{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2015/02/17/braco-de-ferro-entre-grecia-e-eurogrupo-levado-ao-limite" }, "headline": "Bra\u00e7o-de-ferro entre Gr\u00e9cia e Eurogrupo levado ao limite", "description": "Bra\u00e7o-de-ferro entre Gr\u00e9cia e Eurogrupo levado ao limite", "articleBody": "A rejei\u00e7\u00e3o do governo de Atenas da proposta apresentada pelo Eurogrupo, esta segunda-feira, teve impacto negativo na bolsa, mas ainda n\u00e3o desanimou os cidad\u00e3os gregos.Os atenienses ouvidos pela euronews consideram que o governo do Syriza ainda est\u00e1 em posi\u00e7\u00e3o de for\u00e7a.\u201cDevemos apoiar o governo, est\u00e1 a trabalhar muito bem. N\u00e3o temos mais nada a perder. Temos que recuperar a nossa dignidade e o governo vai encontrar a solu\u00e7\u00e3o\u201d, disse um.\u201cEst\u00e1 tudo est\u00e1 aberto, mas n\u00e3o v\u00e3o permitir que a Gr\u00e9cia se tenha de voltar para a R\u00fassia ou para China. V\u00e3o dar um o atr\u00e1s\u201d, afirmou outro.\u201rovou-se que a Uni\u00e3o Europeia n\u00e3o muda. \u00c9 hostil para com os cidad\u00e3os. Os trabalhadores t\u00eam que ir para a rua e exigir os seus direitos\u201d, considerou um terceiro.O bra\u00e7o-de-ferro prende-se com o modelo para honrar o resgate da troika. Atenas quer um novo empr\u00e9stimo tempor\u00e1rio com outras condi\u00e7\u00f5es.J\u00e1 o Eurogrupo prop\u00f5e prolongar o atual pacote, que termina a 28 de fevereiro.De nacionalidade grega e membro do Syriza, um dos vice-presidentes do Parlamento Europeu, Dimitrios Papadimoulis, diz que \u201co governo grego n\u00e3o faz chantagem com ningu\u00e9m\u201d.\u201cEstamos \u00e0 procura de uma solu\u00e7\u00e3o boa para a Gr\u00e9cia, mas tamb\u00e9m para toda a zona euro. N\u00f3s fazemos chantagem, mas tamb\u00e9m n\u00e3o aceitamos que a fa\u00e7am conosco\u201d, acrescentou o eurodeputado.Apesar da sombra da bancarrota, o governo grego tem real\u00e7ado que n\u00e3o haver\u00e1 problemas de financiamento da banca nacional porque obteve essa garantia do Banco Central Europeu.Uma quest\u00e3o de sem\u00e2ntica e de detalhesO correspondente da euronews em Bruxelas, Olaf Bruns, entrevistou o economista Gregory Claeys, do centro de estudos Bruegel, sobre as perspetivas de entendimento entre as duas partes.Olaf Bruns/euronews (OB/euronews): \u201cDe um certo ponto de vista, pode ficar-se com a impress\u00e3o de que o governo grego se porta como um jogador de poker imprudente que n\u00e3o se d\u00e1 conta de como est\u00e1 a empurrar o pa\u00eds para o abismo. Mas, de outro ponto de vista, pode ficar-se com a impress\u00e3o de que a zona euro \u00e9 um monstro burocr\u00e1tico, impiedosamente disposto a sacrificar um pa\u00eds em nome de certos princ\u00edpios\u201d.Gregory Claeys/economista do Bruegel (GC/economista): \u201ode-se ficar com a impress\u00e3o de que o governo grego \u00e9 um pouco inexperiente, mas a verdade \u00e9 que foi eleito com o mandato claro de acabar com o programa da troika. Logo, as suas exig\u00eancias s\u00e3o claras e, de certo modo, justificadas. \u00c9 verdade que o Eurogrupo e os restantes parceiros europeus da Gr\u00e9cia implementaram, desde 2010, uma pol\u00edtica que foi, de facto, bastante contraproducente, j\u00e1 que subestimou o impacto negativo da austeridade\u201d.OB/euronews: \u201c\u00c9 conceb\u00edvel que Gr\u00e9cia e a zona euro estejam a exagerar no confronto para que o compromisso final seja melhor aceite?