Zelenskyy acusa Rússia de deixar quatro mil pessoas sem eletricidade após ataques a infraestruturas energéticas nas regiões de Sumy e Dnipropetrovsk. Já Lavrov anunciou ter enviado aos Estados Unidos lista do que diz serem violações da trégua na energia por parte de Kiev.
A Ucrânia e a Rússia voltam a fazer acusações mútuas de violação do cessar-fogo energético acordado em meados de março, com mediação dos Estados Unidos.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy denunciou ataques aéreos russos em grande escala na região de Sumy, no nordeste do país, com quase 50 bombas aéreas guiadas lançadas num único dia.
“A natureza sistemática e implacável destes ataques torna claro que Moscovo ignora os esforços diplomáticos dos seus parceiros. Putin não tem qualquer intenção de alcançar um cessar-fogo, mesmo que parcial”, afirmou Zelenskyy numa publicação na rede social X.
Além da ofensiva em Sumy, as forças russas atacaram infraestruturas energéticas Dnipropetrovsk, deixando cerca de 4 mil pessoas sem eletricidade, acusa Zelenskyy.
Um drone FPV russo atingiu uma subestação na região de Sumy, ao o que um bombardeamento de artilharia danificou uma linha elétrica em Nikopol, na região de Dnipropetrovsk.
"O que é necessário é uma pressão nova e tangível sobre a Rússia para que esta guerra possa terminar", vinca o chefe de Estado ucraniano.
"Não devemos esperar até 11 de abril, data em que se completará um mês desde que os russos disseram “não” em resposta à proposta americana de cessar-fogo. Temos de atuar o mais rapidamente possível. Estamos prontos para trabalhar com todos os nossos parceiros na América, na Europa e no mundo da forma mais construtiva possível para alcançar o resultado tão necessário de uma paz decente e duradoura”, acrescentou.
Rússia enviou lista de "violações" ucranianas aos EUA
Moscovo transmitiu informações aos Estados Unidos (EUA), à ONU e à OSCE a alegar que a Ucrânia violou o acordo de cessar-fogo sobre as infraestruturas energéticas.
A agência russa Interfax “violações” avança que foram enviadas ao conselheiro de segurança nacional dos EUA Mike Waltz e ao secretário de Estado Marco Rubio.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, afirmou que a Rússia está a cumprir a trégua no setor energético.
“O exército russo está a cumprir a moratória que o presidente [Vladimir Putin] ordenou que fosse estritamente observada durante uma chamada telefónica com o presidente dos EUA, Donald Trump, em 18 de março”, disse Lavrov.
No entanto, as autoridades ucranianas têm reportado uma série de ataques russos contra alvos energéticos que desmentem o chefe da diplomacia de Moscovo.
No ado dia 28 de março, um ataque de um drone russo danificou armazéns pertencentes ao produtor estatal de gás da Ucrânia na região central de Poltava.
“Os russos cometeram mais um crime de guerra: utilizando UAV Shahed, lançaram um ataque maciço contra Poltava, visando deliberadamente infraestruturas civis, zonas residenciais e edifícios istrativos da indústria petrolífera e do gás”, lê-se numa mensagem do Estado-Maior ucraniano.
Além disso, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andriy Sybiha, afirmou que as tropas russas atacaram uma instalação de energia em Kherson na segunda-feira, danificando-a e deixando 45 mil residentes sem eletricidade.
Rússia mantém vaga de ataques com drones
A Rússia lançou 74 ataques com drones contra a Ucrânia durante a madrugada desta quarta-feira, matando uma pessoa e ferindo outras dez.
Uma pessoa foi morta na região de Zaporíjia, onde há ainda registo de dois feridos.
O governador local adianta que, além de drones, as forças russas usaram a artilharia. Ao todo, segundo as autoridades de Zapiríjia, houve 459 ataques com diferentes meios em nove povoações desta região. Foram ainda reportados danos em edifícios residenciais e veículos privados.
Em Kharkiv, a ofensiva de Moscovo fez oito feridos, entre eles três crianças. A segunda cidade da Ucrânia foi alvo de 15 ataques com drones que causaram também danos em casas e isntalações industriais.
As regiões de Donetsk e Odesa foram igualmente atingidas pelas forças do Kremlin. A força aérea ucraniana diz ter abatido 41 drones e acrescenta que 20 drones de engodo desapareceram dos radares.