{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2016/01/22/christiana-figueres-o-acordo-da-cop21-baseia-se-nos-interesses-nacionais" }, "headline": "Christiana Figueres: O acordo da COP21 \u0022baseia-se nos interesses nacionais\u0022", "description": "Christiana Figueres \u00e9 secret\u00e1ria-executiva da Conven\u00e7\u00e3o-Quadro das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre as Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas (UNFCCC) desde julho de 2010. Ap\u00f3s", "articleBody": "Christiana Figueres \u00e9 secret\u00e1ria-executiva da Conven\u00e7\u00e3o-Quadro das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre as Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas (UNFCCC) desde julho de 2010. Ap\u00f3s cinco cimeiras, a diplomata da Costa Rica arrancou, em Paris, um acordo hist\u00f3rico. A euronews entrevistou-a em Davos, na Su\u00ed\u00e7a. Isabelle Kumar, euronews: Christiana Figueres, obrigada por estar connosco. Porque pensa que o acordo sobre o clima vai funcionar? Christiana Figueres: Bem, porque se fundamenta em pilares muito fortes, que s\u00e3o os interesses nacionais. Temos 188 mudan\u00e7as clim\u00e1ticas produzidas por 188 pa\u00edses que analisam o que podem fazer face \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. Vamos avan\u00e7ar tendo por base as pr\u00f3prias perspetivas dos interesses nacionais. E isso, penso, \u00e9 uma base muito s\u00f3lida. euronews: E a implementa\u00e7\u00e3o? Conseguir o acordo foi dif\u00edcil, mas implement\u00e1-lo ser\u00e1 ainda mais. C. Figueres: Ser\u00e1 mais dif\u00edcil, sem d\u00favida. Evoquei as dificuldades sem minimiz\u00e1-las. Disse que a parte dif\u00edcil come\u00e7a agora. Mas, felizmente n\u00e3o partimos do zero. J\u00e1 h\u00e1 uma grande quantidade de iniciativas e a\u00e7\u00f5es em curso. Na verdade, a implementa\u00e7\u00e3o \u00e9, em parte, certificar-nos que tudo funciona e avan\u00e7a. Ent\u00e3o, a um n\u00edvel superior, \u00e9 alinhar a for\u00e7a e o \u00edmpeto da tecnologia, da finan\u00e7a e da pol\u00edtica, alinhar todos os aspetos, para avan\u00e7ar com a descarboniza\u00e7\u00e3o. euronews: Cada pa\u00eds \u00e9 livre de fixar os pr\u00f3prios objetivos. Como pode ter a certeza de que n\u00e3o fazem apenas o m\u00ednimo necess\u00e1rio? C. Figueres: Bom, sabemos em que ponto est\u00e3o. \u00c9 a linha de base. O importante \u00e9 saber para onde querem ir. E isso j\u00e1 foi estabelecido. Ser\u00e1 um processo cont\u00ednuo de melhorias, porque a cada cinco anos, ter\u00e3o de sentar-se \u00e0 mesa e mostrar aos outros o que fizeram e o que mais podem fazer. O mais importante \u00e9 a dire\u00e7\u00e3o escolhida. euronews: E quando n\u00e3o avan\u00e7am? C. Figueres: Quando n\u00e3o cumprem ficar\u00e3o sob elevada press\u00e3o dos restantes parceiros. Mas o mais importante \u00e9 que veem claramente os pr\u00f3prios interesses. \u00c9 do seu interesse o desenvolvimento nacional. H\u00e1 um interesse econ\u00f3mico mundial e nacional. H\u00e1, por isso, grandes incentivos, porque h\u00e1 cria\u00e7\u00e3o de empregos, haver\u00e1 a cria\u00e7\u00e3o de novas ind\u00fastrias, maior seguran\u00e7a