eficientes para chegar a todas as pessoas que precisam ou querem o lenacapavir para a prevenção do VIH".

Na quinta-feira, 15 grupos de defesa no Peru, Argentina, Equador, Chile, Guatemala e Colômbia escreveram à Gilead, pedindo que o genérico Sunlenca fosse disponibilizado na América Latina, citando a "alarmante" desigualdade no o a novas ferramentas de prevenção do VIH, numa altura em que as taxas de infeção estavam a aumentar.

Embora países como a Noruega, França, Espanha e os Estados Unidos tenham pago mais de 40.000 dólares (38.000 euros) por ano pelo Sunlenca, os peritos calcularam que este poderia ser produzido por apenas 40 dólares (38 euros) por tratamento quando a produção de genéricos se expandir para abranger 10 milhões de pessoas.

Salim Abdool Karim, um especialista em SIDA da Universidade de KwaZulu-Natal da África do Sul, referiu que nunca tinha visto um medicamento que parecesse ser tão eficaz como o Sunlenca na prevenção do VIH.

"A peça que falta agora no puzzle é saber como o fazer chegar a todos os que dele necessitam", afirmou.

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