Os conservadores polacos dançaram a Polonaise, uma celebração patriótica, para apoiar o seu candidato presidencial, Karol Nawrocki, na capital, à medida que as eleições se aproximam. Há mil anos, Boleslau I, o Bravo, tornava-se o primeiro rei da Polónia.
PUBLICIDADENo sábado, os polacos deslocaram-se de todo o país à capital, Varsóvia, para uma manifestação patriótica que celebrava os mil anos da coroação do primeiro rei da Polónia.
Dançaram a Polonaise em trajes históricos, cantaram o hino nacional, invocaram as suas crenças católicas e entoaram slogans de apoio a um candidato conservador que concorre às eleições presidenciais do próximo mês.
A marcha de milhares de pessoas foi apoiada pelo partido Lei e Justiça, os populistas conservadores que governaram a Polónia durante oito anos até 2023, quando o primeiro-ministro centrista e pró-europeu Donald Tusk assumiu o poder.
O Lei e Justiça espera recuperar o poder nas próximas eleições gerais. Entretanto, está a lutar para eleger um aliado como presidente, que é o comandante-em-chefe e tem influência na política externa e poder de veto sobre as leis.
O líder do Lei e Justiça, Jarosław Kaczyński, apelou a "todos os patriotas" para se juntarem à marcha, que culminou com uma concentração em frente ao Castelo Real, onde o candidato do partido, Karol Nawrocki, de 42 anos, discursou para uma multidão que o apoiou.
O castelo, reconstruído depois de ter sido destruído pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, é um símbolo da história e da resistência da nação.
Nawrocki, que se tornou historiador e político, disse que a Polónia deve salvaguardar "este património, esta beleza, esta coroa que nos foi dada".
"Queremos uma Polónia com aspirações, com sonhos, porque estamos comprometidos com aqueles que vieram antes de nós e com aqueles que virão depois de nós", disse Nawrocki. "Queremos uma grande Polónia!"
Algumas bandeiras dos EUA foram agitadas na marcha, no meio de um mar de bandeiras polacas, enquanto alguns apoiantes presentes no comício expressavam o seu apoio ao Presidente dos EUA, Donald Trump. Um deles, Stanislaw Bieniek, 81 anos, disse que fugiu da Polónia comunista para os EUA, onde obteve a cidadania.
"Toda a minha família votou em Trump e agora vivo aqui e vou votar em Nawrocki", disse.
O comício acontece no momento em que o partido Lei e Justiça procura angariar apoio para o seu candidato, Nawrocki, que tem estado atrás nas sondagens do candidato liberal da frente, o presidente da Câmara de Varsóvia, Rafał Trzaskowski.
Nawrocki também tem lutado contra a ascensão de um adversário do partido de extrema-direita Confederação. Sławomir Mentzen, que tem vindo a ganhar popularidade, representa uma grande ameaça ao domínio do partido Lei e Justiça sobre o considerável eleitorado conservador do país.
O evento de sábado foi uma celebração do milénio da coroação do primeiro rei da Polónia, Bolesłau I, o Bravo. A sua coroação, em 1025, foi um momento histórico, muito apreciado por muitos polacos, na medida em que afirmou a unidade nacional do país.
O comício também celebrou outro aniversário histórico, marcando o 500º ano desde que o Duque da Prússia prestou fidelidade formal ao rei polaco em 1525. Este facto tem uma ressonância emocional para algumas pessoas num país que sofreu a agressão alemã durante períodos significativos da sua história.
Os organizadores estimaram a participação de 100.000 pessoas, embora a Câmara Municipal - dirigida por Trzaskowski - tenha estimado o número em 20.000.
Trzaskowski tem obtido mais de 30% das sondagens, enquanto Nawrocki está atrás, com pouco mais de 20%. Os dois juntaram-se a um debate na sexta-feira para tentar dinamizar os seus eleitorados tradicionais e ganhar novos votos.
As eleições presidenciais polacas estão marcadas para 18 de maio. A Polónia utiliza um sistema de maioria absoluta nas suas eleições. Se nenhum candidato obtiver mais do que o limiar de 50% necessário para ganhar, haverá uma segunda volta entre os dois primeiros candidatos.
O atual presidente, Andrzej Duda, que exerce o seu mandato como independente, é um aliado do partido conservador Lei e Justiça. O seu segundo e último mandato termina este verão e já não é elegível para se candidatar ao cargo.