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Um retrato instantâneo de Alexis Tsipras

Um retrato instantâneo de Alexis Tsipras
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Alexis Tsipras é o candidato da esquerda europeia à presidência da Comissão Europeia. Nascido e criado em Atenas, não é um estranho na política. Aos 17 anos era membro da juventude do partido comunista e liderou os movimentos estudantis, no início dos anos 90, contra as reformas educativas. Extremamente protetor da sua vida pessoal vive com a namorada que conheceu no liceu e tem dois filhos.

Pouco conhecido fora da Grécia, há apenas dois anos, saltou para a fama política quando o Syriza, o partido radical de esquerda, foi o segundo mais votado nas eleições de 2012. Os seus partidários, os que sofreram mais com a crise financeira e com o plano de austeridade viram um sinal de esperança em Alexis Tsipras. Mas incapaz de formar um governo é agora líder da oposição grega e um militante incansável para acabar com a austeridade.

Para saber mais sobre este candidato à presidência da Comissão Europeia, juntámo-nos à sua comitiva, enquanto se prepara para a próxima paragem na campanha. Uma de muitas, não só para as eleições europeias, mas também para as municipais gregas. Ambas acontecem em maio. Syros, uma ilha de Atenas. Aqui, como em toda a Grécia, Alexis Tsipras quer conhecer os moradores e ouvir os seus problemas. Prepara o próximo discurso. Um discurso com um toque de ironia que culpa a UE, mas especialmente a troika e os governos gregos pelo plano de resgate e pelas medidas de austeridade: “Temos de parabenizar este governo e os dois governos anteriores pelo que fizeram desde 2010 até hoje, porque conseguiram eliminar a classe média neste país. E aumentar o desemprego em 30%… E em 60% entre os jovens. Conseguiram expulsar 300 mil brilhantes jovens cientistas do nosso país e torná-los emigrantes.”

Desde membro do Partido Comunista grego até líder do partido radical de esquerda Syriza, Tsipras tem sido um crítico fervoroso das políticas neo-liberais, segundo ele, adotadas pela UE.

Mantheos Tsimitakis, amigo de Tsipras recorda: “Lembro-me de quando formámos uma comissão de dez membros para negociar com o então ministro da educação e entre os dez, alguns não estavam cientes do que estava a acontecer. Tínhamos uma lista de exigências, mas não estávamos em posição de negociar. O Alexis estava em posição de negociar. Negociar a sério, mesmo quando tinha dezessete anos.”

De líder estudantil aos dezessete anos até uma figura política em ascensão. Para muitos gregos é um herói que vai travar os efeitos colaterais da austeridade. Para outros é um perigo para o futuro da Grécia na Europa. Mas de qualquer forma é sem dúvida uma figura pública.

Segundo Yiannis Protonotarios, Professor universitário e amigo: “Gosta de levar uma vida simples. Gosta de andar de mota… Mas agora é tão conhecido que não pode fazer isso. Pelo menos com frequência… É por isso que gosta muito de vir para minha casa, tranquilo, onde pode ar uns dez dias, muito calmamente com a família.”

Embora tenha sido obrigado a trocar a mota pelos guarda-costas, agora é um homem com uma missão: a de convencer não apenas os gregos, mas também os europeus que o partido da Esquerda Europeia tem um papel importante a desempenhar na construção do futuro da União Europeia.

Alexis Tsipras adianta: “Preocupa-nos muito o aumento dos partidos de direita na Europa, os partidos que querem que a UE seja destruída e preocupam-nos também os constantes ataques dos mercados financeiros à Europa. E tudo isto é resultado da austeridade. A austeridade não é a solução. Não conseguimos sair da crise. A Europa precisa de um novo contrato social, precisa de um New Deal”.

Um New Deal para a Europa. Isto é o que o partido da Esquerda Europeia espera se Alexis Tsipras se tornar presidente da Comissão Europeia.

Para o analista político Babis Papdimitriou: “A Grécia é um país que sofreu muito. O povo grego sofreu muito. Para a esquerda, para aqueles que votam na esquerda na Europa, ter um candidato grego é muito bom. Mas é verdade que Tsipras é muito distante da Europa e do que está a acontecer com a crise. E de como a Europa tem tentado e ainda luta para sair desta crise”.

A economista Elena Panaritis defende que:
“Não é o mesmo que era há dois ou três anos. Está preparado. Andou pelos corredores, conversou com os líderes da Europa. Também está muito próximo dos empreendedores do país, do setor privado do país. É definitivamente de esquerda, mas não é radical.”

Com uma forte presença nas sondagens de opinião nacionais, muitos questionam se Tsipras poderia ser o próximo primeiro-ministro da Grécia, em vez do próximo presidente da Comissão Europeia: “Acho que os nossos adversários políticos na Europa preferem ver-me a liderar a Comissão Europeia do que o governo grego, porque sabem que se houver uma mudança política radical na Grécia vai ser mais difícil dar continuidade aos seus objetivos políticos na Europa”, acrescenta Tsipras.

Uma mudança radical na Grécia ou até mesmo na Europa. No dia 25 de maio, os eleitores europeus vão decidir o caminho a seguir.

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