{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/saude/2023/09/21/faltam-tratamentos-para-certos-cancros-pediatricos-na-ue" }, "headline": "Faltam tratamentos para certos cancros pedi\u00e1tricos na UE", "description": "N\u00e3o existe qualquer tratamento para certos cancros pedi\u00e1tricos e muitas vezes os tratamentos existentes n\u00e3o s\u00e3o eficazes. A Comiss\u00e3o Europeia quer reformar a \u00e1rea da investiga\u00e7\u00e3o de novos f\u00e1rmacos para crian\u00e7as.", "articleBody": "Em 2016, a filha de Sam Daems come\u00e7ou a adoecer com frequ\u00eancia.\u00a0\u0022De novembro at\u00e9 ao Natal, em dezembro, \u00e1mos praticamente todos os fins-de-semana no hospital. Depois de janeiro, depois do Ano Novo, a nossa menina perdeu o uso do bra\u00e7o esquerdo. O que fez com que um dos m\u00e9dicos desse um sinal de alerta. E fizeram uma radiografia ao c\u00e9rebro. 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Alguns tipos de cancro n\u00e3o t\u00eam qualquer tratamento Todos os anos, cerca de 35 mil crian\u00e7as s\u00e3o diagnosticadas com cancro na Uni\u00e3o Europeia.\u00a0A incid\u00eancia ronda os 18 casos por cada 100 mil crian\u00e7as e jovens adultos. Para alguns tipos de cancro pedi\u00e1trico, por vezes n\u00e3o h\u00e1 qualquer tratamento, e muitas vezes os tratamentos existentes n\u00e3o s\u00e3o eficazes. Nalguns casos, as terapias evolu\u00edram pouco nos \u00faltimos 30 anos. A Funda\u00e7\u00e3o KickCancer afirma que \u00e9 urgente refor\u00e7ar a investiga\u00e7\u00e3o, o investimento e o quadro regulamento dos cancros pedi\u00e1tricos. \u0022Temos de curar certos tipos de cancro. Alguns doentes, quando recebem o diagn\u00f3stico, sabem que nunca v\u00e3o curar-se. E, no entanto, n\u00e3o t\u00eam o a novos medicamentos e n\u00e3o h\u00e1 investiga\u00e7\u00f5es em curso para procurar novos medicamentos para essas crian\u00e7as. 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Faltam tratamentos para certos cancros pediátricos na UE

Em parceria comThe European Commission
Faltam tratamentos para certos cancros pediátricos na UE
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Não existe qualquer tratamento para certos cancros pediátricos e muitas vezes os tratamentos existentes não são eficazes. A Comissão Europeia quer reformar a área da investigação de novos fármacos para crianças.

Em 2016, a filha de Sam Daems começou a adoecer com frequência. "De novembro até ao Natal, em dezembro, ámos praticamente todos os fins-de-semana no hospital. Depois de janeiro, depois do Ano Novo, a nossa menina perdeu o uso do braço esquerdo. O que fez com que um dos médicos desse um sinal de alerta. E fizeram uma radiografia ao cérebro. Depois enviaram o tumor para o laboratório. Cinco dias depois trouxeram-nos a notícia de que se tratava de um tipo agressivo de tumor cerebral, chamado ATRT, algo muito raro, que não ocorre muito frequentemente em crianças. Mas quando se é diagnosticado com essa doença maligna, sabe-se que não há muitas possibilidades", contou a mãe da menina, que reside em Geel, na Bélgica.

"Terapias do século ado"

A paciente foi tratada com uma combinação de quimioterapia e radioterapia e faleceu cerca de 6 meses após o diagnóstico. Tinha 2 anos. "Todas estas terapias são tecnologias de meados do século ado. Os compostos de quimioterapia foram desenvolvidos nos anos 60 do século ado e continuam a ser usados para atacar esses tumores, porque não existe uma terapêutica mais precisa disponível no mundo clínico hoje.", frisou Sam Daems.

Alguns tipos de cancro não têm qualquer tratamento

Todos os anos, cerca de 35 mil crianças são diagnosticadas com cancro na União Europeia. A incidência ronda os 18 casos por cada 100 mil crianças e jovens adultos.

Para alguns tipos de cancro pediátrico, por vezes não há qualquer tratamento, e muitas vezes os tratamentos existentes não são eficazes. Nalguns casos, as terapias evoluíram pouco nos últimos 30 anos.

A Fundação KickCancer afirma que é urgente reforçar a investigação, o investimento e o quadro regulamento dos cancros pediátricos.

"Temos de curar certos tipos de cancro. Alguns doentes, quando recebem o diagnóstico, sabem que nunca vão curar-se. E, no entanto, não têm o a novos medicamentos e não há investigações em curso para procurar novos medicamentos para essas crianças. Precisamos de novos medicamentos para curar certas crianças com cancro. Muitas crianças com cancro poderão sobreviver e ficar curadas, mas os tratamentos são muito tóxicos a curto prazo. Por isso, os tratamentos são muito longos e difíceis. Isso significa que os jovens são retirados da vida social, da escola, e isso é muito difícil numa fase da vida em que é preciso desenvolver-se", sublinhou Delphine Heenen, fundadora e diretora-geral da Fundação KickCancer.

Comissão Europeia propõe reforma da investigação farmacêutica

Neste contexto, a Comissão Europeia propõe uma reforma, no setor farmaceutico, para que os estudos pediátricos sejam concluídos no prazo de 5 anos, após a autorização inicial de comercialização. O objetivo é que os produtos cheguem mais depressa às crianças doentes.

Bruxelas propõe também que todos os novos medicamentos que possam ser utéis para as crianças doentes sejam efetivamente analisados para ver se é possível usá-los ou não.

De acordo com a Comissão Europeia, a simplificação dos procedimentos, o aumento da transparência e o reforço da rede de os entre doentes, famílias, académicos e criadores de medicamentos poderão ajudar a acelerar a autorização de medicamentos para crianças.

"As crianças não são pequenos adultos. As crianças necessitam frequentemente de tratamentos e medicamentos totalmente diferentes. Colocámos as crianças e os jovens adultos no centro das atenções através de diferentes incentivos, para recompensar a inovação, e incentivar a investigação e o desenvolvimento", disse à euronews Stella Kyriakides, Comissária Europeia para a saúde e a segurança alimentar.

Sam Daems considera que há razões para ter esperança: "no último ano, ou nos últimos dois anos, tenho vindo a ouvir sinais positivos de que as pessoas buscam uma maior colaboração. As instituições públicas estão conscientes das suas responsabilidades. Se combinarmos os esforços da indústria farmacêutica e do setor público e criarmos uma estrutura que permita mobilizar recursos e direcionar melhor os esforços para a pediatria, será possível avançar. Não se trata de enviar um foguetão para Marte. São necessárias centenas de milhões de euros. E não centenas de milhares de milhões de euros. Penso que não é impossível vermos os frutos desta estratégia daqui a 5 ou 10 anos".

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