{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/next/2018/09/21/novo-satelite-europeu-vai-medir-o-vento-para-melhorar-previsoes" }, "headline": "Novo sat\u00e9lite europeu vai medir o vento para melhorar previs\u00f5es", "description": "Pela primeira vez, o novo sat\u00e9lite Aeolus da Ag\u00eancia Espacial Europeia vai medir o vento a partir do espa\u00e7o, o que poder\u00e1 melhorar as previs\u00f5es meteorol\u00f3gicas.", "articleBody": "Pela primeira vez, o novo sat\u00e9lite Aeolus da Ag\u00eancia Espacial Europeia vai medir o vento a partir do espa\u00e7o, o que poder\u00e1 melhorar as previs\u00f5es meteorol\u00f3gicas. No norte da Noruega, no centro espacial de And\u00f8ya, os cientistas est\u00e3o a calibrar e a validar as medidas enviadas pelo sat\u00e9lite que se encontra em \u00f3rbita, no espa\u00e7o, a uma altitude de 320 quil\u00f3metros, desde final de agosto. \u0022O sat\u00e9lite Aeolus est\u00e1 a dar a volta a terra neste preciso momento. Move-se do polo norte para o polo sul e inversamente, realizando a chamada \u00f3rbita polar. \u00c0 medida que d\u00e1 a volta a terra, a terra gira e o sat\u00e9lite realiza medidas \u00e0 volta do globo dezasseis vezes por dia\u0022, explicou Anne Grete Straume, uma das cientistas da Ag\u00eancia Espacial Europeia respons\u00e1veis pelo projeto. \u200b Gra\u00e7as a um sistema laser, o sat\u00e9lite mede a dire\u00e7\u00e3o e a velocidade do vento, algo que nunca tinha sido feito antes. Os dados recolhidos pelo sat\u00e9lite s\u00e3o analisados no centro espacial de And\u00f8ya, na Noruega. \u0022O nosso observat\u00f3rio situa-se a 69 graus a norte. \u00c9 o \u00fanico observat\u00f3rio capaz de fazer medidas em conjunto com o sat\u00e9lite Aeolus. \u00c9 a \u00fanica esta\u00e7\u00e3o que mede com a ajuda do sistema laser Lidar a velocidade e a dire\u00e7\u00e3o do vento, nesta latitude, no hemisf\u00e9rio norte\u0022, disse Michael Gausa, diretor cient\u00edfico do Centro Espacial de And\u00f8ya. Os dois telesc\u00f3pios do Instituto da F\u00edsica Atmosf\u00e9rica de Liebniz funcionam de forma similar ao sat\u00e9lite Aeolus, o que serve de refer\u00eancia para os cientistas da Ag\u00eancia Espacial Europeia. \u0022\u00c9 muito importante perceber e poder verificar que as medidas do sat\u00e9lite est\u00e3o corretas em fun\u00e7\u00e3o dos diferentes estados do tempo, quer seja no caso de tempestades ou em caso de tempo ameno. \u00c9 preciso ter um ponto de compara\u00e7\u00e3o com as medidas realizadas pelos bons instrumentos que est\u00e3o na terra. Por isso \u00e9 importante medir n\u00e3o apenas uma vez mas realizar v\u00e1rias medidas ao longo do tempo\u0022, referiu Anne Grete Straume. Para verificar a exatid\u00e3o das medidas realizadas pelo sat\u00e9lite os cientistas usam tamb\u00e9m os dados dos bal\u00f5es meteorol\u00f3gicos. Os bal\u00f5es s\u00e3o lan\u00e7ados duas vezes por dia e recolhem informa\u00e7\u00e3o sobre a velocidade do vento, a temperatura e a humidade. \u0022Com os bal\u00f5es obtemos medidas locais do vento, o que \u00e9 importante para calibrar e validar as medidas recolhidas pelo sat\u00e9lite. Sabemos que estamos a medir aproximadamente a mesma \u00e1rea. \u00c9 claro que o bal\u00e3o desloca-se com o vento mas temos a mesma cobertura em geral e podemos comparar as medidas do sat\u00e9lite e do