{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2023/02/22/faltam-pessoas-no-setor-dos-cuidados-continuados-na-europa" }, "headline": "Faltam pessoas no setor dos cuidados continuados na Europa", "description": "A melhoria dos sal\u00e1rios e das condi\u00e7\u00f5es de trabalho dos cuidadores, formais e informais, \u00e9 um dos grandes desafios da Uni\u00e3o Europeia.", "articleBody": "O envelhecimento da popula\u00e7\u00e3o acarreta uma necessidade crescente de pessoas na \u00e1rea dos cuidados continuados .\u00a0 Em Banska Chtiavnitza, no leste da Eslov\u00e1quia, foi criado um projeto-piloto comunit\u00e1rio para manter os idosos nas suas casas, durante o maior tempo poss\u00edvel.\u00a0 Lutzia\u00a0 Schneider \u00a0trabalha como cuidadora e tem a sorte de poder cuidar da sua av\u00f3 como parte das suas fun\u00e7\u00f5es di\u00e1rias.\u00a0 \u201cO meu trabalho \u00e9 ajudar a minha av\u00f3 na limpeza, nas compras, a tomar duche\u0022, disse\u00a0 Lutzia Schneider. A despesa p\u00fablica em cuidados profissionais de longa dura\u00e7\u00e3o \u00e9 baixa, na Europa. Representou 1,7% do PIB em 2019. Muitas vezes \u00e9 a pr\u00f3pria fam\u00edlia que cuida dos seus familiares idosos. Desde que perdeu o seu marido, Eva Lamperov\u00e1 vive sozinha, a pequena pens\u00e3o n\u00e3o lhe permite pagar todas as despesas, por isso recebe apoio financeiro da fam\u00edlia e o apoio domicili\u00e1rio fornecido pela neta.\u00a0 \u0022Fico contente quando ela vem almo\u00e7ar. Quando ela est\u00e1 aqui, sinto-me mais animada\u0022, contou\u00a0Eva Lamperov\u00e1 , pensionista. 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Estrat\u00e9gia europeia de presta\u00e7\u00e3o de cuidados Face ao contexto atual, a Uni\u00e3o Europeia adoptou uma estrat\u00e9gia para melhorar as condi\u00e7\u00f5es de trabalho dos prestadores de cuidados e permitir que as pessoas possam envelhecer com dignidade. \u0022Um dos maiores desafios \u00e9 o o a servi\u00e7os de cuidados de longa dura\u00e7\u00e3o. H\u00e1 muitas pessoas que n\u00e3o t\u00eam um o adequado a cuidados de longa dura\u00e7\u00e3o. Mas o elefante na sala \u00e9 a quest\u00e3o do pessoal e dos prestadores de cuidados. H\u00e1 cada vez mais necessidade de prestadores de cuidados na Europa, devido ao envelhecimento da popula\u00e7\u00e3o e h\u00e1 cada vez menos prestadores de cuidados. N\u00e3o temos jovens suficientes neste setor, o que \u00e9 bastante preocupante em rela\u00e7\u00e3o ao futuro, se nada for feito\u201d, frisou\u00a0 Ivailo Kalfin, diretor da Funda\u00e7\u00e3o Europeia para a Melhoria das Condi\u00e7\u00f5es de Vida e de Trabalho. 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Estes trabalhadores podem ser chamados a qualquer altura, t\u00eam de estar sempre dispon\u00edveis, e precisam de ter tempo para descansar, relaxar, antes de voltar ao trabalho\u0022, disse o respons\u00e1vel. Um trabalho feminino que n\u00e3o \u00e9 pago nem reconhecido Muitas pessoas cuidam dos seus familiares, na maioria mulheres, sem receber qualquer apoio. \u0022Os prestadores de cuidados informais, na maioria dos casos, s\u00e3o mulheres. As mulheres tendem a exercer fun\u00e7\u00f5es menos remuneradas, e a ter empregos prec\u00e1rios. \u00c9 um estigma que se mant\u00e9m h\u00e1 muitos anos. Muitas das pessoas que cuidam de idosos ou de pessoas com defici\u00eancia em casa. N\u00e3o podem trabalhar fora de casa. T\u00eam um rendimento muito baixo. Trabalham em casa e precisam de ter apoio do sistema social\u0022, sublinhou o especialista. 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Faltam pessoas no setor dos cuidados continuados na Europa

Em parceria comThe European Commission
Faltam pessoas no setor dos cuidados continuados na Europa
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De Fanny Gaureteuronews
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A melhoria dos salários e das condições de trabalho dos cuidadores, formais e informais, é um dos grandes desafios da União Europeia.

O envelhecimento da população acarreta uma necessidade crescente de pessoas na área dos cuidados continuados

Em Banska Chtiavnitza, no leste da Eslováquia, foi criado um projeto-piloto comunitário para manter os idosos nas suas casas, durante o maior tempo possível. Lutzia Schneider trabalha como cuidadora e tem a sorte de poder cuidar da sua avó como parte das suas funções diárias. “O meu trabalho é ajudar a minha avó na limpeza, nas compras, a tomar duche", disse Lutzia Schneider.

