PP acusa Teresa Ribera, ministra da Transição Ecológica, de ter cancelado as obras da ravina de Poyo, um dos pontos mais críticos da catástrofe. Ribera contra-ataca, afirmando que governo do PP deixou cair Declaração de Impacto Ambiental positiva que ela assinou quando era secretária de Estado.
Os políticos dos dois principais partidos espanhóis trocam culpas pelas consequências desastrosas das cheias que atingiram Espanha em outubro e que, segundo dados oficiais, fizeram mais de 200 mortos.
O Partido Popular (PP), de centro-direita, acusa a ministra da Transição Ecológica, Teresa Ribera, de não ter concluído as obras de emergência na ravina de Poyo, um dos pontos mais críticos da catástrofe.
"Sr.ª Rivera, a senhora foi incompetente, intransigente e extremamente egoísta. Se não tivesse cancelado o projeto de canalização e drenagem da ravina de Poyo em 2021, muitas vidas teriam sido salvas”, afirmou, no parlamento, Miguel Tellado, porta-voz do grupo parlamentar do PP.
Mas a ministra sublinha que o PP cancelou as obras em causa quando estava no governo.
"Sabe quando foi o momento em que estivemos mais perto de resolver as obras da ravina de Poyo? Quando Teresa Ribera, enquanto secretária de Estado, assinou a única Declaração de Impacto Ambiental positiva para estas obras, em dezembro de 2011. E vocês deixaram-na cair”, ripostou Ribera.
A lei espanhola determina que as autoridades regionais são responsáveis pela gestão de emergências.
Com as atenções centradas em Carlos Mazón, presidente do governo regional valenciano, de centro direita, o PP culpa Ribera. Mazón pediu desculpa pela tragédia mas não se demitiu.
A polémica pode ser um problema na nomeação de Ribera como vice-presidente da Comissão Europeia para a Transição Limpa, Justa e Competitiva.