{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2023/04/11/ue-alemanha-e-paises-baixos-querem-metas-minimas-de-reducao-da-divida" }, "headline": "UE: Alemanha e Pa\u00edses Baixos querem metas m\u00ednimas de redu\u00e7\u00e3o da d\u00edvida", "description": "Comiss\u00e3o Europeia argumenta que a nova realidade econ\u00f3mica justifica uma reforma das regras fiscais do bloco e deu os primeiros os para rever o quadro atual", "articleBody": "A reforma em curso das regras fiscais da Uni\u00e3o Europeia tomou um novo rumo depois de a Alemanha e os Pa\u00edses Baixos exigirem metas m\u00ednimas de redu\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, desafiando diretamente a abordagem da Comiss\u00e3o Europeia baseada em planos nacionais feitos \u00e0 medida. 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Dias depois de o documento alem\u00e3o chegar \u00e0 imprensa, a ministra das Finan\u00e7as holandesa, Sigrid Kaag, apoiou a ideia de um \u0022referencial num\u00e9rico comum\u0022 para evitar que os planos espec\u00edficos de cada pa\u00eds se tornassem \u0022idiossincr\u00e1ticos.\u0022 \u0022Pensamos que \u00e9 muito importante que haja varia\u00e7\u00e3o, que haja espa\u00e7o para reformas e investimentos, mas \u00e9 claro que a redu\u00e7\u00e3o da d\u00edvida precisa ser tang\u00edvel e mensur\u00e1vel\u0022, disse Kaag ao Financial Times . \u0022Queremos uma redu\u00e7\u00e3o suficiente da d\u00edvida.\u0022 Kaag, no entanto, n\u00e3o especificou os r\u00e1cios anuais, como a Alemanha fez no \u0022non-paper.\u0022 A Euronews contatou o Minist\u00e9rio das Finan\u00e7as do Pa\u00edses Baixos para pedir mais detalhes. Em rea\u00e7\u00e3o \u00e0s declara\u00e7\u00f5es, Veerle Nuyts, porta-voz da Comiss\u00e3o Europeia, disse que Bruxelas apresentaria propostas legislativas \u0022nas pr\u00f3ximas semanas\u0022 para avan\u00e7ar no debate pol\u00edtico, mas recusou-se a dizer se as propostas apresentariam as metas m\u00ednimas defendidas pela Alemanha e Pa\u00edses Baixos. \u0022O objetivo final \u00e9 garantir um amplo consenso sobre este assunto importante\u0022, disse Nuyts, ressalvando que continua o envolvimento com os governos sobre \u0022quest\u00f5es ainda em aberto.\u0022 Tamb\u00e9m disse que as conclus\u00f5es da reuni\u00e3o do m\u00eas ado dos ministros da Economia e das Finan\u00e7as, que inclu\u00edam uma refer\u00eancia \u00e0 \u0022adequa\u00e7\u00e3o e desenho de um referencial quantitativo comum\u0022, forneceram uma \u0022base s\u00f3lida\u0022 para o trabalho da Comiss\u00e3o. Bruxelas est\u00e1 determinada a concluir o processo de reforma at\u00e9 o final do ano e em ter as novas regras fiscais em vigor at\u00e9 janeiro de 2024, uma meta ambiciosa tamb\u00e9m partilhada pelos Estados-membros. Espera-se que a nova estrutura tenha em conta a enorme inje\u00e7\u00e3o de dinheiro necess\u00e1ria para acelerar a transi\u00e7\u00e3o verde e digital da Uni\u00e3o Europeia, um esfor\u00e7o duplo estimado em 650 mil milh\u00f5es de euros em investimentos adicionais por ano at\u00e9 2030. Os pa\u00edses da Uni\u00e3o Europeia aram os \u00faltimos meses a discutir como encontrar um equil\u00edbrio entre grandes investimentos e a redu\u00e7\u00e3o sustent\u00e1vel da d\u00edvida, sem uma resposta clara \u00e0 vista. A Comiss\u00e3o Europeia, entretanto, decidiu adiar, at\u00e9 ao pr\u00f3ximo ano, as multas para os pa\u00edses que n\u00e3o est\u00e3o em conformidade. 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UE: Alemanha e Países Baixos querem metas mínimas de redução da dívida

O ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, está a fazer pressão por metas mínimas de redução da dívida para os países da UE que excedam o limite de 60%
O ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, está a fazer pressão por metas mínimas de redução da dívida para os países da UE que excedam o limite de 60% Direitos de autor Markus Schreiber/AP Photo
Direitos de autor Markus Schreiber/AP Photo
De Jorge Liboreiro e Pedro Sacadura
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Comissão Europeia argumenta que a nova realidade económica justifica uma reforma das regras fiscais do bloco e deu os primeiros os para rever o quadro atual

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A reforma em curso das regras fiscais da União Europeia tomou um novo rumo depois de a Alemanha e os Países Baixos exigirem metas mínimas de redução da dívida, desafiando diretamente a abordagem da Comissão Europeia baseada em planos nacionais feitos à medida.