\u201dGC/economista: \u201c\u00c9 verdade que se pode pensar que exageraram um pouco, dando a impress\u00e3o de total confronto, de um clima negativo. Mas, se analisarmos os detalhes do que se est\u00e1 a discutir em concreto, at\u00e9 parece que est\u00e3o bastante pr\u00f3ximos\u201d.OB/euronews: \u201cOntem, a Gr\u00e9cia disse, resumidamente, que recusava o prolongamento do programa; enquanto que a zona euro disse que n\u00e3o pode haver mais negocia\u00e7\u00e3o sem antes se prolongar o programa. Qual \u00e9 a margem de manobra?\u201dGC/economista: \u201cUma das partes quer um empr\u00e9stimo tempor\u00e1rio, a outra quer estender o atual programa. No fim das contas n\u00e3o \u00e9 assim t\u00e3o diferente, mas os governantes gregos n\u00e3o podem regressar ao pa\u00eds e dizerem aos seus eleitores que aceitaram um programa que \u00e9 desprezado na Gr\u00e9cia! \u00c9, sobretudo, um problema de sem\u00e2ntica\u201d.OB/euronews: \u201cEstamos numa situa\u00e7\u00e3o de ultimato de curto-prazo: chegar a acordo at\u00e9 quarta-feira. Supondo que n\u00e3o haja compromisso, o que se vai ar com a Gr\u00e9cia?\u201dGC/economista: \u201cNo pr\u00f3ximo m\u00eas, a Gr\u00e9cia ter\u00e1 de pagar parte dos empr\u00e9stimos, pelo que existe um problema s\u00e9rio de calend\u00e1rio. No entanto, os \u00faltimos anos t\u00eam mostrado que sempre se obteve um compromisso, mesmo que tenha sido no \u00faltimo minuto\u201d.OB/euronews: \u201cMuito resumidamente, quais s\u00e3o as linhas gerais de um eventual compromisso que antev\u00ea?\u201dGC/economista: \u201enso que devem chegar a acordo em v\u00e1rios pontos. Em primeiro lugar, de que n\u00e3o vai ser perdoada a d\u00edvida. Em segundo, estabelecerem que as reformas se devem focar na luta contra a corrup\u00e7\u00e3o e contra a evas\u00e3o fiscal. Penso que este ponto nunca foi priorit\u00e1rio para os governos anteriores, mas \u00e9 para o Syriza. Deviam apostar nisso porque \u00e9 algo muito importante. E, em terceiro lugar, est\u00e3o as condi\u00e7\u00f5es de pagamento da d\u00edvida. Penso que \u00e9 poss\u00edvel estender um pouco a maturidade e reduzir a taxa de juros para que seja menos dolorosa no curto prazo para a Gr\u00e9cia\u201d.", "dateCreated": "2015-02-17T18:01:34+01:00", "dateModified": "2015-02-17T18:01:34+01:00", "datePublished": "2015-02-17T18:01:34+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F299710%2F1440x810_299710.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Bra\u00e7o-de-ferro entre Gr\u00e9cia e Eurogrupo levado ao limite", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F299710%2F432x243_299710.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Economia" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Braço-de-ferro entre Grécia e Eurogrupo levado ao limite

