Em entrevista à Euronews, a deputada do partido “Sonho Georgiano”, Maka Botchorishvili garantiu que processo eleitoral foi justo, alegando que o uso de tecnologia nas mesas de voto deixou pouco espaço para especulação.
O partido no poder, o "Sonho Georgiano", foi declarado vencedor das eleições no país, com uma maioria de 53,92% dos votos, de acordo com os dados da Comissão Eleitoral Central, mas os partidos da oposição da Geórgia não tardaram a contestar os resultados, afirmando que as eleições foram "manipuladas".
Em resposta às críticas dos observadores, que relataram violações das eleições, incluindo intimidação e interferência, a presidente da comissão parlamentar da Integração Europeia argumentou que o processo eleitoral foi justo e deixou pouco espaço para especulação.
A deputada georgiana afirmou que "todas as condições de competitividade foram cumpridas pelas autoridades georgianas e pela Geórgia em geral", o que permitiu aos cidadãos georgianos a liberdade de eleger quem quisessem. Todos os partidos políticos tiveram a possibilidade de fazer campanha e de atrair a confiança dos cidadãos da Geórgia", acrescentou.
Botchorishvili afirmou que foi a primeira vez que as assembleias de voto foram equipadas com scanners eletrónicos nas urnas e que a tecnologia foi utilizada para salvaguardar os resultados eleitorais.
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) enviou 529 observadores para a Geórgia, incluindo uma delegação de 12 deputados do Parlamento Europeu. Os observadores estavam lá para analisar o ambiente que antecedeu as eleições, incluindo o controlo da cobertura mediática da campanha eleitoral e os procedimentos no próprio dia das eleições.
Botchorishvili reconheceu que os observadores assinalaram vários incidentes, mas afirmou que é necessário apresentar exemplos concretos para identificar um potencial problema.
Um futuro para a UE?
Para Botchorishvili, o partido no poder quer avançar na via europeia "pacificamente e com dignidade".
"Queremos implementar o que prometemos aos nossos cidadãos, ou seja, avançar pacificamente, com dignidade, com desenvolvimento económico e com melhores condições para os nossos cidadãos, rumo à União Europeia", acrescentou.
A União Europeia congelou o processo de adesão da Geórgia devido a várias leis iniciadas pelo partido no poder, incluindo a lei dos "agentes estrangeiros", que a UE considerou incompatível com os valores europeus.
Quando questionada sobre a forma como o partido iria melhorar a sua relação com a UE, especialmente no que diz respeito a esta lei, considerada incompatível, Botchorishvili disse que a lei é "sobre transparência, e nada mais", e que o seu partido está pronto para mostrar que a lei não irá criar quaisquer problemas.
"O único objetivo desta legislação é informar a sociedade georgiana, manter o processo político transparente e salvaguardar o desenvolvimento democrático da Geórgia", afirmou, explicando que "é absolutamente importante manter um desenvolvimento democrático estável na Geórgia para garantir o nosso futuro europeu. A transparência é uma das coisas que irá ajudar e não o contrário".