{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2021/01/22/estado-da-uniao-um-sinal-de-alivio-chamado-joe-biden" }, "headline": "\u0022Estado da Uni\u00e3o\u0022: Um sinal de al\u00edvio chamado Joe Biden?", "description": "Tomada de posse do novo presidente dos EUA est\u00e1 em destaque em mais uma edi\u00e7\u00e3o do programa \u0022Estado da Uni\u00e3o.\u0022", "articleBody": "Os EUA t\u00eam, desde quarta-feira, um novo presidente e o mundo parece ter respirado de al\u00edvio, com uma renovada esperan\u00e7a. O assunto est\u00e1 em destaque em mais uma edi\u00e7\u00e3o de \u0022Estado da Uni\u00e3o.\u0022 Joe Biden, o substituto do pol\u00e9mico Donald Trump, lembrou que \u0022a pol\u00edtica n\u00e3o tem de ser um inc\u00eandio, que destr\u00f3i tudo \u00e0 sua agem.\u0022 Estas palavras foram m\u00fasica para os ouvidos de muitos americanos, mas tamb\u00e9m entusiasmaram a classe pol\u00edtica europeia. A esse prop\u00f3sito, ningu\u00e9m foi mais claro, direto e honesto do que a presidente da Comiss\u00e3o Europeia, Ursula von der Leyen, que afirmou: \u0022H\u00e1 muito que aguardamos por uma nova aurora nos EUA. A Europa est\u00e1 pronta para um recome\u00e7o com o nosso parceiro de mais antigo e de confian\u00e7a.\u0022 A nova istra\u00e7\u00e3o norte-americana, por outro lado, est\u00e1 preparada para os desafios que tem pela frente. Durante a cerim\u00f3nia de tomada de posse, Joe Biden falou diretamente para o mundo. Um gesto invulgar para um presidente no discurso inaugural. Depois de anos de irrita\u00e7\u00e3o, desconfian\u00e7a e confronto, Biden procurou demarcar-se do antecessor. \u0022A minha mensagem para todos os que se encontram al\u00e9m-fronteiras \u00e9: os EUA foram testados e n\u00f3s corremos atr\u00e1s. Vamos reparar as nossas alian\u00e7as e envolver-nos novamente com o mundo. N\u00e3o para responder aos desafios do ado, mas antes aos do hoje e do amanh\u00e3\u0022, sublinhou Biden. Muita coisa est\u00e1 em jogo, para os EUA e para o mundo, mas o que \u00e9 que podemos esperar? Onde est\u00e1 a Europa, no pensamento de Joe Biden? O jornalista Stefan Grobe esteve \u00e0 conversa sobre esta mat\u00e9ria com Alexandra de Hoop Scheffer, diretora da representa\u00e7\u00e3o, em Paris, do think tank German Marshal Fund. Stefan Grobe, Euronews - Esta foi uma tomada de posse como nenhuma outra, repleta de simbolismo pol\u00edtico. Quais s\u00e3o as suas impress\u00f5es? Alexandra de Hoop Scheffer, German Marshall Fund - O discurso inaugural de Biden foi bastante poderoso, mas tamb\u00e9m muito ancorado no realismo. Foi um retrato e um entendimento muito realista do estado atual da Am\u00e9rica. Um retrato bastante realista das divis\u00f5es entre os americanos. Quando Biden mencionou os riscos de uma guerra incivil, fez uma declara\u00e7\u00e3o bastante poderosa e ao mesmo tempo deixou um aviso a todos os americanos. O discurso tamb\u00e9m foi muito realista em termos da compreens\u00e3o dos desafios pesados e complexos que Biden tem pela frente. Um outro elemento importante do discurso e do dia da cerim\u00f3nia de tomada de posse \u00e9, obviamente, a aus\u00eancia de Donald Trump. Stefan Grobe, Euronews - Muitos analistas acreditam que em termos de pol\u00edtica externa, a istra\u00e7\u00e3o Biden ir\u00e1 um vers\u00e3o Obama 3.0. Partilha essa vis\u00e3o? Alexandra de Hoop Scheffer, German