O presidente ucraniano afirmou que Kiev está pronta para qualquer forma de negociação para pôr fim à guerra e que os próximos os serão determinados depois de a Rússia anunciar quem a representará nas negociações. Comitiva anunciada por Moscovo para as reuniões não inclui Vladimir Putin.
Volodymyr Zelenskyy voltou a reforçar que esperaria pelo seu homólogo russo Vladimir Putin, em Istambul esta semana para conversações diretas sobre o conflito, numa altura em que continua a intensa pressão dos líderes dos EUA e da Europa para uma solução.
Putin não anunciou se vai participar nas conversações, nas quais o presidente dos EUA, Donald Trump, instou ambas as partes a participar como parte dos esforços de Washington para pôr fim aos combates.
Ainda assim, a presença do presidente russo é altamente improvável uma vez que, segundo informou a agência russa Tass, a comitiva russa que estará presente na Turquia não inclui Vladimir Putin.
A comitiva será chefiada pelo assessor presidencial Vladimir Medinsky. Também compõem a delegação o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Mikhail Galuzin, o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Russas, Igor Kostyukov, e o vice-ministro da Defesa, Alexander Fomin.
Zelenskyy afirmou que o silêncio do Kremlin sobre o assunto é "pouco convincente" e referiu que "o presidente Trump está também a considerar participar na reunião na Turquia", o que poderá ser o "argumento mais forte" para que Putin compareça nas conversações.
O presidente ucraniano disse aos jornalistas em Kiev que iria até à Turquia na quinta-feira para as negociações. Zelenskyy disse aos jornalistas, em Kiev, que se irá reunir com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, na capital Ancara e que irão aguardar a chegada de Putin.
"Ele fará o seu melhor para chegar a um acordo sobre um cessar-fogo, porque eu tenho de negociar um cessar-fogo com ele, só ele tem a decisão", disse Zelenskyy que explicou que estaria disponível para viajar até Istambul, local das negociações.
O presidente ucraniano explicou que se Putin não comparecer, isso será a prova definitiva da sua falta de vontade de colocar termo à guerra e acrescentou que, se tal acontecer, os líderes europeus e norte-americanos devem cumprir as suas ameaças de impor sanções adicionais e mais duras à Rússia.
Trump, que está numa viagem de quatro dias pelo Médio Oriente, disse na terça-feira que o secretário de Estado Marco Rubio iria participar nas conversações, juntamente com o enviado especial Steve Witkoff.
Washington tem aumentado a pressão desde que Trump assumiu o cargo em janeiro, como parte do seu compromisso de acabar com a guerra na Ucrânia.
Analistas militares alertaram que ambos os lados estão a preparar-se para uma nova temporada de combates na primavera e no verão, à medida que prossegue uma guerra de desgaste que já custou a vida a dezenas de milhares de soldados de ambos os lados, ao longo de uma frente de batalha que se estende por mais de mil quilómetros.
O Instituto para o Estudo da Guerra, com sede em Washington, informou na segunda-feira que Moscovo está a reforçar rapidamente as suas linhas da frente com novos recrutas para manter a iniciativa militar.