Apoiantes do partido na oposição acusam Edi Rama de corrupção.
Na segunda-feira, apoiantes da oposição na Albânia entraram em confronto com a polícia e lançaram cocktails Molotov na capital, Tirana, exigindo que o governo seja substituído por um gabinete de gestão tecnocrático antes das eleições parlamentares do próximo ano.
No ado, a oposição acusou o Partido Socialista do primeiro-ministro albanês, Edi Rama, de corrupção, manipulação dos eleitores e usurpação dos poderes do sistema judicial do país, entre outras alegações.
Depois de um membro do partido ter sido condenado por difamação e preso num processo que considera ter motivações políticas, o Partido Democrático do antigo primeiro-ministro Sali Berisha tem vindo a realizar protestos à porta do Parlamento albanês há uma semana.
Alguns milhares de manifestantes reuniram-se na segunda-feira em frente ao edifício principal do governo em Tirana, gritando "Abaixo a ditadura" e "Berisha, Berisha".
Em frente à sede do Partido Socialista, no poder, lançaram mais cocktails Molotov, queimando um grande anúncio que continha uma fotografia de Rama, iniciando confrontos em frente aos edifícios do Ministério do Interior e da câmara municipal.
A polícia teve de recorrer a gás lacrimogéneo para afastar os manifestantes do parlamento e para proteger as instituições governamentais. O trânsito foi bloqueado em muitas ruas.
Segundo a polícia, cerca de 10 agentes foram feridos devido aos cocktails Molotov, a artigos pirotécnicos e a objetos lançados.
Vários manifestantes foram levados para o hospital, alguns com ferimentos causados pelo gás lacrimogéneo, segundo os meios de comunicação social locais.
O secretário-geral do Partido Democrático, Flamur Noka, terminou o protesto prometendo que a "desobediência civil" iria continuar.
Tanto os Estados Unidos como a União Europeia instaram a oposição a retomar o diálogo com o governo, afirmando que a violência não ajudará o país a integrar-se no bloco de 27 nações.
Os democratas pedem, ainda, a libertação de Berisha da prisão domiciliária, onde foi colocado durante uma investigação de alegada corrupção. Desde 2013, os apoiantes do partido têm realizado protestos por vezes violentos contra o governo.
No final deste mês, Tirana começará a discutir com Bruxelas a forma como o país se alinha com as posições da UE em matéria de Estado de direito, instituições democráticas e luta contra a corrupção, no âmbito da sua candidatura à adesão à União.