A normalidade está a ser reposta nos aeroportos nacionais, mas a situação em Lisboa é ainda muito complicada. Há muitos ageiros retidos e sem estimativa para chegarem ao destino. Centenas também aguardam em filas para recuperarem bagagem.
O apagão de segunda-feira na Península Ibérica continuava esta terça-feira de manhã a afetar os voos em diversos aeroportos do continente, com o aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, a ver canceladas várias ligações e a ter atrasos de várias horas nas chegadas e partidas.
Apesar de a maior parte dos controlos de embarque já estar esta manhã a funcionar, pelo menos dez voos foram cancelados.
Centenas de ageiros estavam retidos e sem estimativa para chegarem ao destino e outros em longas filas para recuperarem bagagens e obter mais informações.
Na segunda-feira, as bagagens não foram imediatamente desembarcadas no momento das chegadas devido ao corte generalizado no abastecimento elétrico.
O Aeroporto de Lisboa está a implementar um plano para tratamento das bagagens, face à elevada afluência nos balcões para entrega das malas, avançou a ANA - Aeroportos de Portugal, adiantando que os ageiros vão começar a ser ados pelas companhias aéreas.
"Está a ser implantado no aeroporto de Lisboa um plano para tratamento das bagagens articulado com as várias entidades. Os ageiros vão começar a ser ados pelas companhias aéreas com informação sobre a entrega da sua bagagem", adiantou a gestora aeroportuária portuguesa, em comunicado.
A ANA deu conta de uma elevada afluência nos balcões das companhias aéreas, para reagendamento de voos cancelados na segunda-feira e de serviços de assistência em terra para entrega de bagagens.
O apagão afetou, desde as 11:30 de segunda-feira, a Península Ibérica e parte do território francês. Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades foram algumas das consequências do apagão. Esta manhã, também foi retomada a circulação em toda a rede do Metro de Lisboa.
Na segunda-feira, a alternativa foram os autocarros, o que provocou enchentes e confusão em algumas paragens. Além do Metro ter encerrado, os comboios não circulavam desde a manhã devido a uma greve dos trabalhadores.
Ainda se desconhecem as causas da falha que teve origem em Espanha, mas a empresa que gere a rede elétrica espanhola já descartou a possibilidadede o apagão na Península Ibérica ter sidoprovocado por um ciberataque. Os motivos apontados indicam uma "oscilação na tensão" em Espanha num momento em que Portugal estava a importar eletricidade.
O restabelecimento da energia em Portugal aconteceu de forma gradual mais perto do fim do dia de segunda-feira, começando pela zona centro do país.
E-Redes deixa alerta sobre burlas
A E-Redes alertou esta terça-feira para eventuais burlas na sequência do apagão de segunda-feira e sublinhou que não é necessária intervenção nos contadores de eletricidade, nem é cobrado diretamente aos clientes qualquer valor quando são feitas estas deslocações.
"O Operador de Rede de Distribuição sublinha que, exceto em casos de comunicação prévia, não é necessária nenhuma intervenção junto dos contadores de eletricidade e reforça que nunca será cobrado diretamente aos clientes qualquer valor quando são feitas estas deslocações", clarificou a E-Redes, numa resposta escrita à agência Lusa.
Caso seja necessária a deslocação de técnicos junto do contador de eletricidade, haverá uma comunicação prévia ao cliente via canais oficiais, vincou a E-Redes.