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Imigração em massa de médicos e enfermeiros na Bulgária

Imigração em massa de médicos e enfermeiros na Bulgária
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De Hans von der BrelieElza Gonçalves
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Nos últimos anos, registou-se uma saída massiva de profissionais da saúde da Bulgária, em busca de melhores salários no Oeste da Europa.

A Bulgária recebeu ajudas da União Europeia para melhorar as infraestuturas na área dos cuidados de saúde, mas, hoje, o principal problema do país é a falta de médicos e enfermeiros. Nos últimos anos, registou-se uma imigração massiva de profissionais da saúde búlgaros. Médicos e enfermeiros abandonam o país, em busca de melhores salários no Oeste da Europa. Nos próximos anos, o problema deverá agravar-se. Três em cada quatro estudantes de medicina na Bulgária consideram a possibilidade de deixar o país natal, para ir para a Alemanha, para a Áustria ou para os países escandinavos. "O problema essencial é a falta generalizada de pessoal médico e, em particular, nas urgências. É uma necessidade premente. Trabalhamos com menos de metade dos efetivos necessários", contou Kristina Mancheva, médica do serviço de urgências de um hospital de Sófia.

Alemanha tem 50 mil médicos estrangeiros

A população búlgara está a envelhecer e precisa, cada vez mais, de cuidados de saúde. A ONU estima que a Bulgária deverá perder 23% da população até 2050. O êxodo dos profissionais da área da saúde beneficia países como a Alemanha, onde trabalham atualmente 50 mil médicos estrangeiros. "Temos bons médicos na Bulgária. É uma pena perder essas pessoas. A minha mensagem para os médicos búlgaros no estrangeiro é: voltem para o país, voltem para a Bulgária", disse Kristina Mancheva.

O envelhecimento da população

Em Vidin, a região mais envelhecida da Bulgária, a cada ano que a há menos serviços e infraestruturas. Aumenta apenas o número de farmácias. A euronews falou com uma paciente búlgara que sobreviveu a um cancro. Após anos de tratamentos pesados, Tsvetelina Miloslavova ou a sofrer de um problema de saúde que exige fisioterapia semanal, mas, na região, não há fisioterapeutas suficientes. "Não há especialistas na Bulgária para esta doença e, mesmo os fisioterapeutas com a formação adequada e que podem aliviar as minhas dores dizem abertamente que há muito poucos fisioterapeutas nesta área", afirmou Tsvetelina Miloslavova.

A falta de médicos especialistas

Antes de aceitar um cargo de diretor numa clínica privada, em Vidin, Dantshko Kirashki trabalhou no hospital público da cidade, onde não há departamento de urologia nem de neurologia. O médico búlgaro de 64 anos afirma que a fuga de cérebros na área da saúde tem consequências dramáticas para a população. "É horrível. As consequências são horríveis porque não temos especialistas suficientes. Faltam-nos serviços essenciais. Os hospitais mais próximos daqui que posuem certas especialidades ficam a sessenta e a cem quilómetros. Quando os médicos começaram a sair em massa, éramos cerca de 300 em Vidin, agora restam 120", contou à euronews Dantshko Kirashki.

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Rumyana Todorova, médica búlgara a viver na Alemanhaeuronews

A imigração massiva dos médicos búlgaros

A euronews falou com Rumyana Todorova, uma médica búlgara que trabalha na Alemanha há cinco anos. A médica legista de 31 anos considera que o trabalho dos médicos não é devidamente reconhecido na Bulgária. "Os médicos não têm o reconhecimento que merecem na sociedade búlgara. Na altura, decidi que não queria expor-me a esse tipo de desprezo. Fazemos um esforço imenso, temos medo de perder o estímulo e a motivação face a um sistema de saúde doente onde não somos pagos como deve ser e por isso não somos respeitados", considerou Rumyana Todorova.

Dois mil médicos búlgaros trabalham atualmente na Alemanha. Para Velina Gergeltcheva, diretora do Departamento de Neurologia do Hospital Universitário de Sófia, a receita para curar o sistema de saúde búlgaro é simples: pagar mais aos médicos, investir em novas tecnologias e garantir perspetivas de carreira aos trabalhadores da saúde, em linha com o que se pratica no oeste da Europa. Velina Gergeltcheva não critica a livre circulação de médicos na União Europeia. "Penso que os jovens médicos, para serem bons especialistas, devem poder escolher se querem trabalhar aqui ou adquirir também experiências no estrangeiro. Eu própria trabalhei na Alemanha, em Munique, onde fiquei dois anos, e depois regressei", contou Velina Gergeltcheva.

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Velina Gergeltcheva, diretora do Departamento de Neurologia do Hospital Universitário de Sófiaeuronews

Fuga de médicos afeta vários países da UE

No final do ano ado, os trabalhadores búlgaros da área da saúde saíram à rua em protesto contra as condições de trabalho. Os manifestantes pediam um salário de 460 euros para os enfermeiros e pelo menos 600 euros para um médico em início de carreira. O governo prometeu investir cem milhões de euros no sistema de saúde, sobretudo para aumentar os salários.

Aos 25 anos, Alexander Farfarov quer ficar a trabalhar na Bulgária, como neurologista, mas luta por melhores condições. "O maior problema do sistema de saúde búlgaro é o facto de demasiados trabalhadores da saúde estarem a deixar o país para ir para o estrangeiro. O problema é bastante grave nas zonas rurais que têm de ser mais atrativas para os jovens, para que eles possam viver nessas regiões. Não é apenas a questão da saúde, é preciso infraestruturas para que as famílias se possam instalar nessas regiões", frisou o jovem neurologista do Hospital Universitário de Sófia.

A fuga de cérebros na área da saúde afeta vários Estados membros da União Europeia, em particular os países de Leste. Portugal enfrenta o mesmo problema. No ano ado, 4500 enfermeiros pediram o certificado de equivalência para exercer no estrangeiro, um um aumento de 64% face a 2018.

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