Será uma coligação governativa de posicionamento pró-europeu, depois de a crise política instalada no país após a anulação dos resultados das últimas eleições presidenciais.
O presidente da Roménia, Klaus Iohannis, nomeou, esta segunda-feira, o primeiro-ministro incumbente, Marcel Ciolacu, para liderar um novo governo de coligação, de posicionamento pró-europeu.
Marcel Ciolacu, do Partido Social Democrata (PSD) vai assim continuar a ocupar o cargo que desempenha desde junho do ano ado, na sequência de deliberações levadas a cabo por Iohannis junto dos partidos políticos do país.
Em causa uma decisão que surge após esse mesmo partido, de centro-esquerda, ter sido o mais votado nas eleições legislativas romenas do ado dia 1 de dezembro.
Com esta escolha, o chefe de Estado romeno pretende contribuir para colocar fim à crise política que se instalou no país, na sequência da anulação, por parte do Tribunal Constitucional do país, da primeira volta das eleições presidenciais, devido a suspeitas de violações eleitorais e de interferência russa. Um escrutínio que consagrou como vitorioso o candidato Călin Georgescu, da extrema-direita, e na qual o próprio Marcel Ciolacu ficou em terceiro lugar.
A estratégia de Klaus Iohannis pretende ainda afirmar-se como uma tentativa de diminuir o poder de atuação dos nacionalistas de extrema-direita, que conquistaram ganhos significativos no parlamento nacional.
“Não será um mandato fácil para o futuro governo”, referiu Marcel Ciolacu esta segunda-feira, numa declaração onde acrescentou: “Estamos conscientes de que nos encontramos no meio de uma profunda crise política. É também uma crise de confiança, e esta coligação pretende recuperar a confiança dos cidadãos, a confiança do povo."
A nomeação feita pelo presidente terá agora, ainda assim, de ser aprovada pelos deputados.
Mas o anúncio de Klaus Iohannis surge já depois de os partidos pró-europeus do país terem concordado em formar uma aliança que dispõe de uma maioria no parlamento. Conseguindo, portanto, ultraar os três partidos populistas e nacionalistas, alguns com posições abertamente pró-russas, que conseguiram cerca de um terço dos lugares.
Da coligação fazem parte, para além do Partido Social Democrata, os atuais parceiros de coligação do Partido Nacional Liberal (centro-direita), o partido União para Salvar a Roménia (centro) e a a Aliança Democrática dos Húngaros na Roménia (centro-direita).
Os três partidos chegaram igualmente a um acordo sobre a possibilidade de apoiar um candidato único, pró-europeu, na repetição das eleições presidenciais, cuja data ainda não foi anunciada.
Sobre o tema, o primeiro-ministro afirmou: “Cada um dos signatários deste acordo político compreendeu o sinal enviado pelos romenos durante as eleições gerais.”