{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2024/10/03/bruxelas-leva-hungria-a-tribunal-por-causa-da-sua-controversa-lei-da-soberania-nacional" }, "headline": "Bruxelas leva Hungria a tribunal por causa da sua controversa lei da \u0022soberania nacional\u0022", "description": "Bruxelas intensificou a sua a\u00e7\u00e3o judicial contra a \u0022lei da soberania nacional\u0022 da Hungria, alegando que esta viola uma vasta gama de direitos fundamentais.", "articleBody": "A Comiss\u00e3o Europeia levou a Hungria a tribunal por causa de uma lei muito controversa que Budapeste diz ser necess\u00e1ria para proteger a \u0022soberania nacional\u0022, mas que ONG's denunciaram como um instrumento perigoso para atingir e, eventualmente, silenciar as vozes da oposi\u00e7\u00e3o.A a\u00e7\u00e3o judicial, anunciada esta quinta-feira, representa o pr\u00f3ximo o na a\u00e7\u00e3o legal que a Comiss\u00e3o lan\u00e7ou em fevereiro e \u00e9 uma rea\u00e7\u00e3o \u00e0s respostas \u0022insatisfat\u00f3rias\u0022 dadas por Budapeste. 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Bruxelas leva Hungria a tribunal por causa da sua controversa lei da "soberania nacional"

A Hungria tem estado sob escrutínio desde que foi aprovada a controversa lei da "soberania nacional".
A Hungria tem estado sob escrutínio desde que foi aprovada a controversa lei da "soberania nacional". Direitos de autor Szilard Koszticsak/MTI - Media Service and Asset Management Fund
Direitos de autor Szilard Koszticsak/MTI - Media Service and Asset Management Fund
De Jorge Liboreiro
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Bruxelas intensificou a sua ação judicial contra a "lei da soberania nacional" da Hungria, alegando que esta viola uma vasta gama de direitos fundamentais.

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A Comissão Europeia levou a Hungria a tribunal por causa de uma lei muito controversa que Budapeste diz ser necessária para proteger a "soberania nacional", mas que ONG's denunciaram como um instrumento perigoso para atingir e, eventualmente, silenciar as vozes da oposição.

A ação judicial, anunciada esta quinta-feira, representa o próximo o na ação legal que a Comissão lançou em fevereiro e é uma reação às respostas "insatisfatórias" dadas por Budapeste. A decisão transfere efetivamente a questão de Bruxelas para o Luxemburgo, onde está sediado o tribunal superior da UE.

O executivo não pede aos juízes que imponham quaisquer medidas provisórias, como a suspensão temporária da lei. Espera-se uma decisão final nos próximos anos.

"Depois de avaliar cuidadosamente a resposta das autoridades húngaras, a Comissão mantém a maioria das queixas identificadas, que ainda não foram resolvidas", afirmou Comissão Europeia na quinta-feira.

A lei controversa, aprovada em dezembro graças ao apoio do partido de Viktor Orbán, levou à criação do Gabinete de Proteção da Soberania (SPO) para investigar pessoas e organizações suspeitas de prejudicar a "soberania nacional" e a "identidade constitucional" do país.

O SPO pode recolher informações sobre indivíduos ou grupos que recebam financiamento do estrangeiro e que sejam suspeitos de influenciar o debate democrático e os processos eleitorais "no interesse de outro Estado" ou de um "órgão estrangeiro". Os serviços secretos húngaros são obrigados a prestar assistência ao SPO, que tem direito a aceder a documentos confidenciais.

Uma vez concluída a investigação, o SPO publica as suas conclusões. A lei não prevê quaisquer medidas de correção para contestar as conclusões.

Orbán, que frequentemente ataca os seus detractores como agentes pagos pelo Ocidente, diz que a lei é necessária para proteger a Hungria de interferências políticas indevidas.

Mas o vasto mandato da lei, as definições vagas e a falta de controlo judicial suscitaram sérias preocupações entre a sociedade civil e os jornalistas independentes, que receiam ser injustamente acusados de se recusarem a seguir o dogma político de Orbán e de não poderem contestar as conclusões públicas do SPO.

A Transparência Internacional da Hungria e a Átlátszó, uma organização de investigação sem fins lucrativos apoiada por donativos internacionais, já foram visadas pelo gabinete.

Comissão Europeia diz que lei viola valores fundamentais

A Comissão fez eco destas considerações quando lançou a ação judicial em fevereiro, afirmando que a lei viola um vasto leque de valores fundamentais e garantias legais, como o princípio da democracia, o direito à vida privada, a proteção dos dados pessoais, a liberdade de expressão, de informação e de associação e o direito a um julgamento justo, entre outros.

Os Estados Unidos também censuraram a lei "draconiana", afirmando que "a tentativa do governo húngaro de assediar, intimidar e punir organizações independentes é contrária aos princípios da governação democrática enraizada no Estado de direito".

O Parlamento Europeu, a Comissão de Veneza, a Amnistia Internacional e o Comité Húngaro de Helsínquia, bem como dezenas de organizações da sociedade civil e meios de comunicação social independentes, teceram outras críticas.

O último acontecimento surge no meio de um capítulo extremamente tenso no confronto de uma década entre Bruxelas e Budapeste. Nas últimas semanas, a Hungria tem sido alvo de críticas por se recusar a pagar uma multa de 200 milhões de euros, por ameaçar transportar imigrantes para a Bélgica e por facilitar a concessão de autorizações de trabalho a cidadãos russos e bielorrussos.

Orbán deverá dirigir-se ao Parlamento Europeu na próxima semana, no âmbito da presidência húngara do Conselho da UE, que está a ser boicotada em resposta ao encontro do primeiro-ministro com Vladimir Putin, em julho.

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