A lei europeia exige que os países mantenham o défice público abaixo dos 3% do PIB e o rácio da dívida em relação ao PIB abaixo dos 60%, mas muitos países excedem esses limites após anos de despesa intensa para amortecer o impacto da pandemia de COVID-19, por causa da guerra da Rússia na Ucrânia ou, ainda, do impacto da crise energética.

A Comissão Europeia argumenta que esta nova realidade económica justifica uma reforma das regras fiscais do bloco e deu os primeiros os para rever o quadro atual.

Num relatório publicado em novembro ado, Bruxelas propôs manter intocadas as metas de 3% e 60% e adicionar maior flexibilidade para que os governos possam adaptar os objetivos às circunstâncias específicas dos seus países.

De acordo com o plano, os Estados-membros da União Europeia negociariam os próprios planos nacionais com Bruxelas para controlar o défice público e diminuir gradualmente a dívida ao longo de um período de quatro anos.

Países altamente endividados, como a Grécia e Itália, poderiam beneficiar de três anos extra para ajustar as finanças e voltar às políticas fiscais "prudentes."

Numa mudança notável, a norma que impunha uma taxa uniforme de 1/20 avos de redução da dívida por ano seria descartada e substituída por caminhos exclusivos.

Essa norma tem sido criticada por forçar sacrifícios dolorosos e exacerbar crises económicas.

Mas a Alemanha e os Países Baixos, dois Estados-membros conhecidos por defender a moderação fiscal, discordam dessa abordagem e exigem, agora, metas mínimas para os países endividados.

Num "non-paper" visto pela Euronews, a Alemanha defende uma regra comum que deve garantir um declínio nos níveis de dívida com uma "magnitude apreciável."

Essa "salvaguarda comum" obrigaria os países com um rácio de endividamento acima de 60% do PIB a reduzir os níveis de dívida em pelo menos 0,5% ao ano.

Países bem acima desse limite precisariam de reduzir a dívida em pelo menos 1% ao ano, de acordo com a perspectiva alemã.

"As ideias atuais da Comissão devem ser emendadas de forma a que os planos fiscais de médio prazo conduzam a uma diminuição (suficiente) dos elevados rácios da dívida a cada ano. Também deve assegurar-se que se alcança uma redução real nos rácios de dívida numa base anual", refere o "non-paper."

A Alemanha também sugere regras "simples e transparentes" para istrar os gastos públicos e uma provisão para desencadear automaticamente um novo processo de reforma se a dívida elevada persistir.

"Se o quadro reformado não conseguir uma redução dos rácios da dívida, deve ser revisto após um período máximo de quatro anos", refere o non-paper.

Dias depois de o documento alemão chegar à imprensa, a ministra das Finanças holandesa, Sigrid Kaag, apoiou a ideia de um "referencial numérico comum" para evitar que os planos específicos de cada país se tornassem "idiossincráticos."

"Pensamos que é muito importante que haja variação, que haja espaço para reformas e investimentos, mas é claro que a redução da dívida precisa ser tangível e mensurável", disse Kaag ao Financial Times.

"Queremos uma redução suficiente da dívida."

Kaag, no entanto, não especificou os rácios anuais, como a Alemanha fez no "non-paper."

A Euronews contatou o Ministério das Finanças do Países Baixos para pedir mais detalhes.

Em reação às declarações, Veerle Nuyts, porta-voz da Comissão Europeia, disse que Bruxelas apresentaria propostas legislativas "nas próximas semanas" para avançar no debate político, mas recusou-se a dizer se as propostas apresentariam as metas mínimas defendidas pela Alemanha e Países Baixos.

"O objetivo final é garantir um amplo consenso sobre este assunto importante", disse Nuyts, ressalvando que continua o envolvimento com os governos sobre "questões ainda em aberto."

Também disse que as conclusões da reunião do mês ado dos ministros da Economia e das Finanças, que incluíam uma referência à "adequação e desenho de um referencial quantitativo comum", forneceram uma "base sólida" para o trabalho da Comissão.

Bruxelas está determinada a concluir o processo de reforma até o final do ano e em ter as novas regras fiscais em vigor até janeiro de 2024, uma meta ambiciosa também partilhada pelos Estados-membros.

Espera-se que a nova estrutura tenha em conta a enorme injeção de dinheiro necessária para acelerar a transição verde e digital da União Europeia, um esforço duplo estimado em 650 mil milhões de euros em investimentos adicionais por ano até 2030.

Os países da União Europeia aram os últimos meses a discutir como encontrar um equilíbrio entre grandes investimentos e a redução sustentável da dívida, sem uma resposta clara à vista.

A Comissão Europeia, entretanto, decidiu adiar, até ao próximo ano, as multas para os países que não estão em conformidade.

No final do terceiro trimestre de 2022, a dívida pública situou-se em 93% do PIB na zona euro e em 85,1% na União Europeia. A Grécia apresentou o rácio mais elevado, com 178,2%, seguida da Itália, com 147,3%.

Nesse mesmo período, a dívida alemã situou-se em 66,6% do PIB, enquanto os Países Baixos tinham uma taxa de 49%, segundo o Eurostat.

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