O falecimento do Papa foi anunciado na manhã de segunda-feira, com os sinos a tocar nas igrejas católicas da América Latina à Ásia, à medida que a notícia se espalhava pelo mundo.
O Papa Francisco faleceu devido a um acidente vascular cerebral (AVC) e a uma paragem cardiovascular irreversível, de acordo com a certidão de óbito divulgada pelo médico do Vaticano Andrea Arcangeli.
O documento refere ainda que o Papa entrou em coma antes de morrer. Para além da recente infeção pulmonar, Arcangeli afirmou que Francisco sofria de tensão arterial elevada e de diabetes.
O pontífice, de 88 anos, tinha ado recentemente cinco semanas num hospital de Roma a lutar contra uma pneumonia dupla que o colocou em risco de vida, mas regressou ao Vaticano e a tarefas mais leves no fim de março.
Não foi a primeira vez que teve problemas pulmonares, Francisco sofreu de uma doença pulmonar crónica durante toda a vida. Foi-lhe mesmo sido removida uma parte do pulmão quando era jovem.
Francisco fez a uma última aparição pública no Domingo de Páscoa, para abençoar milhares de pessoas na Praça de São Pedro.
O Vaticano diz que o público pode começar a prestar uma última homenagem ao Papa Francisco a partir desta quarta-feira na Basílica de São Pedro. Mas a data exata vai ser confirmada depois de os cardeais se reunirem pela primeira vez após a sua morte na manhã desta terça-feira.
O caixão de Francisco vai ser transferido da capela do Domus Santa Marta, onde vivia, para a Basílica de São Pedro para ser visto pelo público.
Contrariando a tradição, e tal como solicitado pelo falecido Papa, o corpo não vai ser colocado num caixão elevado, mas sim num caixão de madeira virado para os bancos.
Antes de falecer, Francisco expressou também o desejo de ser enterrado na Basílica Santa Maria Maggiore (Santa Maria Maior), onde se encontra a sua imagem da Virgem Maria, a quem tinha uma profunda devoção.
Embora não tenha sido fixada uma data específica para o funeral, este deve realizar-se entre quatro e seis dias após a morte.
Entretanto, o Vaticano está em "sede vacante", ou seja, o período entre a morte de um Papa e a eleição de outro.
Para assinalar o início deste período, o apartamento formal do Papa Francisco foi selado com uma fita vermelha e cera, num ritual que é uma parte fundamental da tradição.
Os funcionários do Vaticano colocaram uma fita vermelha nos puxadores da porta do apartamento no Palácio Apostólico, depois deitaram cera líquida no laço e imprimiram o selo papal de Francisco para o manter fechado.
Para eleger um novo Papa, os cardeais de todo o mundo vão reunir-se para o conclave. O processo de votação é realizado em segredo e dura normalmente entre duas e três semanas.
No entanto, pode demorar mais tempo se os cardeais tiverem dificuldade em chegar a um consenso sobre um candidato.
Prevê-se que o conclave tenha início no mínimo 15 dias e no máximo 20 dias após a morte do Papa.