A despesa pública em cuidados profissionais de longa duração é baixa, na Europa. Representou 1,7% do PIB em 2019. Muitas vezes é a própria família que cuida dos seus familiares idosos.

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Eva Lamperová vive sozinha e é ajudada pela neta, cuidadora profissional.Euronews

Desde que perdeu o seu marido, Eva Lamperová vive sozinha, a pequena pensão não lhe permite pagar todas as despesas, por isso recebe apoio financeiro da família e o apoio domiciliário fornecido pela neta. "Fico contente quando ela vem almoçar. Quando ela está aqui, sinto-me mais animada", contou Eva Lamperová , pensionista.

As projeções mostram que na Eslováquia, o número de pessoas que necessitam de cuidados de longa duração vai aumentar em mais de 50% até 2070, o dobro do aumento médio da União Europeia. A procura de cuidados na Europa vai aumentar devido ao aumento a idade média da população.

90% dos cuidadores profissionais são mulheres

Seis milhões de pessoas trabalham no setor dos cuidados continuados. Vão ser precisos mais 1,6 milhões de trabalhadores até 2050. Atualmente, uma parte significativa dos cuidados é realizada de forma informal e não remunerada sobretudo por mulheres. 52 milhões de europeus prestam cuidados a pessoas sem remuneração nem reconhecimento. 

Cerca de 90% dos profissionais do setor são mulheres. As más condições de trabalho de remuneração são um problema recorrente. A Estratégia Europeia de Prestação de Cuidados incita os estados membros a investir mais em cuidados continuados, a criar novos empregos e a melhroar a qualidade e ibilidade dos cuidados. Até 2027, deverão ser investidos 6,7 mil milhões de euros em cuidados de saúde e cuidados de longa duração através do Fundo Social Europeu Plus (FSE+).

Mária Petrová vive sozinha e tem uma saúde frágil. Há um ano, inscreveu-se num centro de serviço social comunitário, apoiados pelo Fundo Social Europeu Plus*. A ambição do projeto é reunir os prestadores de serviços sociais e de saúde e os municípios para oferecer mais serviços aos idosos. Mária Petrová tem agora o a transporte e apoio domiciliário. "Preciso frequentemente de ir ao médico. O senhor Zorván leva-me ao hospital, espera por mim, e traz-me para casa", contou Mária Petrová.

Pavel Červienka gere o projeto no terreno em colaboração com os munícipios. "Tivemos a ideia de associar os municípios em microrregiões, para acumular mais fundos e ser capaz de prestar mais assistência. E para motivar as pessoas a começar a fazer trabalho social", explicou Pavel Červienka.

Para Alzbeta Zaušková, uma das assistentes sociais do projeto, trabalhar com idosos é uma vocação que deveria ser mais valorizada. "É um trabalho muito importante hoje em dia, deveria ser melhorado ao nível do tempo de trabalho e financeiramente", disse Alzbeta Zaušková.

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Ivailo Kalfin, diretor da Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalhoeuronews

Estratégia europeia de prestação de cuidados

Face ao contexto atual, a União Europeia adoptou uma estratégia para melhorar as condições de trabalho dos prestadores de cuidados e permitir que as pessoas possam envelhecer com dignidade.

"Um dos maiores desafios é o o a serviços de cuidados de longa duração. Há muitas pessoas que não têm um o adequado a cuidados de longa duração. Mas o elefante na sala é a questão do pessoal e dos prestadores de cuidados. Há cada vez mais necessidade de prestadores de cuidados na Europa, devido ao envelhecimento da população e há cada vez menos prestadores de cuidados. Não temos jovens suficientes neste setor, o que é bastante preocupante em relação ao futuro, se nada for feito”, frisou Ivailo Kalfin, diretor da Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho.

A melhoria dos salários e das condições de trabalho

A questão dos salários e das condições de trabalho são consideradas fundamentais para conseguir atrair mais pessoas para o setor dos cuidados de longa duração. "Obviamente é preciso falar dos salários porque os trabalhadores deste setor são mal pagos. Mas não se trata apenas dos salários. Há uma série de apoios adicionais que poderiam ser concedidos aos trabalhadores dos cuidados de saúde, por exemplo, apoio ao nível da saúde mental, porque são pessoas que trabalham em condições difíceis. A formação também é muito importante porque as evoluções tecnológicas pode ajudar, mas podem também ser um obstáculo. Por isso, é fundamental que essas pessoas se mantenham atualizadas. Estes trabalhadores podem ser chamados a qualquer altura, têm de estar sempre disponíveis, e precisam de ter tempo para descansar, relaxar, antes de voltar ao trabalho", disse o responsável.

Um trabalho feminino que não é pago nem reconhecido

Muitas pessoas cuidam dos seus familiares, na maioria mulheres, sem receber qualquer apoio.

"Os prestadores de cuidados informais, na maioria dos casos, são mulheres. As mulheres tendem a exercer funções menos remuneradas, e a ter empregos precários. É um estigma que se mantém há muitos anos. Muitas das pessoas que cuidam de idosos ou de pessoas com deficiência em casa. Não podem trabalhar fora de casa. Têm um rendimento muito baixo. Trabalham em casa e precisam de ter apoio do sistema social", sublinhou o especialista.

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