Braço-de-ferro entre Grécia e Eurogrupo levado ao limite
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
PUBLICIDADE

A rejeição do governo de Atenas da proposta apresentada pelo Eurogrupo, esta segunda-feira, teve impacto negativo na bolsa, mas ainda não desanimou os cidadãos gregos.

Os atenienses ouvidos pela euronews consideram que o governo do Syriza ainda está em posição de força.

“Devemos apoiar o governo, está a trabalhar muito bem. Não temos mais nada a perder. Temos que recuperar a nossa dignidade e o governo vai encontrar a solução”, disse um.

“Está tudo está aberto, mas não vão permitir que a Grécia se tenha de voltar para a Rússia ou para China. Vão dar um o atrás”, afirmou outro.

“Provou-se que a União Europeia não muda. É hostil para com os cidadãos. Os trabalhadores têm que ir para a rua e exigir os seus direitos”, considerou um terceiro.

O braço-de-ferro prende-se com o modelo para honrar o resgate da troika.

Atenas quer um novo empréstimo temporário com outras condições.

Já o Eurogrupo propõe prolongar o atual pacote, que termina a 28 de fevereiro.

De nacionalidade grega e membro do Syriza, um dos vice-presidentes do Parlamento Europeu, Dimitrios Papadimoulis, diz que “o governo grego não faz chantagem com ninguém”.

“Estamos à procura de uma solução boa para a Grécia, mas também para toda a zona euro. Nós fazemos chantagem, mas também não aceitamos que a façam conosco”, acrescentou o eurodeputado.

Apesar da sombra da bancarrota, o governo grego tem realçado que não haverá problemas de financiamento da banca nacional porque obteve essa garantia do Banco Central Europeu.

Uma questão de semântica e de detalhes

O correspondente da euronews em Bruxelas, Olaf Bruns, entrevistou o economista Gregory Claeys, do centro de estudos Bruegel, sobre as perspetivas de entendimento entre as duas partes.

Olaf Bruns/euronews (OB/euronews): “De um certo ponto de vista, pode ficar-se com a impressão de que o governo grego se porta como um jogador de poker imprudente que não se dá conta de como está a empurrar o país para o abismo. Mas, de outro ponto de vista, pode ficar-se com a impressão de que a zona euro é um monstro burocrático, impiedosamente disposto a sacrificar um país em nome de certos princípios”.

Gregory Claeys/economista do Bruegel (GC/economista): “Pode-se ficar com a impressão de que o governo grego é um pouco inexperiente, mas a verdade é que foi eleito com o mandato claro de acabar com o programa da troika. Logo, as suas exigências são claras e, de certo modo, justificadas. É verdade que o Eurogrupo e os restantes parceiros europeus da Grécia implementaram, desde 2010, uma política que foi, de facto, bastante contraproducente, já que subestimou o impacto negativo da austeridade”.

OB/euronews: “É concebível que Grécia e a zona euro estejam a exagerar no confronto para que o compromisso final seja melhor aceite?”

GC/economista: “É verdade que se pode pensar que exageraram um pouco, dando a impressão de total confronto, de um clima negativo. Mas, se analisarmos os detalhes do que se está a discutir em concreto, até parece que estão bastante próximos”.

OB/euronews: “Ontem, a Grécia disse, resumidamente, que recusava o prolongamento do programa; enquanto que a zona euro disse que não pode haver mais negociação sem antes se prolongar o programa. Qual é a margem de manobra?”

GC/economista: “Uma das partes quer um empréstimo temporário, a outra quer estender o atual programa. No fim das contas não é assim tão diferente, mas os governantes gregos não podem regressar ao país e dizerem aos seus eleitores que aceitaram um programa que é desprezado na Grécia! É, sobretudo, um problema de semântica”.

OB/euronews: “Estamos numa situação de ultimato de curto-prazo: chegar a acordo até quarta-feira. Supondo que não haja compromisso, o que se vai ar com a Grécia?”

GC/economista: “No próximo mês, a Grécia terá de pagar parte dos empréstimos, pelo que existe um problema sério de calendário. No entanto, os últimos anos têm mostrado que sempre se obteve um compromisso, mesmo que tenha sido no último minuto”.

OB/euronews: “Muito resumidamente, quais são as linhas gerais de um eventual compromisso que antevê?”

GC/economista: “Penso que devem chegar a acordo em vários pontos. Em primeiro lugar, de que não vai ser perdoada a dívida. Em segundo, estabelecerem que as reformas se devem focar na luta contra a corrupção e contra a evasão fiscal. Penso que este ponto nunca foi prioritário para os governos anteriores, mas é para o Syriza. Deviam apostar nisso porque é algo muito importante. E, em terceiro lugar, estão as condições de pagamento da dívida. Penso que é possível estender um pouco a maturidade e reduzir a taxa de juros para que seja menos dolorosa no curto prazo para a Grécia”.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Grécia e Eurogrupo sem solução à vista. Atenas tem até sexta-feira para aceitar proposta de extensão.

O abc da dívida grega

Bulgária vai adotar o euro com luz verde do BCE e da Comissão Europeia