Plano de governo de Giorgia Meloni sofre primeiro revés. Tribunal declarou ilegal retenção de migrantes oriundos do Egito e do Bangladesh, que considera países inseguros.
PUBLICIDADEO governo italiano de Giorgia Meloni teve um revés esta sexta-feira, quando um tribunal declarou ilegal a retenção de 12 pessoas num centro construído especialmente na Albânia para acolher migrantes que chegam a Itália e requerem asilo. Estas 12 pessoas fazem parte do primeiro contingente de 16 migrantes que Itália transferiu para este centro na Albânia.
Apesar de as ONG considerarem que se trata de uma violação dos direitos dos migrantes, muitos países europeus querem copiar a ideia.
A Euronews Albânia perguntou aos habitantes locais em Tirana o que pensam:
"Parabéns a Edi Rama. Somos a favor do acolhimento destas pessoas, porque os italianos também acolheram bem os emigrantes albaneses", diz um homem. Uma mulher acrescenta: "Deixem vir estes refugiados, não fazem mal nenhum, não estão a tirar o trabalho a ninguém".
A cimeira da UE na quinta-feira, em Bruxelas, também aprovou esta nova direção na política de migração. Os líderes disseram que a UE precisa de novas formas de impedir as chegadas ilegais. Mas, na Albânia, muitos pensam que é perigoso se o país se tornar um centro de migração para a Europa.
"São como escravos"
"Eles são como escravos. Sofriam lá e sofrem aqui porque ficam fechados", diz um cidadão albanês ouvido pela Euronews.
Outro homem acrescenta: Sou contra, porque isto não diz respeito apenas ao governo, mas a todo o povo albanês. São muitas pessoas e há várias coisas que os governos albanês e italiano não tiveram em consideração. Não se sabe quem são estas pessoas, se estão vacinadas, se têm alguma doença ou se trazem algum perigo dos seus países".
Apesar do plano da Itália, um tribunal de Roma estipulou que os migrantes oriundos do Egito e Bangladesh devem ser novamente enviados para Itália, uma vez que estes países não são considerados seguros.
O partido de extrema-direita Liga, de Matteo Salvini, parte da coligação governamental, condenou esta decisão do tribunal e diz que foi "politicamente motivada".
O centro foi desenhado para acolher 3000 migrantes por mês, resgatados pela guarda costeira italiana, e mantê-los retidos na Albânia enquanto Itália aprecia os pedidos de asilo.