Emmanuel Macron está na Indonésia para discutir o reforço da defesa e do comércio com o seu homólogo Prabowo Subianto. É a segunda paragem da sua visita de uma semana ao Sudeste Asiático.
O presidente francês, Emmanuel Macron, reuniu-se com o seu homólogo indonésio, Prabowo Subianto, no âmbito da sua viagem de uma semana ao Sudeste Asiático, com o objetivo de reforçar os laços regionais num contexto global cada vez mais instável.
Macron e a primeira-dama Brigitte Macron chegaram a Jacarta na terça-feira à noite para a segunda paragem da sua viagem, depois do Vietname, onde Macron assinou um acordo para vender 20 aviões Airbus a Hanói.
À chegada, Macron dirigiu palavras calorosas ao líder indonésio, descrevendo-o como um irmão e "um grande amigo meu". Recorde-se que Prabowo Subianto foi general nas forças armadas indonésias durante o período de ocupação militar em Timor-Leste.
A cooperação militar entre a Indonésia, a maior economia do Sudeste Asiático, e a França tem crescido nos últimos anos, começando em 2019, quando Subianto se tornou ministro da Defesa.
Ele e Macron se encontraram em novembro ado à margem da cúpula do G20 no Brasil, onde discutiram os planos da Indonésia de comprar caças e submarinos da França.
A Indonésia finalizou uma encomenda de 42 caças ses Dassault Rafele em janeiro de 2024, estando a primeira entrega prevista para o início de 2026.
O país asiático anunciou também a compra de dois submarinos ses Scorpene Evolved e de 13 radares de interceção de controlo terrestre da Thales.
Cinco dos sistemas de radar deverão ser instalados na nova capital da Indonésia, Nusantara.
O ministro da Defesa indonésio, Sjafrie Sjamsoeddin, disse aos jornalistas, depois de receber Macron, que a visita tem como objetivo reforçar a "cooperação em matéria de defesa entre a Indonésia e a França".
Na quarta-feira, Subianto recebeu Macron numa cerimónia no Palácio Merdeka, em Jacarta, antes de os dois líderes se reunirem bilateralmente.
Os dois presidentes am mais de uma dúzia de acordos, incluindo uma carta de intenções para a Indonésia adquirir sistemas de armas estratégicas, nomeadamente aviões de combate e submarinos.
Os desenvolvimentos "podem abrir uma nova perspetiva com novas encomendas de Rafales, Scorpènes e fragatas ligeiras, juntamente com exercícios conjuntos consolidados", disse Macron numa conferência de imprensa conjunta.
Subianto afirmou que a França é um dos principais parceiros da Indonésia "na modernização do equipamento de defesa, incluindo no desenvolvimento da indústria de defesa através da produção conjunta e da transferência de tecnologia".
Os dois também discutiram questões globais, nomeadamente as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente.
A Indonésia está a tentar atualizar e modernizar o seu arsenal e reforçar a sua indústria de defesa nacional.
Subianto atravessou o mundo depois de se tornar ministro da defesa, antes foi general das Kous - as forças especiais militares da Indonésia que ocuparam Timor-Leste em 1975 -, viajando para a China, França, Rússia, Turquia e Estados Unidos, numa tentativa de adquirir novos sistemas de armas militares, bem como capacidades de vigilância e defesa territorial.
Atualmente, a Força Aérea da Indonésia opera uma mistura de caças fabricados em vários países, incluindo os Estados Unidos, a Rússia e o Reino Unido.
Alguns desses aviões atingiram ou atingirão em breve a fase de fim de vida útil e necessitam de ser substituídos ou actualizados.
Os dois países am também acordos sobre comércio, investimento, energia, minerais críticos e silvicultura.
Macron deverá ainda encontrar-se com o secretário-geral da ASEAN, Kao Kim Hourn, e discursar na Universidade Estatal de Jacarta.
Na quinta-feira, Macron e a sua mulher vão visitar Borobudur, um templo budista do século IX no centro de Java, e uma academia militar antes de se dirigirem a Singapura, onde o líder francês vai discursar na principal conferência de defesa da Ásia, o Diálogo de Shangri-La.