PS propões benefício do IRS Jovem apenas em sete anos e não os 13 de Luís Montenegro. Redução do IRC de um ponto percentual em 2025 é aceitável, se não houver novas reduções nos três anos seguintes. Pedro Nuno Santos garante que PS quer “fazer tudo para evitar eleições”.
Depois de Luís Montenegro ter apresentado na noite de quinta-feira uma contraproposta - que o primeiro-ministro considerou “irrecusável” - Pedro Nuno Santos apresentou esta sexta-feira as alternativas do PS para o Orçamento do Estado de 2025.
O líder socialista saudou as aproximações feitas pelo Governo mas deixou novas diretivas sobre o IRS Jovem e o IRC, explicando que "há espaço para melhoria".
Em relação às quatro alterações ao IRS Jovem do Governo, Pedro Nuno Santos só não aceita uma: em vez dos 13 anos propostos por Luís Montenegro, o PS sugere “que o prazo de utilização do benefício fiscal aumente de cinco para sete anos”.
Quanto ao IRC, o caso parece um pouco mais complexo, com o Partido Socialista a apresentar duas alternativas.
Segundo Pedro Nuno Santos, a redução do IRC de um ponto percentual em 2025 é aceitável, se não houver novas reduções nos três anos seguintes. Em alternativa, e sem haver qualquer redução do IRC, o Governo permite a reintroduçao do crédito fiscal extraordinário ao investimento. "Não há redução do IRC em 2025 e essa não redução é substituida pelo crédito fiscal ao investimento", afirmou o líder socialista.
Pedro Nuno Santos começou a comunicação desta noite explicando que o "Partido Socialista quer fazer tudo para que eleições possam ser evitadas" e que o PS "quer ser parte desse processo de aprovação do Orçamento".
No final e, após a apresentação das propostas alternativas, o líder socialista garantiu que se for alcançado um entendimento, o OE será viabilizado.
"Se nós conseguirmos este acordo podemos encerrar este capítulo. Se conseguirmos este entendimento, estão criadas as condições para viabilizarmos o Orçamento", garantiu.
Governo volta a reunir-se em Conselho de Ministros na segunda-feira
Com o Orçamento do Estado para 2025 com destino incerto, o Governo volta a reunir-se na segunda-feira em Conselho de Ministros extraordinário, a três dias da entrega do documento.
Esta será a terceira reunião do Executivo no período de uma semana, embora tenham apresentado temas diferentes.
Marcelo Rebelo de Sousa adia viagens
Marcelo Rebelo de Sousa decidiu adiar as viagens à Estónia e à Polónia, previstas para a próxima semana, tendo em conta o atual período de negociações do Orçamento do Estado. O Presidente da República disse, no entanto, que não irá intervir nas discussões.
“Estou cá, mas isso não significa nada, nomeadamente nada que tenha a ver com o andamento das conversas”, garantiu aos jornalistas.