{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2016/01/28/ha-soluces-para-ajudar-a-siria" }, "headline": "H\u00e1 solu\u00e7\u00f5es para ajudar a S\u00edria?", "description": "Em v\u00e9speras da confer\u00eancia humanit\u00e1ria de Londres, perguntamos: como responder \u00e0 trag\u00e9dia que o conflito s\u00edrio continua a provocar? \u00c9 poss\u00edvel uma", "articleBody": "Em v\u00e9speras da confer\u00eancia humanit\u00e1ria de Londres, perguntamos: como responder \u00e0 trag\u00e9dia que o conflito s\u00edrio continua a provocar? \u00c9 poss\u00edvel uma solu\u00e7\u00e3o pol\u00edtica comum? As ajudas internacionais s\u00e3o manchadas pelas acusa\u00e7\u00f5es do governo s\u00edrio, que diz que os rebeldes intercetam os alimentos enviados \u00e0 popula\u00e7\u00e3o. Por seu lado, os rebeldes acusam o poder de matar \u00e0 fome os habitantes das cidades cercadas. 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Alyn Smith: Foram cinco anos de sofrimento e de muitos milh\u00f5es de pessoas deslocadas, feridas, mortas, que ficaram sem familiares. A confer\u00eancia humanit\u00e1ria de Londres \u00e9 importante. Mas o que \u00e9 urgente \u00e9 um cessar-fogo humanit\u00e1rio, para evitar que as pessoas continuem a fugir das suas casas. O enviado da ONU, Staffan de Mistura, apresentou v\u00e1rias propostas construtivas. Temos de concertar esfor\u00e7os para alcan\u00e7ar uma solu\u00e7\u00e3o pol\u00edtica dur\u00e1vel. euronews: Se n\u00e3o houver um cessar-fogo, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel haver mais ajuda? Alexandre Polack: Esta \u00e9 uma crise sem precedentes, talvez uma das piores crises humanit\u00e1rias desde a Segunda Guerra Mundial. A Uni\u00e3o Europeia j\u00e1 mobilizou 5 mil milh\u00f5es de euros. Mas n\u00e3o \u00e9 suficiente porque temos de conseguir chegar \u00e0s pessoas. Temos de criar mecanismos de apoio a longo prazo, assim que haja uma solu\u00e7\u00e3o pol\u00edtica, de forma a construir um futuro para aquele pa\u00eds. Mas ainda n\u00e3o chegamos a\u00ed. euronews: Porque \u00e9 que n\u00e3o se consegue canalizar ajudas neste momento? Sara Tesorieri: Um dos grandes problemas \u00e9, de facto, o o \u00e0s pessoas. \u00c9 preciso dinheiro. Neste momento, o financiamento cobre apenas cerca de 60% das necessidades. Mas tamb\u00e9m temos de poder concretizar as coisas no terreno. H\u00e1 v\u00e1rias resolu\u00e7\u00f5es da ONU que ainda n\u00e3o foram implementadas. E isso tem de acontecer, caso contr\u00e1rio as pessoas que precisam de ajuda n\u00e3o a v\u00e3o ter. euronews: Os combates prosseguem, n\u00e3o h\u00e1 o ao terreno ou \u00e9 limitado, e n\u00e3o se aplica um cessar-fogo. Como \u00e9 que se convence a comunidade internacional, j\u00e1 desgastada, a providenciar mais dinheiro? Alyn Smith: O problema n\u00e3o est\u00e1 em canalizar fundos estrangeiros para a S\u00edria. O problema \u00e9 que a maior parte do dinheiro \u00e9 utilizado para comprar armas, tanques e bombas, n\u00e3o para a ajuda humanit\u00e1ria. \u00c9 uma guerra por procura\u00e7\u00e3o, que envolve v\u00e1rios Estados do Golfo, incluindo o Ir\u00e3o. O conflito internacionalizou-se, mas n\u00e3o a procura de uma solu\u00e7\u00e3o conjunta. A Uni\u00e3o Europeia tem realmente de se mobilizar a n\u00edvel pol\u00edtico para alcan\u00e7ar uma solu\u00e7\u00e3o dur\u00e1vel, que n\u00e3o inclua Assad, para que haja paz. euronews: Porque \u00e9 que a Comiss\u00e3o Europeia n\u00e3o est\u00e1 a tomar mais medidas? Alexandre Polack: S\u00f3 a Comiss\u00e3o j\u00e1 mobilizou mais de 500 milh\u00f5es de euros para ajuda humanit\u00e1ria. N\u00e3o chega porque a crise \u00e9 global e toda a gente tem de participar. O dinheiro est\u00e1 a ajudar as pessoas em necessidade. 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De que forma \u00e9 que podemos planear solu\u00e7\u00f5es de longo termo, sobretudo para os campos de refugiados em torno da S\u00edria? Sara Tesorieri: Temos de ter em conta que muitos dos refugiados n\u00e3o vivem nos campos. Na verdade, at\u00e9 \u00e9 melhor para muitos deles, porque assim t\u00eam mais o a empregos, a educa\u00e7\u00e3o e a outras oportunidades. E podem sentir-se produtivos. Esta ser\u00e1 uma quest\u00e3o muito relevante na confer\u00eancia de Londres. V\u00e1rios sinais indicam que os governos daquela regi\u00e3o v\u00e3o apresentar planos sobre esta mat\u00e9ria. E a comunidade internacional, incluindo a Europa, tem de estar preparada para fazer a sua parte. euronews: Onde se situa a crise dos refugiados no encontro de Londres? \u00c9 um argumento que pode convencer mais pa\u00edses a participar financeiramente? Alexandre Polack: A ajuda humanit\u00e1ria, a ajuda ao desenvolvimento contribui para combater as ra\u00edzes dos problemas que s\u00e3o a pobreza e a guerra. A Comiss\u00e3o Europeia criou um fundo para a crise s\u00edria para onde canalizou 500 milh\u00f5es de euros. \u00c9 um come\u00e7o. N\u00f3s queremos que os Estados-membros participem, queremos que outros pa\u00edses contribuam, queremos apoiar projetos muito espec\u00edficos na Jord\u00e2nia, no L\u00edbano, na Turquia, nos pa\u00edses \u00e0 volta. No L\u00edbano, por exemplo: neste momento, 20% da popula\u00e7\u00e3o s\u00e3o refugiados. N\u00e3o vivem em campos. Temos de ajudar a criar emprego. Mas \u00e9 dif\u00edcil, toda a gente tem de ajudar. N\u00e3o pode ser apenas com o dinheiro dos contribuintes europeus, o setor privado tamb\u00e9m tem de se juntar. 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Há soluções para ajudar a Síria?

