Com esta decisão, a maior economia do mundo pretende evitar riscos de sabotagem e espionagem da China.
A Alemanha vai proibir o uso de componentes das gigantes chinesas de telecomunicações Huawei e ZTE nas suas redes 5G a partir de 2026. O anúncio foi feito esta quinta-feira pela ministra do Interior, Nancy Faeser.
A maior economia da Europa quer, segundo a governante, evitar riscos de sabotagem e espionagem por parte da China.
"Com isto, estamos a proteger o sistema central da Alemanha enquanto local de negócios - e estamos a proteger a comunicação dos cidadãos, das empresas e do Estado", afirmou Faeser, citada pela AP, acrescentando que a Alemanha tem de “reduzir os riscos de segurança e, ao contrário do que acontecia no ado, evitar dependências unilaterais”.
Já o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, defendeu que a Alemanha deve proporcionar um mercado não discriminatório a todas as empresas.
"A politização das questões económicas, comerciais e de tecnologia científica só prejudicará os intercâmbios e a cooperação técnica normal. E não é do interesse de nenhuma das partes. Esperamos que a Alemanha respeite os factos, tome decisões racionais e independentes que estejam de acordo com os seus próprios interesses e com as regras internacionais, e proporcione um ambiente de mercado justo, transparente, aberto e não discriminatório para as empresas de todo o mundo, incluindo a China", explicou Jian, citado pela AP.
Depois da União Europeia anunciar uma tarifa de importação de até 38% sobre os automóveis elétricos chineses, a China respondeu com a sua própria investigação comercial, tendo como alvo os produtos europeus dos setores da energia eólica, fotovoltaica, equipamento de segurança e comboios elétricos.
A decisão da UE vai ainda permitir aos países do Ocidente reforçar ou implementar práticas protecionistas na indústria tecnológica. Vários países europeus e os Estados Unidos estão a fabricar microchips, bem como outros componentes, desde a crise de fornecimento da China, durante a pandemia da covid-19.