Marshall Fund - De todo. Para mim, o que \u00e9 realmente relevante \u00e9 a forma como Biden enquadrou a pol\u00edtica externa, apelidando-a de pol\u00edtica externa para a classe m\u00e9dia europeia. Isso diz muito sobre a forma como ele vai articular, de forma cont\u00ednua, os compromissos internacionais dos EUA com o que representam para a classe m\u00e9dia dos EUA. N\u00e3o vamos ver uma istra\u00e7\u00e3o americana \u00e0 espera de imediatamente novos acordos comerciais. Vamos assistir a uma pol\u00edtica externa americana muito mais prudente, considerando sempre o impacto, o custo para a Am\u00e9rica em voltar a envolver-se numa organiza\u00e7\u00e3o multilateral ou em um novo acordo comercial. Stefan Grobe, Euronews - Em mat\u00e9ria de rela\u00e7\u00f5es transatl\u00e2nticas, \u00e9 dif\u00edcil imaginar que Biden volte ao ado, antes de Trump. Qual ser\u00e1 a agenda europeia de Biden? Alexandra de Hoop Scheffer, German Marshall Fund - Penso que Biden percebe que, em termos de prioridades internacionais, a Europa \u00e9 um parceiro indispens\u00e1vel. Quando consideramos as prioridades atuais de Biden - seja na crise da pandemia, na recupera\u00e7\u00e3o econ\u00f3mica, em mat\u00e9ria de altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas - vimo-lo uma ordem executiva para assinalar que os EUA est\u00e3o comprometidos com o Acordo clim\u00e1tico de Paris, o que \u00e9 uma decis\u00e3o significativa que satisfaz, naturalmente, os europeus. Mas em todas estas \u00e1reas pol\u00edticas-chave, os Europeus est\u00e3o no centro da agenda. O que vejo \u00e9 que a Europa se poder\u00e1 tornar num elemento pivot natural no design da pol\u00edtica externa dos EUA. Stefan Grobe, Euronews - Com o avan\u00e7o do \u0022Brexit\u0022 e com a sa\u00edda de Angela Merkel, quem ser\u00e1 o parceiro de Biden na Europa? Alexandra de Hoop Scheffer, German Marshall Fund - Penso que n\u00e3o existe uma resposta \u00fanica para essa pergunta. (...) Ser\u00e3o as rela\u00e7\u00f5es bilaterais. Haver\u00e1 um interesse dos EUA em lidar diretamente com Bruxelas, com as institui\u00e7\u00f5es europeias em tr\u00eas grandes quest\u00f5es que s\u00e3o priorit\u00e1rias para Biden. Primeira, altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, segunda, a pandemia de Covid-19 e a terceira, mat\u00e9rias digitais em que a Uni\u00e3o Europeia tem uma influ\u00eancia crescente. O sucesso de Joe Biden no palco mundial depende, em larga medida, de ser capaz de curar uma na\u00e7\u00e3o dividida na frente dom\u00e9stica. Isso poder\u00e1 depender de Donald Trump ficar longe da vista, politicamente falando. ", "dateCreated": "2021-01-22T14:18:47+01:00", "dateModified": "2021-01-24T16:02:28+01:00", "datePublished": "2021-01-22T17:27:05+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F05%2F30%2F90%2F28%2F1440x810_cmsv2_3c6c4dc0-e6e9-5953-a1dd-01b16b5083af-5309028.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Tomada de posse do novo presidente dos EUA est\u00e1 em destaque em mais uma edi\u00e7\u00e3o do programa \u0022Estado da Uni\u00e3o.\u0022", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F05%2F30%2F90%2F28%2F432x243_cmsv2_3c6c4dc0-e6e9-5953-a1dd-01b16b5083af-5309028.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "S\u00e9rie: a minha Europa", "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }

"Estado da União": Um sinal de alívio chamado Joe Biden?

"Estado da União": Um sinal de alívio chamado Joe Biden?
Direitos de autor MANDEL NGAN/AFP
Direitos de autor MANDEL NGAN/AFP
De Euronews
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Tomada de posse do novo presidente dos EUA está em destaque em mais uma edição do programa "Estado da União."

Os EUA têm, desde quarta-feira, um novo presidente e o mundo parece ter respirado de alívio, com uma renovada esperança. O assunto está em destaque em mais uma edição de "Estado da União."

Joe Biden, o substituto do polémico Donald Trump, lembrou que "a política não tem de ser um incêndio, que destrói tudo à sua agem." Estas palavras foram música para os ouvidos de muitos americanos, mas também entusiasmaram a classe política europeia.

A esse propósito, ninguém foi mais claro, direto e honesto do que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que afirmou: "Há muito que aguardamos por uma nova aurora nos EUA. A Europa está pronta para um recomeço com o nosso parceiro de mais antigo e de confiança."

A nova istração norte-americana, por outro lado, está preparada para os desafios que tem pela frente.

Durante a cerimónia de tomada de posse, Joe Biden falou diretamente para o mundo. Um gesto invulgar para um presidente no discurso inaugural. Depois de anos de irritação, desconfiança e confronto, Biden procurou demarcar-se do antecessor.

"A minha mensagem para todos os que se encontram além-fronteiras é: os EUA foram testados e nós corremos atrás. Vamos reparar as nossas alianças e envolver-nos novamente com o mundo. Não para responder aos desafios do ado, mas antes aos do hoje e do amanhã", sublinhou Biden.

Muita coisa está em jogo, para os EUA e para o mundo, mas o que é que podemos esperar? Onde está a Europa, no pensamento de Joe Biden?

O jornalista Stefan Grobe esteve à conversa sobre esta matéria com Alexandra de Hoop Scheffer, diretora da representação, em Paris, do think tank German Marshal Fund.

Stefan Grobe, Euronews - Esta foi uma tomada de posse como nenhuma outra, repleta de simbolismo político. Quais são as suas impressões?

Alexandra de Hoop Scheffer, German Marshall Fund - O discurso inaugural de Biden foi bastante poderoso, mas também muito ancorado no realismo. Foi um retrato e um entendimento muito realista do estado atual da América. Um retrato bastante realista das divisões entre os americanos. Quando Biden mencionou os riscos de uma guerra incivil, fez uma declaração bastante poderosa e ao mesmo tempo deixou um aviso a todos os americanos. O discurso também foi muito realista em termos da compreensão dos desafios pesados e complexos que Biden tem pela frente. Um outro elemento importante do discurso e do dia da cerimónia de tomada de posse é, obviamente, a ausência de Donald Trump.

Stefan Grobe, Euronews - Muitos analistas acreditam que em termos de política externa, a istração Biden irá um versão Obama 3.0. Partilha essa visão?

Alexandra de Hoop Scheffer, German Marshall Fund - De todo. Para mim, o que é realmente relevante é a forma como Biden enquadrou a política externa, apelidando-a de política externa para a classe média europeia. Isso diz muito sobre a forma como ele vai articular, de forma contínua, os compromissos internacionais dos EUA com o que representam para a classe média dos EUA. Não vamos ver uma istração americana à espera de imediatamente novos acordos comerciais. Vamos assistir a uma política externa americana muito mais prudente, considerando sempre o impacto, o custo para a América em voltar a envolver-se numa organização multilateral ou em um novo acordo comercial.

Stefan Grobe, Euronews - Em matéria de relações transatlânticas, é difícil imaginar que Biden volte ao ado, antes de Trump. Qual será a agenda europeia de Biden?

Alexandra de Hoop Scheffer, German Marshall Fund - Penso que Biden percebe que, em termos de prioridades internacionais, a Europa é um parceiro indispensável. Quando consideramos as prioridades atuais de Biden - seja na crise da pandemia, na recuperação económica, em matéria de alterações climáticas - vimo-lo uma ordem executiva para assinalar que os EUA estão comprometidos com o Acordo climático de Paris, o que é uma decisão significativa que satisfaz, naturalmente, os europeus. Mas em todas estas áreas políticas-chave, os Europeus estão no centro da agenda. O que vejo é que a Europa se poderá tornar num elemento pivot natural no design da política externa dos EUA.

Stefan Grobe, Euronews - Com o avanço do "Brexit" e com a saída de Angela Merkel, quem será o parceiro de Biden na Europa?

Alexandra de Hoop Scheffer, German Marshall Fund - Penso que não existe uma resposta única para essa pergunta. (...) Serão as relações bilaterais. Haverá um interesse dos EUA em lidar diretamente com Bruxelas, com as instituições europeias em três grandes questões que são prioritárias para Biden. Primeira, alterações climáticas, segunda, a pandemia de Covid-19 e a terceira, matérias digitais em que a União Europeia tem uma influência crescente.

O sucesso de Joe Biden no palco mundial depende, em larga medida, de ser capaz de curar uma nação dividida na frente doméstica. Isso poderá depender de Donald Trump ficar longe da vista, politicamente falando.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Estado da União: Greenpeace alerta para o desaparecimento de explorações agrícolas familiares na UE

Estado da União: As tentativas de Zelenskyy para angariar novos apoios

Estado da União: irá a nova Comissão manter os seus objetivos em matéria de política climática?