energ\u00e9tico, melhores transportes, uma melhoria da sa\u00fade. H\u00e1 o alinhamento de um n\u00famero extraordin\u00e1rio de incentivos. Ban Ki-moon urges governments to ratify #ParisAgreement quickly https://t.co/fanbk5CNnC #COP21 #WEF16 pic.twitter.com/LHScFHZw2B\u2014 UN Climate Action (@UNFCCC) 22 janeiro 2016 euronews: Em rela\u00e7\u00e3o aos pre\u00e7os baixos do pretr\u00f3leo. V\u00e3o afetar a implementa\u00e7\u00e3o? O FMI tem receios. C. Figueres: Curiosamente, n\u00e3o afetou, talvez venha a afetar, mas para j\u00e1 n\u00e3o. O que fez at\u00e9 agora \u00e9 eliminar muitas explora\u00e7\u00f5es petrol\u00edferas muito caras e que teriam de modernizar-se. \u00c9 melhor terem-se afastado agora, porque dependiam de pre\u00e7os muito mais altos. Em definitivo, deve ser removido tudo o que \u00e9 caro, como a perfura\u00e7\u00e3o em \u00e1guas profundas, a perfura\u00e7\u00e3o do \u00c1rtico, o g\u00e1s \u00e1cido, tudo o que na realidade deve permanecer no solo, porque j\u00e1 n\u00e3o precisamos e porque s\u00e3o caros. Agora, acho que a ind\u00fastria energ\u00e9tica est\u00e1 a focar-se e a realinhar-se com os baixos custos do petr\u00f3leo, com as reservas de g\u00e1s, o que \u00e9, talvez, o melhor a fazer. euronews: Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s presidenciais norte-americanas. Sabemos que h\u00e1 candidatos presidenciais que n\u00e3o defendem essa linha. Est\u00e1 preocupada? C. Figueres: Penso que o p\u00fablico americano ser\u00e1 capaz de fazer a diferen\u00e7a. Sabe, \u00e9 muito triste que a quest\u00e3o se tenham tornado um tema partid\u00e1rio nos Estados Unidos, porque certamente n\u00e3o o \u00e9. Trata-se de competitividade econ\u00f3mica, que devia unir todos nos Estados Unidos. \u00c9 sobre \u201cqual \u00e9 o pa\u00eds que vai produzir a melhor energia renov\u00e1vel?\u201d N\u00e3o apenas nesse setor, mas tamb\u00e9m efici\u00eancia energ\u00e9tica, medi\u00e7\u00e3o inteligente. \u201cQual \u00e9 o pa\u00eds que vai fabricar a tecnologia do futuro?\u201d. \u201cSer\u00e1 que os Estados Unidos querem ficar atr\u00e1s da China em rela\u00e7\u00e3o ao futuro?\u201d Espero que n\u00e3o. Following #COP21, there is a new climate for doing business \u2013 great discussion at #WEF16 https://t.co/IwpQkYJmdC pic.twitter.com/HTlTmZjLSr\u2014 Christiana Figueres (@CFigueres) 22 janeiro 2016 Patr\u00edcia Cardoso (tradu\u00e7\u00e3o)", "dateCreated": "2016-01-22T17:30:03+01:00", "dateModified": "2016-01-22T17:30:03+01:00", "datePublished": "2016-01-22T17:30:03+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F322066%2F1440x810_322066.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Christiana Figueres \u00e9 secret\u00e1ria-executiva da Conven\u00e7\u00e3o-Quadro das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre as Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas (UNFCCC) desde julho de 2010. Ap\u00f3s", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F322066%2F432x243_322066.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Economia", "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Christiana Figueres: O acordo da COP21 "baseia-se nos interesses nacionais"

