{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/cultura/2021/02/18/nao-ha-piramides-nem-elefantes-na-nova-encenacao-da-opera-aida" }, "headline": "N\u00e3o h\u00e1 pir\u00e2mides nem elefantes na nova encena\u00e7\u00e3o da \u00f3pera \u0022Aida\u0022", "description": "A encenadora holandesa Lotte de Beer quis eliminar os estere\u00f3tipos associadas \u00e0 obra emblem\u00e1tica de Giuseppe Verdi.", "articleBody": "Uma nova produ\u00e7\u00e3o da \u00f3pera \u0022Aida\u0022 de Giuseppe Verdi (1813-1901) subiu ao palco na \u00f3pera de Paris . O espet\u00e1culo decorreu \u00e0 porta fechada devido \u00e0s restri\u00e7\u00f5es ligadas \u00e0 pandemia mas poder\u00e1 ser visto na televis\u00e3o. Na nova encena\u00e7\u00e3o de\u00a0Lotte de Beer n\u00e3o h\u00e1 pir\u00e2mides, nem fara\u00f3s, nem elefantes. A encenadora holandesa quis eliminar os estere\u00f3tipos. \u201cO ponto de partida da encena\u00e7\u00e3o foi a esp\u00e9cie de distor\u00e7\u00e3o que existia no s\u00e9culo XIX entre uma Europa, composta por pot\u00eancias ocidentais dominantes, e pessoas, que iriam ser colonizadas, e nesse sentidos dominadas. A ideia era\u00a0 abordar as tens\u00f5es entre esses dois mundos\u0022, contou o bar\u00edtono franc\u00eas Ludovic T\u00e9zier.\u00a0 O poder c\u00e9nico das marionetas As personagens principais, Aida e Amonasro, s\u00e3o representadas por marionetas.\u00a0 \u0022Durante o espet\u00e1culo, as marionetas movem-se como se fossem a outra face das personagens, algo que em alem\u00e3o, se designa como Doppelg\u00e4nger . As marionetas s\u00e3o, ao mesmo tempo, assustadoras, fascinantes e comoventes por serem incapazes de estar verdadeiramente vivas\u201d,\u00a0 afirmou o bar\u00edtono franc\u00eas . \u201c\u00c9 quase como se eu fosse a narradora a contar a hist\u00f3ria do ponto de vista de uma outra pessoa\u201d, sublinhou a soprano norte-americana Sondra Radvanovsky, que interpreta o papel principal. Entre Hollywood e Bergman A a\u00e7\u00e3o de \u0022Aida\u0022 (1871) desenrola-se no tempo dos fara\u00f3s e conta a hist\u00f3ria de amor entre uma escrava et\u00edope e um militar eg\u00edpcio, num contexto de conflito armado. \u201c\u00c9 uma hist\u00f3ria de engano, de ci\u00fame, de amor perdido, onde jovens arrastados pelos seus sentimentos cometem atos irracionais\u0022, disse \u00e0 euronews o tenor alem\u00e3o Jonas Kaufmann, que veste a pele do amante de Aida. \u201ara mim, um aspeto fabuloso desta \u00f3pera \u00e9 o facto de dar ares de mega-produ\u00e7\u00e3o de Hollywood, e ao mesmo tempo ter momentos muito \u00edntimos e cheios de suspense, momentos psicol\u00f3gicos como num filme de Bergman\u0022, frisou\u00a0Ludovic T\u00e9zier. \u0022Gostaria de conhecer o pr\u00f3ximo cap\u00edtulo!\u0022 No final, o her\u00f3i \u00e9 condenado por trai\u00e7\u00e3o e preso numa pir\u00e2mide. Aida segue o amante at\u00e9 a morte. \u201cH\u00e1 um momento em que os amantes t\u00eam vis\u00f5es, provavelmente devido \u00e0 falta de oxig\u00e9nio. Abrem-se as portas do para\u00edso e as almas torturadas encontram o caminho para o c\u00e9u. \u00c9 uma cena um pouco exagerada, propositadamente, at\u00e9 que ouvimos a m\u00fasica e tudo faz sentido\u201d, contou\u00a0Jonas Kaufmann. \u201cGostaria de saber se a Aida quis mesmo escolher a morte, se tem medo da morte ou se a aceita de bra\u00e7os abertos.\u00a0 E se houver uma forma de transcend\u00eancia, gostaria de saber se ela acredita na vida ap\u00f3s a morte e se acredita que os dois ficar\u00e3o juntos num lugar superior. Gostaria de conhecer o pr\u00f3ximo cap\u00edtulo!\u0022, concluiu\u00a0 Sondra Radvanovsky. ", "dateCreated": "2021-02-10T11:00:17+01:00", "dateModified": "2021-02-18T18:35:15+01:00", "datePublished": "2021-02-18T18:30:53+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F05%2F36%2F10%2F02%2F1440x810_cmsv2_877c0bbb-f04d-513f-b545-1efef3232f06-5361002.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "A encenadora holandesa Lotte de Beer quis eliminar os estere\u00f3tipos associadas \u00e0 obra emblem\u00e1tica de Giuseppe Verdi.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F05%2F36%2F10%2F02%2F432x243_cmsv2_877c0bbb-f04d-513f-b545-1efef3232f06-5361002.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Buring", "givenName": "Andrea", "name": "Andrea Buring", "url": "/perfis/268", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@AndreaBuring", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue allemande " } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "S\u00e9ries" ] }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Não há pirâmides nem elefantes na nova encenação da ópera "Aida"

