A caravana de refugiados palestinianos foi detida no campo de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, durante o fim de semana, depois de Israel ter acusado o Hamas de quebrar o ainda frágil cessar-fogo.
PUBLICIDADEA União Europeia vai reiniciar uma missão civil para monitorizar o posto fronteiriço entre Gaza e o Egito em Rafah, disse o chefe da política externa do bloco, Kaja Kallas, na segunda-feira, segundo a agência Reuters.
“Todos concordam que a EUBAM Rafah pode desempenhar um papel decisivo no apoio ao cessar-fogo”, disse Kallas.
“Hoje, os Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE concordaram em reposicioná-la no ponto de agem de Rafah, entre Gaza e o Egito. Esta medida permitirá que um certo número de feridos possa sair de Gaza e receber cuidados médicos”, acrescentou.
Na segunda-feira, milhares de palestinianos começaram finalmente a regressar, ao norte destruído da Faixa de Gaza, depois de terem sido forçados a abandonar as suas casas nas primeiras semanas da guerra.
Muitos dos habitantes de Gaza temiam nunca mais poder regressar ao que restava das suas casas no norte, especialmente depois de Donald Trump ter proposto "limpar" Gaza e enviar os palestinianos para o Egito e para a Jordânia.
Um dos palestinianos a caminho da sua antiga casa agradeceu a Alá pelo regresso e assegurou que iriam "manter-se firmes durante mil anos, apesar do (primeiro-ministro israelita Benjamin) Netanyahu, apesar do (presidente norte-americano Donald) Trump, e apesar dos traiçoeiros líderes árabes, nós manter-nos-emos firmes".
A caravana humana, que se desloca ao largo do mar Mediterrâneo, foi recebida por militantes do Hamas. Aos ombros, os habitantes de Gaza transportam o que conseguiram salvar dos últimos quinze meses de guerra na Faixa de Gaza.
O seu regresso foi bloqueado durante o fim de semana no campo de Nuseirat, depois de Israel ter acusado o Hamas de quebrar o frágil cessar-fogo.
A guerra aérea e terrestre de Israel já matou mais de 47 mil palestinianos, mais de metade dos quais mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Israel afirma ter matado mais de 17 mil militantes, embora não tenha apresentado provas.
Os bombardeamentos e as operações terrestres israelitas deslocaram cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza, muitas vezes várias vezes. Várias zonas da Faixa de Gaza, incluindo o norte, foram destruídas.