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A UE já entrou em recessão? A resposta não é fácil

Tem aumentadoi o défice da balança comercial da Ue com os seus parceiros
Tem aumentadoi o défice da balança comercial da Ue com os seus parceiros Direitos de autor Michael Probst/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Michael Probst/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
De Jorge LiboreiroIsabel Marques da Silva
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Os preços persistentemente elevados da energia têm alimentado uma inflação recorde, colocando muitas famílias e empresas sob uma pressão financeira insustentável.

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Todos na Europa estão a falar de uma coisa: recessão.

A ameaça de uma recessão iminente e profunda está a lançar uma sombra sobre todo o continente, com a guerra da Rússia contra a Ucrânia e a crise energética global a fundir-se numa tempestade perfeita.

Tradicionalmente, uma recessão tem sido definida como dois trimestres consecutivos de contração do Produto Interno Bruto (rqueza nacional produzida num ano). Mas à medida que as economias se tornam mais globalizadas e interligadas, a definição clássica tem-se revelado demasiado estreita e limitada.

O enfoque nas estatísticas do PIB oferece uma forma simples, rápida e fácil de anunciar recessões, diz Grégory Claeys, um membro sénior do centro de estudos Bruegel, em Bruxelas, mas o método é excessivamente "sistemático" e dependente de estimativas numéricas, que podem ser revistas numa fase posterior.

"É preciso tempo para anunicar uma recessão", disse Claeys à euronews, apontando outros fatores-chave que devem ser tomados em consideração, tais como a produção industrial, o emprego e o comércio.

De facto, os Estados Unidos registaram dois trimestres de declínio do PIB este ano, mas não caracterizaram oficialmente esse período como sendo de recessão. A razão? 

Outros aspetos da economia estavam a correr muito bem: o emprego aumentou, os salários cresceram e o investimento estrangeiro continuou a afluir para o país.

Europa em quadro misto

A União Europeia, que está geograficamente mais exposta aos efeitos da guerra da Ucrânia e à perturbação no mercado da energia, está a mostrar um quadro mais misto.

Por um lado, o emprego permanece saudável, a um nível sem precedentes. As vagas ainda estão disponíveis para candidatos e os salários têm aumentado a uma taxa acima da média.

Mas, por outro lado, estão a surgir sinais preocupantes.

Os preços persistentemente elevados da energia têm alimentado uma inflação recorde, colocando muitas famílias e empresas sob uma pressão financeira insustentável. As famílias enfrentam a perspetiva de pobreza energética quando chega o inverno, enquanto as empresas se esforçam por sobreviver e evitam a insolvência.

Custos energéticos invertem tendência da balança comercial

A nível internacional, a UE, há muito acostumada a excedentes comerciais confortáveis, está agora a lutar com um défice crescente, à medida que as importações de energia dispendiosas viram o saldo de pernas para o ar.

De janeiro a setembro, o bloco registou um défice comercial de 266,6 mil milhões de euros, em comparação com um excedente de 129,2 mil milhões de euros no mesmo período do ano ado.

Estas tendências preocupantes, associadas à incerteza sobre a guerra da Ucrânia, levaram as instituições financeiras e os economistas a concluirem que uma recessão à escala da UE é inevitável.

"Esta é uma crise muito invulgar, porque é impulsionada pela oferta. As recessões anteriores foram impulsionadas pela procura e tiveram problemas no mercado de trabalho", disse Claeys.

"É também diferente da crise da COVID-19, que sabíamos ser temporária porque acabaríamos por encontrar uma solução", disse, em alusão às vacinas.

"Esta crise tem a ver com a chantagem da Rússia sobre o fornecimento de energia. Vai ter um impato a longo prazo que vai forçar a UE a mudar o seu modelo de negócio e a pensar de forma mais estratégica. Não podemos comprar a nossa saída para esta crise".

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