Depois de não ter conseguido por pouco a vitória na primeira volta, o atual chefe de Estado acaba de ganhar as eleições presidenciais por uma larga maioria.
Milanović obteve cerca de 74% dos votos, enquanto o seu adversário, Dragan Primorac, obteve cerca de 26%, de acordo com os resultados divulgados pelas autoridades eleitorais do Estado croata, depois de terem sido contados mais de 70% dos boletins de voto.
As sondagens realizadas antes da segunda volta previam a vitória de Milanović, mas, tal como na primeira volta, não calcularam corretamente o quão convincente seria essa vitória: Milanović obteve mais 16% dos votos e Primorac menos 6% do que o previsto.
Este triunfo também prepara o terreno para um confronto contínuo com o poderoso primeiro-ministro croata, Andrej Plenković. A discórdia entre os dois durante o primeiro mandato de Milanović marcou a política croata.
Zoran Milanović torna-se assim o terceiro presidente croata da história a conseguir ser reeleito. Antes dele, apenas Franjo Tuđman e Stjepan Mesić tinham conseguido esse feito.
Na Croácia, a presidência é em grande parte cerimonial, mas um presidente eleito tem autoridade política e é o comandante militar supremo.
Segunda volta das eleições após não conseguir reeleição na primeira volta
O esquerdista Milanović tinha ganho claramente a primeira volta das eleições, a 29 de dezembro, deixando Primorac, um cientista forense que já tinha concorrido sem sucesso à presidência, bem como seis outros candidatos, muito para trás.
Mas a segunda volta das eleições entre os dois principais candidatos tornou-se necessária já que Milanović ficou a 5.000 votos dos 50%, enquanto Primorac ficou muito atrás, com 19%.
As eleições realizam-se numa altura em que o país de 3,8 milhões de habitantes, membro da União Europeia e da NATO, se debate com uma inflação drástica, escândalos de corrupção e falta de mão-de-obra.
Milanović, de 58 anos, é um crítico declarado do apoio militar do Ocidente à Ucrânia na sua luta contra a invasão russa. É o político mais popular da Croácia e é, por vezes, comparado ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, devido ao seu estilo combativo de comunicação com os adversários políticos.
No domingo, voltou a criticar Bruxelas por ser, “em muitos aspetos, não-democrática” e gerida por funcionários não eleitos. A posição da UE de que “se não pensas o mesmo que eu, então és o inimigo” equivale a “violência mental”, considerou Milanović.
“Não é essa a Europa moderna em que quero viver e trabalhar”, afirmou, acrescentando: “Trabalharei para a mudar, tanto quanto me for possível enquanto presidente de uma pequena nação.”