Há soluções para ajudar a Síria?
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Em vésperas da conferência humanitária de Londres, perguntamos: como responder à tragédia que o conflito sírio continua a provocar? É possível uma

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Em vésperas daconferência humanitária de Londres, perguntamos: como responder à tragédia que o conflito sírio continua a provocar? É possível uma solução política comum?

As ajudas internacionais são manchadas pelas acusações do governo sírio, que diz que os rebeldes intercetam os alimentos enviados à população. Por seu lado, os rebeldes acusam o poder de matar à fome os habitantes das cidades cercadas. Que soluções estão em cima da mesa, numa altura em que o grupo Estado Islâmico controla grande parte do país? Até que ponto é possível pensar em planos de longo prazo – na Educação, por exemplo -, quando o conflito parece estar longe de terminado?

Os nossos convidados no Parlamento Europeu, em Bruxelas, foram: Alyn Smith, membro da Comissão de Assuntos Externos, do Grupo dos Verdes no parlamento e do Partido Nacional Escocês; Alexandre Polack, porta-voz da Comissão Europeia para a Ajuda Humanitária, Cooperação Internacional e Desenvolvimento; e Sara Tesorieri, conselheira sobre políticas humanitárias na Oxfam;

Chris Burns, euronews: Numa altura em que há mais de quatro milhões de refugiados e uma guerra que dura há cinco anos, porquê este encontro agora em Londres e que medidas podem ser tomadas?

Alyn Smith: Foram cinco anos de sofrimento e de muitos milhões de pessoas deslocadas, feridas, mortas, que ficaram sem familiares. A conferência humanitária de Londres é importante. Mas o que é urgente é um cessar-fogo humanitário, para evitar que as pessoas continuem a fugir das suas casas. O enviado da ONU, Staffan de Mistura, apresentou várias propostas construtivas. Temos de concertar esforços para alcançar uma solução política durável.

euronews: Se não houver um cessar-fogo, não é possível haver mais ajuda?

Alexandre Polack: Esta é uma crise sem precedentes, talvez uma das piores crises humanitárias desde a Segunda Guerra Mundial. A União Europeia já mobilizou 5 mil milhões de euros. Mas não é suficiente porque temos de conseguir chegar às pessoas. Temos de criar mecanismos de apoio a longo prazo, assim que haja uma solução política, de forma a construir um futuro para aquele país. Mas ainda não chegamos aí.

euronews: Porque é que não se consegue canalizar ajudas neste momento?

Sara Tesorieri: Um dos grandes problemas é, de facto, o o às pessoas. É preciso dinheiro. Neste momento, o financiamento cobre apenas cerca de 60% das necessidades. Mas também temos de poder concretizar as coisas no terreno. Há várias resoluções da ONU que ainda não foram implementadas. E isso tem de acontecer, caso contrário as pessoas que precisam de ajuda não a vão ter.

euronews: Os combates prosseguem, não há o ao terreno ou é limitado, e não se aplica um cessar-fogo. Como é que se convence a comunidade internacional, já desgastada, a providenciar mais dinheiro?

Alyn Smith: O problema não está em canalizar fundos estrangeiros para a Síria. O problema é que a maior parte do dinheiro é utilizado para comprar armas, tanques e bombas, não para a ajuda humanitária. É uma guerra por procuração, que envolve vários Estados do Golfo, incluindo o Irão. O conflito internacionalizou-se, mas não a procura de uma solução conjunta. A União Europeia tem realmente de se mobilizar a nível político para alcançar uma solução durável, que não inclua Assad, para que haja paz.

euronews: Porque é que a Comissão Europeia não está a tomar mais medidas?

