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Rebeldes do M23 cometeram possíveis crimes de guerra na República Democrática do Congo

Antigos membros das Forças Armadas da República Democrática do Congo e agentes da polícia que alegadamente se renderam aos rebeldes do M23.
Antigos membros das Forças Armadas da República Democrática do Congo e agentes da polícia que alegadamente se renderam aos rebeldes do M23. Direitos de autor Copyright 2025 The Associated Press. All rights reserved
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De Clea Skopeliti
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A Amnistia Internacional fez estas acusações contra o grupo apoiado pelo Ruanda num novo relatório publicado esta terça-feira.

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A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional acusou os rebeldes M23, apoiados pelo Ruanda, de matar, torturar e fazer desaparecer à força civis detidos em duas cidades do leste da República Democrática do Congo (RDC).

A ONG fez estas afirmações numa nova investigação publicada na terça-feira.

A divulgação do relatório ocorre numa altura de grandes combates no leste do país, rico em minerais, com os rebeldes do M23 a tomar a maior cidade da região, Goma, em janeiro. Milhares de pessoas foram mortas e outras dezenas de milhares foram deslocadas.

Depois, em fevereiro, o M23 tomou Bukavu, a segunda maior cidade da região.

Entre fevereiro e abril, a Amnistia Internacional entrevistou 18 civis que disseram ter sido detidos pelo M23 em Goma e Bukavu.

Muitos dos detidos, todos homens, disseram que o grupo rebelde não lhes forneceu provas que sustentassem a alegação de que apoiam o exército ou o Governo congolês.

Tortura, assassínios e desaparecimentos

Nove dos homens entrevistados disseram ter sido torturados por combatentes do M13, enquanto oito pessoas disseram à Amnistia Internacional que viram outros detidos morrer na prisão, provavelmente devido a tortura e condições desumanas.

Dois dos entrevistados descreveram ter visto combatentes do grupo rebelde a matar dois detidos com martelos e a matar outro a tiro.

O relatório da Amnistia Internacional também diz que os combatentes do M23 recusavam frequentemente o o dos familiares aos detidos ou negavam que estes estivessem ali detidos o que, segundo a organização, equivale a desaparecimento forçado.

O grupo rebelde também obrigou as famílias a pagarem resgates consideráveis para libertarem os familiares.

Os ex-detidos entrevistados relataram que centenas de pessoas estavam em celas sobrelotadas e insalubres, sem comida, água ou saneamento.

"Era incrivelmente quente... As pessoas bebiam a urina umas das outras. Nos dias de chuva, podia-se beber água da chuva", disse um antigo detido, que acrescentou que havia apenas três casas de banho para centenas de pessoas.

"Os congoleses conhecem demasiado bem a crueldade do M23. Continuam a viver na miséria porque os atores internacionais tornaram-se complacentes. Esperam pacientemente por um acordo de paz, enquanto o M23 continua a maltratar os congoleses", diz Tigere Chagutah, diretor regional da Amnistia Internacional para a África Oriental e Austral.

A Amnistia Internacional exige que o grupo liberte imediatamente todos os civis e "ponha fim a estas práticas ilegais e brutais", acrescenta Chagutah.

"Estes atos violam o direito humanitário internacional e podem constituir crimes de guerra", declara a Amnistia Internacional em comunicado.

Execuções de crianças

O M23 é o mais poderoso dos cerca de 100 grupos armados que lutam pelo controlo do leste do país, que possui depósitos minerais fundamentais para grande parte da tecnologia mundial.

Segundo especialistas da ONU, estes grupos são apoiados por cerca de 4.000 soldados do vizinho Ruanda.

Depois de o M23 ter tomado Bukavu em fevereiro, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou ter a confirmação de "casos de execução sumária de crianças pelo M23 depois de (os rebeldes) terem entrado na cidade de Bukavu".

Türk disse que o seu gabinete também tinha conhecimento de haver crianças com armas neste conflito.

A ONU acusou tanto as forças governamentais congolesas como os rebeldes do M23 de recrutarem crianças-soldado e, em fevereiro, o Conselho de Direitos Humanos da ONU lançou uma investigação sobre as atrocidades cometidas por ambos os lados, incluindo violações e assassinatos.

Esta guerra, que dura há décadas, criou uma das piores crises humanitárias do mundo, deslocando mais de sete milhões de pessoas, incluindo 100.000 que fugiram das suas casas este ano.

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