Christiana Figueres: O acordo da COP21 "baseia-se nos interesses nacionais"
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Christiana Figueres é secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC) desde julho de 2010. Após

PUBLICIDADE

Christiana Figueres é secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC) desde julho de 2010.
Após cinco cimeiras, a diplomata da Costa Rica arrancou, em Paris, um acordo histórico. A euronews entrevistou-a em Davos, na Suíça.

Isabelle Kumar, euronews: Christiana Figueres, obrigada por estar connosco. Porque pensa que o acordo sobre o clima vai funcionar?

Christiana Figueres: Bem, porque se fundamenta em pilares muito fortes, que são os interesses nacionais. Temos 188 mudanças climáticas produzidas por 188 países que analisam o que podem fazer face às alterações climáticas. Vamos avançar tendo por base as próprias perspetivas dos interesses nacionais. E isso, penso, é uma base muito sólida.

euronews: E a implementação? Conseguir o acordo foi difícil, mas implementá-lo será ainda mais.

C. Figueres: Será mais difícil, sem dúvida. Evoquei as dificuldades sem minimizá-las. Disse que a parte difícil começa agora. Mas, felizmente não partimos do zero. Já há uma grande quantidade de iniciativas e ações em curso. Na verdade, a implementação é, em parte, certificar-nos que tudo funciona e avança. Então, a um nível superior, é alinhar a força e o ímpeto da tecnologia, da finança e da política, alinhar todos os aspetos, para avançar com a descarbonização.

euronews: Cada país é livre de fixar os próprios objetivos. Como pode ter a certeza de que não fazem apenas o mínimo necessário?

C. Figueres: Bom, sabemos em que ponto estão. É a linha de base. O importante é saber para onde querem ir. E isso já foi estabelecido. Será um processo contínuo de melhorias, porque a cada cinco anos, terão de sentar-se à mesa e mostrar aos outros o que fizeram e o que mais podem fazer. O mais importante é a direção escolhida.

euronews: E quando não avançam?

C. Figueres: Quando não cumprem ficarão sob elevada pressão dos restantes parceiros. Mas o mais importante é que veem claramente os próprios interesses. É do seu interesse o desenvolvimento nacional. Há um interesse económico mundial e nacional. Há, por isso, grandes incentivos, porque há criação de empregos, haverá a criação de novas indústrias, maior segurança energético, melhores transportes, uma melhoria da saúde. Há o alinhamento de um número extraordinário de incentivos.

Ban Ki-moon urges governments to ratify #ParisAgreement quickly https://t.co/fanbk5CNnC#COP21#WEF16pic.twitter.com/LHScFHZw2B

— UN Climate Action (@UNFCCC) 22 janeiro 2016

euronews: Em relação aos preços baixos do pretróleo. Vão afetar a implementação? O FMI tem receios.

C. Figueres: Curiosamente, não afetou, talvez venha a afetar, mas para já não. O que fez até agora é eliminar muitas explorações petrolíferas muito caras e que teriam de modernizar-se. É melhor terem-se afastado agora, porque dependiam de preços muito mais altos. Em definitivo, deve ser removido tudo o que é caro, como a perfuração em águas profundas, a perfuração do Ártico, o gás ácido, tudo o que na realidade deve permanecer no solo, porque já não precisamos e porque são caros. Agora, acho que a indústria energética está a focar-se e a realinhar-se com os baixos custos do petróleo, com as reservas de gás, o que é, talvez, o melhor a fazer.

euronews: Em relação às presidenciais norte-americanas. Sabemos que há candidatos presidenciais que não defendem essa linha. Está preocupada?

C. Figueres: Penso que o público americano será capaz de fazer a diferença. Sabe, é muito triste que a questão se tenham tornado um tema partidário nos Estados Unidos, porque certamente não o é. Trata-se de competitividade económica, que devia unir todos nos Estados Unidos. É sobre “qual é o país que vai produzir a melhor energia renovável?” Não apenas nesse setor, mas também eficiência energética, medição inteligente. “Qual é o país que vai fabricar a tecnologia do futuro?”. “Será que os Estados Unidos querem ficar atrás da China em relação ao futuro?” Espero que não.

Following #COP21, there is a new climate for doing business – great discussion at #WEF16https://t.co/IwpQkYJmdCpic.twitter.com/HTlTmZjLSr

— Christiana Figueres (@CFigueres) 22 janeiro 2016

Patrícia Cardoso (tradução)

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

China diz que exportações para os EUA caíram a pique antes das negociações comerciais

BCE baixa as taxas pela oitava vez, com as tensões comerciais a ameaçarem o crescimento

Bulgária vai adotar o euro com luz verde do BCE e da Comissão Europeia