Enquanto os manifestantes se reuniam para exigir a prisão de Yoon no sábado, uma outra manifestação foi realizada por cerca de 1000 apoiantes do antigo presidente em frente à sua residência em Seul.
Milhares de manifestantes saíram às ruas do centro de Seul, este sábado, para exigir a prisão imediata do presidente destituído da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, por causa de uma declaração de lei marcial falhada que desencadeou uma crise política sem precedentes no país.
Os participantes carregavam cartazes onde se lia “Prendam Yoon Suk-yeol” e palavras que condenavam Yoon, depois de este ter desafiado as tentativas dos investigadores sul-coreanos de o deterem na sexta-feira, após um ime de quase seis horas entre os seguranças presidenciais e os investigadores.
O Gabinete de Investigação da Corrupção para Altos Funcionários (CIO) disse que retirou os seus investigadores depois de os guardas e as tropas militares os terem impedido de entrar na residência de Yoon por receio pela segurança.
Foi o mais recente confronto numa crise política que paralisou a política sul-coreana e levou à destituição de dois chefes de Estado no espaço de um mês.
Enquanto os manifestantes se reuniam para exigir a prisão de Yoon no sábado, uma outra manifestação foi realizada por cerca de mil apoiantes do antigo presidente frente à sua residência em Seul.
A manifestação na residência de Yoon teve início na sexta-feira, quando centenas de apoiantes se juntaram numa demonstração de apoio. No exterior da residência, o grupo de manifestantes pró-Yoon enfrentou temperaturas gélidas durante horas e agitou bandeiras sul-coreanas e americanas enquanto entoava slogans que prometiam protegê-lo.
Yoon despoletou uma crise política sem precedentes
Tudo começou a 3 de dezembro, quando Yoon, aparentemente frustrado pelo facto de as suas políticas serem bloqueadas por um parlamento dominado pela oposição, declarou a lei marcial e enviou tropas para cercar a Assembleia Nacional.
Em poucas horas, o parlamento anulou a declaração numa votação unânime e destituiu o próprio Yoon a 14 de dezembro, enquanto as autoridades sul-coreanas abriam uma investigação criminal sobre os acontecimentos.
Na terça-feira, 31 de dezembro, um tribunal de Seul emitiu um mandado de detenção de Yoon e um mandado separado de busca à sua residência, mas a aplicação é complicada enquanto ele permanecer na sua residência oficial.
Os advogados de Yoon, que apresentaram um recurso contra o mandado na quinta-feira, afirmam que este não pode ser executado na sua residência devido a uma lei que protege os locais potencialmente ligados a segredos militares de serem revistados sem o consentimento da pessoa responsável.
A agência anticorrupção CIO disse que iria discutir outras acções, mas não disse imediatamente se iria fazer outra tentativa de deter Yoon. O mandado de detenção é válido por uma semana.
Yoon defendeu o seu decreto de lei marcial como um ato necessário de governação, apresentando-o como um aviso temporário contra o Partido Democrático, que descreveu como uma força “anti-Estado” que obstrui a agenda com a sua maioria legislativa.
Yoon manteve-se desafiante, ignorando os pedidos de interrogatório e prometendo lutar.