O pais será o 21º a aderir à zona euro, estando a adoção prevista para o início do próximo ano.
A Bulgária vai aderir à zona euro no início do próximo ano, depois de ter ultraado uma série de obstáculos económicos, ganhando a aprovação do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia esta quarta-feira.
"O relatório de hoje é um momento histórico para a Bulgária, para a zona euro e para a União Europeia", afirmou Valdis Dombrovskis, diretor-deral da Economia da UE.
Philip Lane, membro da Comissão Executiva do BCE, referiu: "Gostaria de felicitar a Bulgária pela sua enorme dedicação em efetuar os ajustamentos necessários".
Desde a sua adesão à UE em 2007, a Bulgária tem procurado mudar a sua moeda atual, o lev, para o euro - embora a inflação persistente e a agitação política tenham impedido o processo.
No ano ado, a adesão da Bulgária à zona euro foi adiada porque o país não conseguiu conter as pressões sobre os preços. Estas dispararam durante a crise energética na Europa, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, embora o IPC anual tenha arrefecido para 3,5% em abril, próximo do objetivo de 3% da UE.
O BCE e a Comissão estão agora satisfeitos com o cumprimento dos critérios económicos, nomeadamente no que se refere à dívida e ao défice públicos, à inflação, às taxas de juro e à taxa de câmbio.
A adesão da Bulgária deve agora ser aprovada pelos ministros das finanças da zona euro, esperando-se a luz verde final para 8 de julho.
O avanço desta quarta-feira ocorreu após uma onda de protestos na Bulgária contra a adoção do euro.
As campanhas de desinformação no país e no estrangeiro fizeram com que certos grupos receassem a mudança, nomeadamente com a ideia de que o euro irá agravar a pobreza e fomentar a inflação.
O presidente búlgaro, Rumen Radev, encorajou as vozes antieuro ao propor, no início do mês, um referendo sobre a moeda. A proposta foi rejeitada pela maioria pró-europeia do parlamento, que acusou Radev de agir a favor de Moscovo com a sua tentativa de última hora de sabotar a adoção do euro.
Os países que aderiram anteriormente à zona euro registaram picos de inflação modestos.
Mesmo assim, a adesão à zona euro também oferece uma série de benefícios, uma vez que reduz os custos dos empréstimos, atrai o investimento estrangeiro e facilita o comércio transfronteiriço. Uma posição na zona euro permitiria também à Bulgária ter uma maior influência sobre a trajetória da política monetária do BCE.
A Croácia foi o último país a aderir à zona euro, em 2023.