Alexandre Polack: Só a Comissão já mobilizou mais de 500 milhões de euros para ajuda humanitária. Não chega porque a crise é global e toda a gente tem de participar. O dinheiro está a ajudar as pessoas em necessidade. Há várias missões humanitárias. O comissário Christos Stylianides desloca-se frequentemente ao terreno, acabou de visitar a fronteira entre a Turquia e a Síria. Fazemos a diferença para salvar vidas.

euronews: As ajudas estão realmente a chegar onde devem?

Sara Tesorieri: As ajudas estão a chegar a muita gente em necessidade. É possível dar apoio na Síria, é o que estamos a fazer. Não conseguimos aceder a todos. Eles não têm o a nós. Isso tem de mudar e há várias oportunidades para o fazer. É uma questão que todos os envolvidos têm de colocar no topo da agenda política. Há membros do Conselho de Segurança da ONU envolvidos no conflito. E eles têm de fazer a parte deles em relação aos aliados no terreno.

euronews: Tal como vimos na peça inicial, ambos os lados se acusam de impedirem o o aos alimentos enviados. A ajuda alimentar tornou-se, neste sentido, numa espécie de arma. Como é que se evita isso? As conversações de paz podem dar uma resposta a esta questão?

Alyn Smith: O enviado da ONU propôs o cessar-fogo em zonas específicas para fins humanitários. É este tipo de iniciativas que devem ser apoiadas. O trabalho que a Comissão Europeia tem feito é louvável. Mas vive-se num ime, como acontece no Conselho de Segurança da ONU. Se os Estados-membros não defenderem os mesmos objetivos, a margem de manobra torna-se muito limitada. Só assim as coisas podem avançar.

euronews: Como é que a ajuda humanitária pode avançar quando a fome se tornou numa arma de guerra?

Sara Tesorieri: É, mais uma vez, a questão do o. Só estando no terreno é que podemos garantir que as ajudas cheguem às pessoas certas. Os trabalhadores humanitários empenham-se arduamente para isso. Há formas de monitorizar, mas temos de estar no terreno. Por isso é que é tão importante haver conversações internacionais. É aí que a diplomacia serve o propósito humanitário e não o contrário.

euronews: É necessário criar corredores seguros ou zonas de exclusão aérea?

Alexandre Polack: O o incondicional às pessoas necessitadas é uma prioridade. O público e os trabalhadores humanitários sabem que há cenários extremos de fome. A União Europeia tem de estar na linha da frente desse combate. Estamos a financiar, por exemplo, o envio de ajuda para a cidade de Madaya. Outra questão que ainda não abordamos é a Educação. Qualquer solução política tem de ar por aí. Se as crianças – a geração perdida na Síria e nos países vizinhos – não tiverem o à Educação, podemos fazer tudo e mais alguma coisa, que não será possível construir um futuro.

euronews: A mesma pergunta: corredores seguros ou zonas de exclusão aérea?

Alyn Smith: Sem dúvida, as duas opções. Mas é preciso um acordo para forçar a aplicação.

euronews: Cabe a quem fazê-lo?

Alyn Smith: É possível influenciarmos politicamente nesse sentido. Temos armas à nossa disposição. Literalmente, embora tenha reticências quanto à solução militar. Nós dispomos de fortes recursos políticos para negociar um processo de paz do qual Assad não faça parte.

euronews: No que diz respeito ao longo prazo, à educação e ao emprego. De que forma é que podemos planear soluções de longo termo, sobretudo para os campos de refugiados em torno da Síria?

Sara Tesorieri: Temos de ter em conta que muitos dos refugiados não vivem nos campos. Na verdade, até é melhor para muitos deles, porque assim têm mais o a empregos, a educação e a outras oportunidades. E podem sentir-se produtivos. Esta será uma questão muito relevante na conferência de Londres. Vários sinais indicam que os governos daquela região vão apresentar planos sobre esta matéria. E a comunidade internacional, incluindo a Europa, tem de estar preparada para fazer a sua parte.

euronews: Onde se situa a crise dos refugiados no encontro de Londres? É um argumento que pode convencer mais países a participar financeiramente?

Alexandre Polack: A ajuda humanitária, a ajuda ao desenvolvimento contribui para combater as raízes dos problemas que são a pobreza e a guerra. A Comissão Europeia criou um fundo para a crise síria para onde canalizou 500 milhões de euros. É um começo. Nós queremos que os Estados-membros participem, queremos que outros países contribuam, queremos apoiar projetos muito específicos na Jordânia, no Líbano, na Turquia, nos países à volta. No Líbano, por exemplo: neste momento, 20% da população são refugiados. Não vivem em campos. Temos de ajudar a criar emprego. Mas é difícil, toda a gente tem de ajudar. Não pode ser apenas com o dinheiro dos contribuintes europeus, o setor privado também tem de se juntar. A crise é global, as respostas têm de ser globais.

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