Em parceria com
Não há pirâmides nem elefantes na nova encenação da ópera "Aida"
Direitos de autor euronews
Direitos de autor euronews
De Andrea Buring
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A encenadora holandesa Lotte de Beer quis eliminar os estereótipos associadas à obra emblemática de Giuseppe Verdi.

PUBLICIDADE

Uma nova produção da ópera "Aida" de Giuseppe Verdi (1813-1901) subiu ao palco na ópera de Paris. O espetáculo decorreu à porta fechada devido às restrições ligadas à pandemia mas poderá ser visto na televisão.

Na nova encenação de Lotte de Beer não há pirâmides, nem faraós, nem elefantes. A encenadora holandesa quis eliminar os estereótipos.

“O ponto de partida da encenação foi a espécie de distorção que existia no século XIX entre uma Europa, composta por potências ocidentais dominantes, e pessoas, que iriam ser colonizadas, e nesse sentidos dominadas. A ideia era  abordar as tensões entre esses dois mundos", contou o barítono francês Ludovic Tézier. 

euronews
A soprano norte-americana Sondra Radvanovsky veste a pele de Aidaeuronews

O poder cénico das marionetas

As personagens principais, Aida e Amonasro, são representadas por marionetas. 

"Durante o espetáculo, as marionetas movem-se como se fossem a outra face das personagens, algo que em alemão, se designa como Doppelgänger. As marionetas são, ao mesmo tempo, assustadoras, fascinantes e comoventes por serem incapazes de estar verdadeiramente vivas”, afirmou o barítono francês.

“É quase como se eu fosse a narradora a contar a história do ponto de vista de uma outra pessoa”, sublinhou a soprano norte-americana Sondra Radvanovsky, que interpreta o papel principal.

euronews
O tenor alemão Jonas Kaufmann desempenha o papel de amante numa nova produção de "Aida".euronews

Entre Hollywood e Bergman

A ação de "Aida" (1871) desenrola-se no tempo dos faraós e conta a história de amor entre uma escrava etíope e um militar egípcio, num contexto de conflito armado.

“É uma história de engano, de ciúme, de amor perdido, onde jovens arrastados pelos seus sentimentos cometem atos irracionais", disse à euronews o tenor alemão Jonas Kaufmann, que veste a pele do amante de Aida.

“Para mim, um aspeto fabuloso desta ópera é o facto de dar ares de mega-produção de Hollywood, e ao mesmo tempo ter momentos muito íntimos e cheios de suspense, momentos psicológicos como num filme de Bergman", frisou Ludovic Tézier.

"Gostaria de conhecer o próximo capítulo!"

No final, o herói é condenado por traição e preso numa pirâmide. Aida segue o amante até a morte.

“Há um momento em que os amantes têm visões, provavelmente devido à falta de oxigénio. Abrem-se as portas do paraíso e as almas torturadas encontram o caminho para o céu. É uma cena um pouco exagerada, propositadamente, até que ouvimos a música e tudo faz sentido”, contou Jonas Kaufmann.

“Gostaria de saber se a Aida quis mesmo escolher a morte, se tem medo da morte ou se a aceita de braços abertos. E se houver uma forma de transcendência, gostaria de saber se ela acredita na vida após a morte e se acredita que os dois ficarão juntos num lugar superior. Gostaria de conhecer o próximo capítulo!", concluiu Sondra Radvanovsky.

euronews
O barítono francês Ludovic Tézier na ópera de Pariseuronews
Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

"O triunfo do tempo e da desilusão": uma meditação sobre o tempo de Cecilia Bartoli

A encenação cinematográfica da ópera "Fausto" de Gounod

Versão desconhecida de ópera de Verdi estreia em Milão