Na Europa, cerca de 47 milhões de pessoas vivem atualmente em situação de pobreza energética e as empresas queixam-se de que os preços elevados da energia as tornam muito menos competitivas do que os concorrentes dos Estados Unidos e da China.
Sete milhões de pessoas nos Estados-Membros da União Europeia (UE) vivem em situação de pobreza energética. Isto significa que não têm dinheiro para aquecer as suas casas. Além disso, as empresas queixam-se de que os elevados preços da energia as tornam muito menos competitivas do que os concorrentes dos Estados Unidos (EUA) e da China.
Mas o comissário Europeu para a Energia e Habitação disse à Euronews que foi elaborado um plano para poupar um total de 2,5 mil milhões de euros nos próximos 15 anos.
“A energia renovável é muito mais barata do que a alternativa fóssil. Por isso, os preços vão baixar. Além disso, se o nosso sistema de eletricidade estiver mais bem ligado na Europa, com mais redes e interligações, os preços também irão baixar. E, finalmente, o mercado do gás, os comerciantes precisam de ser mais bem controlados para garantir que os lucros não são demasiado elevados”, explicou Dan Jørgensen.
O plano inclui medidas istrativas como a redução do tempo necessário para a obtenção de licenças para as energias renováveis, a promoção de soluções de eficiência energética e a revisão dos componentes das faturas energéticas residenciais, nomeadamente os custos da rede e do sistema, os impostos e taxas e os custos de fornecimento.
A Comissão fará recomendações aos Estados-membros no sentido de reduzir os impostos nacionais sobre a eletricidade e permitir que os consumidores mudem mais facilmente de fornecedor para ofertas de energia mais baratas, entre outras.
Os Estados-membros têm um papel fundamental a desempenhar na redução das facturas de eletricidade a curto prazo. A Comissão vai oferecer-lhes apoio, especialmente nos domínios da tributação e das tarifas de rede, em que podem ser tomadas medidas imediatas.
A Comissão emitirá uma recomendação aos Estados-membros sobre a forma de reduzir eficazmente os níveis de tributação da eletricidade e de tirar o melhor partido das possibilidades existentes para diminuir os impostos aplicáveis às indústrias e aos agregados familiares com utilização intensiva de energia.
O Ccomissário afirma que as medidas propostas terão impacto nas faturas já este ano.
“Com estas medidas, pouparemos na Europa cerca de 45 mil milhões de euros já no próximo ano. Portanto, já a partir de agora e no próximo ano, isto irá, naturalmente, aumentar. Assim, as poupanças serão maiores. E em 2030 pouparemos mais de 130 mil milhões de euros por ano. Trata-se, portanto, de montantes enormes. Obviamente, isto significará não só uma maior competitividade para as nossas indústrias, mas também para as nossas famílias”, explicou Jørgensen.
O comissário para o setor da energia afirma que há igualmente razões de segurança. A Europa continua a comprar demasiado gás russo e, desde o início da guerra, os valores gastos nestas importações equivalem à aquisição de 2.400 caças F35.
“Estamos a fazer baixar os preços da energia e a aumentar a competitividade. Já reduzimos significativamente os preços da energia na Europa, duplicando a aposta nas energias renováveis. Agora, estamos a dar um o em frente com o Plano de Ação para uma Energia ível, que faz parte do nosso Pacto Industrial Limpo. Com ele, conseguiremos preços mais previsíveis, ligações mais fortes em toda a Europa e um maior consumo de energia. Eliminaremos sistematicamente os obstáculos que ainda subsistem para podermos construir uma verdadeira União da Energia”, afirmou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, numa declaração.