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Palma de Ouro para Jafar Panahi em Cannes, numa noite generosa para o cinema lusófono

O realizador Jafar Panahi, vencedor da Palma de Ouro pelo filme "Foi Apenas um Acidente", no 78º Festival Internacional de Cinema, Cannes, sul de França, sábado, 24.05.2025
O realizador Jafar Panahi, vencedor da Palma de Ouro pelo filme "Foi Apenas um Acidente", no 78º Festival Internacional de Cinema, Cannes, sul de França, sábado, 24.05.2025 Direitos de autor Natacha Pisarenko/2025 Invision
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De Ricardo FigueiraEuronews with AP
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O cineasta dissidente iraniano venceu a Palma de Ouro com "Un Simple Accident" numa noite em que os brasileiros Kléber Mendonça Filho e Wagner Moura levaram para casa os prémios de Melhor Realizador e Melhor Ator, por "<o Agente Secreto".

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A Palma de Ouro do festival de Cannes ao drama iraniano Un Simple Accident, que marca o regresso do cineasta dissidente e opositor do regime iraniano Jafar Panahi, com um filme rodado na clandestinidade, sem autorização das autoridades de Teerão, que mostra mulheres sem o hijab. O filme surge dez anos depois de Táxi, também rodado na clandestinidade, com o qual Panahi venceu o Urso de Ouro em Berlim. Panahi esteve preso e impedido de rodar filmes ou de viajar para o estrangeiro, uma proibição que entretanto foi levantada.

Esta vitória dá continuidade a uma série extraordinária para a distribuidora independente Neon, que já apoiou os últimos seis vencedores da Palma de Ouro. A Neon escolheu It Was Just an Accident para distribuição na América do Norte após a sua estreia em Cannes, depois de ter ganho anteriormente Parasitas, Titane, Triângulo da Tristeza, Anatomia de uma Queda e Anora.

Cate Blanchett entregou o prémio a Panahi, que esteve preso no Irão até há três anos e fez greve de fome. Há mais de 15 anos que realiza filmes em segredo no seu país, entre os quais This Is Not a Film, filmado na sua sala de estar, e Táxi, ado inteiramente num carro.

O público aplaudiu-o de pé. Panahi levantou os braços e inclinou-se para trás, incrédulo, antes de aplaudir a sua equipa e os que o rodeavam. No palco, foi recebido com aplausos pela presidente do júri de Cannes, Juliette Binoche, que em 2010 tinha levantado o seu nome no festival enquanto ele estava em prisão domiciliária.

Ao subir ao palco, Panahi disse que o que mais importava era a liberdade no seu país.

"Vamos unir forças", disse Panahi. "Ninguém se deve atrever a dizer-nos que tipo de roupa devemos vestir, o que devemos fazer ou o que não devemos fazer. O cinema é uma sociedade. Ninguém tem o direito de dizer o que devemos fazer ou deixar de fazer". "Vamos continuar a ter esperança", concluiu.

Apesar do grito de liberdade de Panahi, o cineasta iraniano declarou que a vida no exílio não é para ele e que planeava regressar a Teerão este domingo.

A cerimónia de encerramento do festival ocorreu pouco depois de um grande corte de energia ter atingido o sudeste de França, que a polícia acredita ter sido causado por fogo posto. A eletricidade foi restabelecida em Cannes poucas horas antes de as estrelas começarem a chegar à adeira vermelha.

Chuva de prémios para o cinema lusófono

O cinema falado em português esteve em grande destaque nesta edição do maior festival de cinema do mundo. O brasileiro Kléber Mendonça Filho venceu o prémio de Melhor Realizador com o seu mais recente filme O Agente Secreto, ado durante o regime militar no Brasil, que acabaria por revelar-se como um dos grandes vencedores desta noite de prémios na Croisette.

Pelo mesmo filme, Wagner Moura conquistou o prémio de melhor ator. O filme conquistou também um prémio fora da competição oficial, considerado o melhor do festival pelo júri da crítica da Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema).

Kléber Mendonça Filho com o prémio de Melhor Realizador
Kléber Mendonça Filho com o prémio de Melhor RealizadorScott A Garfitt/2025 Invision

O prémio de melhor atriz foi para Nadia Melliti, no filme La Petite Dernière.

Já a atriz cabo-verdiana Cléo Dária venceu o prémio de melhor atriz na secção Un Certain Regard, pelo filme O Riso e a Faca, do português Pedro Pinho.

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