bal\u00e3o\u0022, sublinhou Ingrid Hanssen, engenheira do Centro Espacial de And\u00f8ya. \u200b H\u00e1 v\u00e1rios sat\u00e9lites que observam a temperatura e a humidade, que s\u00e3o usados desde h\u00e1 v\u00e1rias d\u00e9cadas. Mas n\u00e3o existe um sistema global para medir o vento no planeta. De acordo com o Centro Europeu de Previs\u00f5es Meteorol\u00f3gicas a M\u00e9dio Prazo (CEPMMP), o vento \u00e9 a pe\u00e7a do puzzle que falta para poder melhorar as previs\u00f5es meteorol\u00f3gicas. \u0022Alguns dos maiores erros de previs\u00e3o do tempo, nos \u00faltimos cinco anos, est\u00e3o associados \u00e0 nossa falta de conhecimento sobre os ventos nos tr\u00f3picos. N\u00e3o existe informa\u00e7\u00e3o sobre o vento nos oceanos, sobre o vento no sul do Pac\u00edfico. Nem sequer temos muita informa\u00e7\u00e3o sobre o vento no oceano atl\u00e2ntico\u0022, explicou Lars Isaksen, cientista do CEPMMP. Os dados recolhidos pelo sat\u00e9lite v\u00e3o ser analisados e corrigidos pelo CEPMMP e s\u00f3 depois enviadas aos institutos de meteorologia. \u0022Ningu\u00e9m sabe se vai funcionar. Se funcionar bem, vamos inserir essa informa\u00e7\u00e3o nos nossos modelos de previs\u00e3o do tempo, de modo a melhorarmos a nossa compreens\u00e3o do chamado estado inicial, ou seja do estado do tempo de hoje, um elemento importante para realizar previs\u00f5es. Tudo depende do estado do tempo de hoje. Essa informa\u00e7\u00e3o \u00e9 integrada num modelo matem\u00e1tico complexo, o que nos d\u00e1 a previs\u00e3o para os dias seguintes\u0022, acrescentou Lars Isaksen. O sat\u00e9lite Aeolus pode medir a dire\u00e7\u00e3o e a velocidade do vento na superf\u00edcie da terra a 30 quil\u00f3metros de altitude. At\u00e9 agora, o laser est\u00e1 a funcionar como previsto. \u0022Poucas semanas ap\u00f3s o lan\u00e7amento, come\u00e7\u00e1mos a verificar o sat\u00e9lite e o sistema laser. Lig\u00e1mos o sistema e j\u00e1 come\u00e7\u00e1mos a recolher os dados e a ter uma ideia dos dados que vamos ter no final. \u00c9 fant\u00e1stico\u0022 , contou Anne Grete Straume. \u0022Com as atuais mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, vemos agora que a diferen\u00e7a de temperatura entre o equador e os polos est\u00e1 a diminuir, o que altera a forma como o vento se move na atmosfera e transporta a energia. Ao percebermos este fen\u00f3meno de forma mais detalhada vamos obter novos detalhes sobre as mudan\u00e7as meteorol\u00f3gicas do clima futuro\u0022, acrescentou a investigadora da Ag\u00eancia Espacial Europeia. ", "dateCreated": "2018-09-11T15:16:15+02:00", "dateModified": "2018-09-24T13:03:34+02:00", "datePublished": "2018-09-21T11:55:34+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F03%2F31%2F27%2F00%2F1440x810_cmsv2_33fdc9ae-4a59-540f-a30d-3af0b81b40b8-3312700.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Pela primeira vez, o novo sat\u00e9lite Aeolus da Ag\u00eancia Espacial Europeia vai medir o vento a partir do espa\u00e7o, o que poder\u00e1 melhorar as previs\u00f5es meteorol\u00f3gicas.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F03%2F31%2F27%2F00%2F432x243_cmsv2_33fdc9ae-4a59-540f-a30d-3af0b81b40b8-3312700.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "S\u00e9ries" ] }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Novo satélite europeu vai medir o vento para melhorar previsões

