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Incêndios em Albergaria: "Ficámos sem água, ficámos sem luz, ficámos sem nada"

Em Sever do Vouga o fumo pinta o céu de amarelo
Em Sever do Vouga o fumo pinta o céu de amarelo Direitos de autor Bruno Fonseca/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Bruno Fonseca/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
De Joana Mourão Carvalho
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O rasto de destruição deixado pelo fogo em Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga está em todo o lado. Há carros carbonizados, cabos de telecomunicações ao penduro em postes queimados e habitações onde só restaram as paredes exteriores.

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As chamas finalmente deram tréguas em Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro. Mas a normalidade ainda está longe. À entrada da cidade, são hectares e hectares de árvores queimadas e caídas, stands com automóveis carbonizados e casas onde só resistiram as paredes exteriores. O solo ainda fumega e o fumo que pinta o céu de amarelo arde nos olhos.

"Segunda-feira de manhã, aqui em Albergaria, foi a altura mais dramática para nós. Tínhamos muitas frentes ativas, nomeadamente mesmo às portas da cidade, junto ao supermercado Continente. Vários bairros evacuados também. Foram momentos difíceis para todos. Poucos recursos. Os bombeiros estavam muito dispersos", relata à Euronews uma jovem que reside em Albergaria-a-Velha.

"O vento era muito. Quando demos por ela, o fogo estava perto de nossas casas. Nós não tínhamos bombeiros, ligávamos, mas não havia bombeiros. Não havia que chegue, só vinham mais se fosse perto de casas mesmo. Ficámos sem água, ficámos sem luz, ficámos sem nada. Tínhamos a vala onde nós íamos buscar um bocadinho de água, que ainda a um bocadinho, e assim combatemos e fomos combatendo até a gente se livrar dele", conta à Euronews outra mulher que presenciou de perto o fogo.

As poucas pessoas que saem às ruas do centro da cidade vão usando máscaraspor causa do fumo e das partículas de cinza que são percetíveis no ar.

"Acima de tudo, o pior foi mesmo o fumo. Houve alturas que respirar só mesmo dentro de casa, porque lá fora era impossível de ir. Um ardume na garganta. Hoje tive que colocar uma máscara porque não conseguia respirar e no trabalho também tive que pôr, era muito fumo. De manhã a fábrica estava cheia de fumo", comenta um casal que eia junto à praça da Câmara municipal.

Segundo aquela autarquia do distrito de Aveiro, o incêndio que lavrou nos últimos dias no concelho deixou desalojadas pelo menos 40 famílias e causou danos em seis empresas.

No caminho entre Albergaria e Sever do Vouga, encontram-se vestígios da destruição um pouco por todo o lado. Os rails da estrada estão queimados, os sinais de trânsito ficaram derretidos. Há cabos de telecomunicações ao penduro no meio das estreitas estradas, apoiados em postes queimados ou tombados. A rede nos telemóveis vai falhando, enquanto as equipas de técnicos tentam repor metros e metros de fios.

Aqui os incêndios também já foram dominados, mas os bombeiros estão exaustos ao fim de três noites sem irem à cama. Com uma rouquidão notória na voz, dada a exposição ao fogo e ao fumo, queixam-se da falta de meios aéreos e da dificuldade em chegar aos focos de incêndio, muitas vezes em terrenos com poucos os.

Neste momento, tudo aparenta estar mais calmo nesta região, mas os prejuízos são avultados e a população ainda teme que haja reacendimentos nos próximos dias.

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