Segundo o presidente ucraniano, dois cidadãos chineses foram apanhados a combater ao lado de Moscovo durante a invasão em grande escala da Ucrânia.
Dois cidadãos chineses que combatiam no exército russo foram capturados no leste da Ucrânia, adiantou o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy na terça-feira.
"Os nossos militares capturaram dois cidadãos chineses que combatiam no exército russo. O facto ocorreu no território da Ucrânia, na região de Donetsk. Temos os documentos destes prisioneiros, cartões bancários e dados pessoais", afirmou Zelenskyy numa publicação nas redes sociais.
O chefe de Estado ucraniano partilhou imagens de um dos prisioneiros e afirmou que a Ucrânia tinha informações sobre outros cidadãos chineses que lutavam no exército russo.
"Temos informações de que há muito mais do que dois cidadãos chineses nas unidades do ocupante", disse Zelenskyy.
A confirmar-se, este facto marcaria a presença de um terceiro país com tropas no terreno e de um quarto país no total a combater ao lado da Rússia na sua guerra total contra a Ucrânia. No início do ano ado, cerca de 12 mil soldados norte-coreanos foram enviados para a região de Kursk para apoiar as forças russas.
De acordo com Zelenskyy, as unidades norte-coreanas que lutam pela Rússia sofreram cerca de 4 mil baixas, dois terços das quais foram mortas. Entretanto, Teerão tem prestado o seu apoio a Moscovo, incluindo drones Shaheed, mas não tem pessoal presente na Ucrânia neste momento.
"Este é mais um país a dar apoio militar à invasão russa da Ucrânia. Mais um depois das tropas do Irão e da Coreia do Norte", disse Zelenskyy.
"Mas há uma diferença: os norte-coreanos estavam a lutar contra nós na frente de Kursk, enquanto os chineses estão a lutar em território ucraniano. Penso que esta é uma questão importante que temos de discutir com os nossos parceiros".
O presidente ucraniano disse aos jornalistas que tinha dado ordens aos funcionários de Kiev para obterem uma explicação de Pequim.
A China tem sido o principal parceiro da Rússia desde o início da invasão em grande escala. O país tornou-se o principal fornecedor de Moscovo de bens de dupla utilização na produção de armas.
A presidente da Comissão Europeia apelou aos aliados ocidentais para que reagissem.
Pedido de reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU
A Ucrânia solicitou uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e uma reunião especial do Conselho Permanente da OSCE na sequência do ataque letal da Rússia a Kryvyi Rih, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros Andrii Sybiha.
"O ataque balístico da Rússia a Kryvyi Rih na semana ada matou nove crianças, o maior número de crianças ucranianas mortas num único ataque desde 2022. A Rússia visou parques infantis numa zona residencial normal. Com uma ogiva de fragmentação para maximizar o número de vítimas", escreveu Sybiha.
As reuniões do Conselho de Segurança da ONU e da OSCE "ajudarão a fazer avançar os esforços de paz e a responsabilização" e terão lugar na quinta-feira.
Entretanto, os meios de comunicação social ucranianos noticiaram na terça-feira que pelo menos três pessoas morreram e 19 ficaram feridas em ataques russos na Ucrânia.
O governador regional Vadym Filashkin afirmou que duas pessoas foram mortas e outras duas ficaram feridas por bombardeamentos russos em Donetsk.
Outra pessoa foi morta em Kharkiv e outras cinco ficaram feridas, incluindo uma criança, de acordo com o governador da região, Oleh Syniehubov.
As autoridades ucranianas informaram que pelo menos 17 pessoas ficaram feridas em Kherson e Dnipro.
A Rússia lançou 46 drones contra a Ucrânia durante a noite, incluindo drones de ataque do tipo Shahed e um míssil balístico, de acordo com o exército ucraniano.