Entidades concorrentes ao concurso público da empreitada para a requalificação das infraestruturas do EMGFA necessárias para a Escola de Ciberdefesa, foram já notificadas sobre o relatório final. Obra terá início após visto prévio do Tribunal de Contas.
Um consórcio formado por uma empresa norte-americana com sede na Virgínia e duas empresas portuguesas venceu o concurso para formar militares portugueses em ações de ciberguerra. Fonte oficial do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) confirmou à Euronews que esse treino está a decorrer.
Esta iniciativa insere-se no Projeto Escola de Ciberdefesa (ECD), previsto em sede de Lei de Programação Militar (LPM) com 12,5 milhões de euros, para a contratualização de formação a entidades formadoras e para a criação e requalificação das infraestruturas necessárias para o seu funcionamento, esclarece a mesma fonte.
A formação destes militares portugueses resulta do procedimento concursal para a aquisição de serviços de formação e consultoria em Ciberdefesa que foi concluído, após obtenção de visto do Tribunal de Contas, com adjudicação a um consórcio internacional pelo valor total de cerca de 7,5 milhões de euros.
Neste âmbito, refere fonte do EMFGA, “após o processo de seleção de candidatos provenientes do EMGFA e dos três ramos [Marinha, Exército e Força Aérea], teve início, no dia 16 de dezembro de 2024, o primeiro curso Cyber Defender”.
O Estado-Maior-General das Forças Armadas não revelou o nome das empresas, mas segundo o Diário de Notícias, que avançou a notícia no início de fevereiro, o treino em ciberguerra vai ser providenciado por uma empresa norte-americana, com sede na Virgínia, Estados Unidos, e cujo CEO de origem portuguesa tem vasta experiência de consultoria e treino de entidades governamentais como a CIA, NSA e várias no setor dos serviços de informação.
De acordo com o diário português, em 2023, a empresa norte-americana, na altura do lançamento do concurso, estabeleceu uma parceria com uma congénere portuguesa, com vasto histórico de contratos na área de cibersegurança com o Estado. Por último, a terceira empresa envolvida no consórcio é uma grande operadora de telecomunicações com contratos com o Estado – a nível central e local – no valor de mais de 360 milhões de euros.
Este curso é o tiro de partida para a criação da primeira Escola de Ciberdefesa em Portugal, prevista desde 2022 na Estratégia Nacional de Ciberdefesa, e está a decorrer, provisoriamente, nas instalações da Cyber Academia and Innovation Hub, localizadas na Academia Militar, em Lisboa.
Relativamente à empreitada para a requalificação das infraestruturas do EMGFA necessárias para a Escola de Ciberdefesa, o EMFGA adianta que as entidades concorrentes ao concurso público foram já notificadas sobre o relatório final.
“O procedimento será submetido a visto prévio do Tribunal de Contas. Após a sua obtenção, a obra terá início”, acrescenta no esclarecimento à Euronews.
A concretização desta empreitada permitirá a realização simultânea de diferentes tipologias de cursos, de forma autónoma, junto aos órgãos de comando de ciberdefesa do EMGFA.
“Este projeto reforça o compromisso das Forças Armadas em contribuir para o fortalecimento da capacidade de ciberdefesa nacional, alinhando-se com os mais elevados padrões de formação e inovação tecnológica”, sublinha fonte oficial do EMGFA.