Em parceria comESA - The European Space Agency
Novo satélite europeu vai medir o vento para melhorar previsões
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notícia
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Pela primeira vez, o novo satélite Aeolus da Agência Espacial Europeia vai medir o vento a partir do espaço, o que poderá melhorar as previsões meteorológicas.

PUBLICIDADE

Pela primeira vez, o novo satélite Aeolus da Agência Espacial Europeia vai medir o vento a partir do espaço, o que poderá melhorar as previsões meteorológicas.

No norte da Noruega, no centro espacial de Andøya, os cientistas estão a calibrar e a validar as medidas enviadas pelo satélite que se encontra em órbita, no espaço, a uma altitude de 320 quilómetros, desde final de agosto.

"O satélite Aeolus está a dar a volta a terra neste preciso momento. Move-se do polo norte para o polo sul e inversamente, realizando a chamada órbita polar. À medida que dá a volta a terra, a terra gira e o satélite realiza medidas à volta do globo dezasseis vezes por dia", explicou Anne Grete Straume, uma das cientistas da Agência Espacial Europeia responsáveis pelo projeto.

Graças a um sistema laser, o satélite mede a direção e a velocidade do vento, algo que nunca tinha sido feito antes. Os dados recolhidos pelo satélite são analisados no centro espacial de Andøya, na Noruega.

"O nosso observatório situa-se a 69 graus a norte. É o único observatório capaz de fazer medidas em conjunto com o satélite Aeolus. É a única estação que mede com a ajuda do sistema laser Lidar a velocidade e a direção do vento, nesta latitude, no hemisfério norte", disse Michael Gausa, diretor científico do Centro Espacial de Andøya.

Os dois telescópios do Instituto da Física Atmosférica de Liebniz funcionam de forma similar ao satélite Aeolus, o que serve de referência para os cientistas da Agência Espacial Europeia.

"É muito importante perceber e poder verificar que as medidas do satélite estão corretas em função dos diferentes estados do tempo, quer seja no caso de tempestades ou em caso de tempo ameno. É preciso ter um ponto de comparação com as medidas realizadas pelos bons instrumentos que estão na terra. Por isso é importante medir não apenas uma vez mas realizar várias medidas ao longo do tempo", referiu Anne Grete Straume.

Para verificar a exatidão das medidas realizadas pelo satélite os cientistas usam também os dados dos balões meteorológicos. Os balões são lançados duas vezes por dia e recolhem informação sobre a velocidade do vento, a temperatura e a humidade.

"Com os balões obtemos medidas locais do vento, o que é importante para calibrar e validar as medidas recolhidas pelo satélite. Sabemos que estamos a medir aproximadamente a mesma área. É claro que o balão desloca-se com o vento mas temos a mesma cobertura em geral e podemos comparar as medidas do satélite e do balão", sublinhou Ingrid Hanssen, engenheira do Centro Espacial de Andøya.

Há vários satélites que observam a temperatura e a humidade, que são usados desde há várias décadas. Mas não existe um sistema global para medir o vento no planeta. De acordo com o Centro Europeu de Previsões Meteorológicas a Médio Prazo (CEPMMP), o vento é a peça do puzzle que falta para poder melhorar as previsões meteorológicas.

"Alguns dos maiores erros de previsão do tempo, nos últimos cinco anos, estão associados à nossa falta de conhecimento sobre os ventos nos trópicos. Não existe informação sobre o vento nos oceanos, sobre o vento no sul do Pacífico. Nem sequer temos muita informação sobre o vento no oceano atlântico", explicou Lars Isaksen, cientista do CEPMMP.

Os dados recolhidos pelo satélite vão ser analisados e corrigidos pelo CEPMMP e só depois enviadas aos institutos de meteorologia.

"Ninguém sabe se vai funcionar. Se funcionar bem, vamos inserir essa informação nos nossos modelos de previsão do tempo, de modo a melhorarmos a nossa compreensão do chamado estado inicial, ou seja do estado do tempo de hoje, um elemento importante para realizar previsões. Tudo depende do estado do tempo de hoje. Essa informação é integrada num modelo matemático complexo, o que nos dá a previsão para os dias seguintes", acrescentou Lars Isaksen.

O satélite Aeolus pode medir a direção e a velocidade do vento na superfície da terra a 30 quilómetros de altitude. Até agora, o laser está a funcionar como previsto.

"Poucas semanas após o lançamento, começámos a verificar o satélite e o sistema laser. Ligámos o sistema e já começámos a recolher os dados e a ter uma ideia dos dados que vamos ter no final. É fantástico" , contou Anne Grete Straume.

"Com as atuais mudanças climáticas, vemos agora que a diferença de temperatura entre o equador e os polos está a diminuir, o que altera a forma como o vento se move na atmosfera e transporta a energia. Ao percebermos este fenómeno de forma mais detalhada vamos obter novos detalhes sobre as mudanças meteorológicas do clima futuro", acrescentou a investigadora da Agência Espacial Europeia.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notícia