Rússia e Bielorrússia concluem um acordo que prevê a utilização de armas nucleares "em resposta a uma agressão".
Os presidentes da Rússia e da Bielorrússia, Vladimir Putin e Alexander Lukashenko, am esta sexta-feira, em Minsk, um Tratado sobre Garantias de Segurança que prevê a utilização potencial de armas nucleares "em resposta a uma agressão".
O documento define "obrigações mútuas em matéria de defesa, proteção da soberania, independência e ordem constitucional da Rússia e da Bielorrússia, assegurando a integridade e a inviolabilidade do território e da fronteira externa do Estado da União".
A do acordo seguiu-se à publicação de uma versão revista da doutrina nuclear russa, que colocou a Bielorrússia sob o guarda-chuva nuclear russo pela primeira vez, no meio das tensões entre Moscovo e o Ocidente devido à guerra na Ucrânia.
Putin sublinhou que o novo tratado prevê a possibilidade de utilizar todos os meios para garantir a segurança, incluindo as armas nucleares tácticas russas estacionadas na Bielorrússia, em resposta a uma agressão.
A doutrina atualizada, aprovada por Putin no mês ado, reduziu oficialmente o limiar para a possível utilização pela Rússia das suas armas nucleares. A medida seguiu-se à decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de autorizar a Ucrânia a atingir alvos em território russo com mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA.
A doutrina diz que Moscovo pode utilizar armas nucleares "em resposta à utilização de armas nucleares e outras armas de destruição maciça" contra a Rússia ou os seus aliados, bem como "em caso de agressão" contra a Rússia e a Bielorrússia utilizando armas convencionais que ameacem "a sua soberania e/ou integridade territorial".
O ditador Lukashenko, que governa a Bielorrússia há mais de 30 anos com subsídios e apoio russo, permitiu que Moscovo utilizasse o território do seu país para enviar tropas para a Ucrânia em fevereiro de 2022 e estacionar algumas das suas armas nucleares tácticas na Bielorrússia.
Durante a reunião em Minsk, Lukashenko pediu a Putin que instalasse também na Bielorrússia os novos sistemas de armas Oreshnik, que Moscovo utilizou recentemente para atacar a fábrica de defesa Yuzhmash, em Dnipro, na Ucrânia.
O presidente russo respondeu que tal poderia ser feito no segundo semestre de 2025 - "à medida que a produção em série dos complexos for aumentada na Rússia e que estes sistemas de mísseis entrarem ao serviço das forças estratégicas russas".