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Os combatentes ocidentais no norte da Síria

Os combatentes ocidentais no norte da Síria
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São cada vez mais os ocidentais que se juntam aos curdos sírios. Primeiro era para ajudar no combate ao "daesh". Agora, é na resistência à Turquia

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Várias centenas de cidadãos europeus e americanos têm-se aliado às milícias curdas da Síria, as Unidades de Proteção Popular conhecidas pela sigla YPG.

Viajaram primeiro para combater o “daesh” (o grupo terrorista autoproclamado Estado Islâmico ou ISIL). Agora, para combater a ofensiva da Turquia no norte da Síria.

A jornalista da euronews Gülsüm Alan destaca três casos: “Maxime, Hanna e William. Um é motorista de camiões, ela já foi modelo, William tem um restaurante.”

“O número de ocidentais a ir para a Síria combater contra o ‘daesh’ e agora, ao lado das forças curdas, contra a Turquia, está a aumentar. As unidades de Proteção Popular, as YPG, são consideradas por Ancara um grupo terrorista aliado do PKK. Neste contexto, a partida destes ocidentais está a começar a preocupar a União Europeia e em especial a Bélgica, vista como um polo destes combatentes e doutras pessoas acusadas de terrorismo nos países de origem”, explica-nos Gülsüm Alan.

O francês Maxime Barrat tem 28 anos. A primeira vez que viajou para a guerra na Síria foi no verão de 2015. Encontramo-lo na Bélgica e Maxime contou-nos que “Somos todos espetadores.”

“Todos os humanos são espetadores deste, como direi… deste massacre. Deixamos pessoas morrer sem fazermos nada. Disse para comigo, porque não ir para lá? É arriscado. É perigoso. Sobretudo o “daesh” é muito traiçoeiro. São muito dúbios no terreno. Podemos acordar às 07:00 horas da manhã e alguém pode fazer-se explodir com um colete suicida a dez metros de nós”, disse-nos Maxime.

São famosas as Unidades de Proteção de Mulheres, as brigadas curdas femininas designadas pela sigla YPJ. Nestes grupos de combatentes ocidentais também há mulheres. Como Hanna Bohman (foto no topo da página).

A canadiana também viajou a primeira vez para a Síria em 2015. Regressou no ano ado para combater o “daesh” e lutar pelos direitos das mulheres no Médio Oriente.

Agora, Hanna ajuda famílias de refugiados no Canadá. Não se arrepende de nada.

“Estou orgulhosa do que fiz, mas aqui no Canadá a bolha é tão espessa que as pessoas nem fazem ideia. Ninguém sabe o que eu fiz. Com a polícia não tenho problemas. Já me questionaram. Não há problema. A maior parte das pessoas nem sabe o que são as YPG por isso tenho que lhes explicar muitas coisas”, contou-nos a canadiana que colaborou com as YPG como “sniper”, uma francoatiradora.

As agências de informação têm vindo a acompanhar estes combatentes ocidentais na Síria e no Iraque. Alguns deles assumem mesmo o com a Interpol.

Enquanto isso, Bruxelas tem vindo a ser palco de alguns confrontos entre curdos e turcos. O último há um ano, a 30 de março, diante da embaixada turca na Bélgica. Muitas pessoas acabaram feridas.

Thomas Renard, do instituto Egmont, alega que as autoridades têm estado mais preocupadas com a ameaça “jihadista”, mas avisa: há um outro receio a crescer dentro de portas.

“No longo prazo, é claro que começa a existir preocupação, e até algum mal-estar, em relação ao perigo de se poder vir a importar para o seio da Europa o conflito entre a comunidade curda e a comunidade turca. Sobretudo em Bruxelas”, alerta.

As Unidades de Proteção Populares formam o braço armado do PYD, o Partido de União Democrática da Síria. Salih Muslim é um antigo líder deste partido dos curdos da Síria. Com um mandado de captura internacional emitido por Ancara, foi detido na República Checa, mas, em fevereiro, um tribunal decidiu liberta-lo.

Muslim alega que os combatentes ocidentais partilham uma missão com as forças curdas: “Estão a defender valores. Estão a partilhar esta missão contra o brutalidade, o extremismo, o ‘jihadismo’…”

Ruhi Açıkgöz representa em Bruxelas o AKP, o partido no poder na Turquia. Porta-voz do presidente Recep Tayyp Erdogan, Açıkgöz diz ser bastante claro que as YPG estão ligadas ao PKK e por isso têm ser vistas também como uma organização terrorista.

“Estes grupos são extensões diretas do grupo terrorista PKK, que é uma organização catalogada pela União Europeia, pela NATO e pelos Estados Unidos como terrorista. Se alguém está a cooperar com a extensão síria desta organização, está a cooperar de forma indireta com o PKK”, acusa Ruhi Açıkgöz.

Até agora, de acordo com algumas estimativas, cerca de 40 ocidentais já terão morrido nestes conflitos.

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