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Secretas investigam origem de desinformação sobre o apagão

Pessoas caminham ao longo de uma rua sem luz em Lisboa, durante um corte de eletricidade a nível nacional, na noite de segunda-feira, 28 de abril de 2025.
Pessoas caminham ao longo de uma rua sem luz em Lisboa, durante um corte de eletricidade a nível nacional, na noite de segunda-feira, 28 de abril de 2025. Direitos de autor Armando Franca/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Armando Franca/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
De Nuno Tiago Pinto
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No contexto da guerra na Ucrânia, o universo mediático tem sido inundado com campanhas de desinformação para influenciar a opinião pública. Serviços de Informações querem esclarecer a origem da mensagem alarmista.

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O Serviço de Informações e Segurança (SIS) está a tentar apurar a origem da mensagem que circulou pelo WhatsApp e pelas redes sociais menos de uma hora após o início do apagão que atingiu Portugal e Espanha e que, simulando uma notícia da CNN Internacional que atribuía a responsabilidade pela quebra de energia a grupos de hackers russos apoiados por Moscovo.

De acordo com as fontes adas pelo Nascer do SOL, o facto de o texto ser elaborado, com declarações de protagonistas que lhe davam grande credibilidade, e o detalhe de ter sido colocado a circular tão rapidamente pode indiciar alguma preparação. O esclarecimento da origem poderá ser relevante para apurar se a mensagem fará parte de alguma campanha de desinformação mais alargada no contexto da guerra na Ucrânia.

«O texto começou a ser partilhado rapidamente em grupos de WhatsApp e redes sociais. De Bruxelas não havia indicações de nada», recorda ao Nascer do SOL fonte das secretas que pediu o anonimato. «Agora temos de fazer a reconstituição histórica para ver se descobrimos a origem. Nas redes sociais, como o X, é possível fazer o percurso inverso. No WhatsApp é mais difícil, mas estamos a tentar descobrir», garante.

Com a guerra na Ucrânia como pano de fundo, sabe-se que ambos os lados do conflito têm tentado inundar o universo mediático com campanhas de desinformação para tentar influenciar as opiniões públicas.

O esclarecimento da origem da mensagem ganha importância nesse contexto. E cabe às secretas por se integrar naquilo que é classificado de «ameaça híbrida». «A investigação cabe a quem faz a análise da ameaça, os serviços de informações. A nível supranacional também pode ser feito pela Europol, por exemplo, uma vez que envolve a presidente da Comissão Europeia. Sempre ao nível da ameaça contra o Estado», diz uma fonte dos serviços de segurança nacionais.

O texto da falsa notícia, que numa primeira versão circulou em inglês e depois em português do Brasil, simulava uma notícia da CNN Internacional relatando uma onda de ataques cibernéticos sem precedentes a infraestruturas a mais de 15 países europeus, dando conta de que os principais suspeitos seriam grupos de hackers russos apoiados por Moscovo. Nessa notícia falsa, a presidente da Comissão Europeia era citada dizendo que se tratava de «um ataque direto à soberania europeia» e ao qual «vamos responder com unidade, força e resiliência». O Kremlin também era citado como negando as acusações. Por fim, o texto relatava movimentos militares russos no Atlântico Norte. 

Numa altura em que não havia informações sobre o que se ava, a mensagem circulou por um número incontável de contas e grupos no WhatsApp e redes sociais. Chegou ao próprio gabinete do primeiro-ministro que tentou esclarecer a origem junto dos responsáveis da CNN Portugal. «Recebi chamadas do governo a tentar perceber o que era aquilo. Depois, apesar de as comunicações serem cada vez mais difíceis, percebi que estava a ser muito partilhada e achei que devia ir à antena esclarecer que era falsa», diz ao Nascer do SOL o diretor da CNN Portugal, Nuno Santos.  

Caso a análise das secretas chegue a alguma conclusão, ela poderá dar mais tarde origem a um inquérito crime. «Nesse âmbito terá depois que haver um pedido formal à META, dona do WhatsApp, para rastrear a origem da mensagem. Manualmente não é impossível, mas é impraticável”, refere um investigador com larga experiência no combate à cibercriminalidade. «Temos atualmente dois grandes blocos em conflito. O ocidental, com países democráticos, e o outro. A cooperação para a desinformação por parte de elementos que vivem no bloco ocidental com o outro existe. Há simpatizantes que agem em nome de atores estatais. É importante esclarecer o tema», assume.

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