{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2025/02/25/conflito-na-rdc-luxemburgo-adia-adocao-de-sancoes-da-ue-contra-o-ruanda" }, "headline": "Conflito na RDC: Luxemburgo adia ado\u00e7\u00e3o de san\u00e7\u00f5es da UE contra o Ruanda", "description": "Para surpresa de todos, o Luxemburgo bloqueou a ado\u00e7\u00e3o de san\u00e7\u00f5es contra Kigali. Os ministros europeus suspenderam as conversa\u00e7\u00f5es da UE com o Ruanda em mat\u00e9ria de defesa.", "articleBody": "Quase um m\u00eas ap\u00f3s a tomada da cidade congolesa de Goma pelos rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda segundo a ONU, a Rep\u00fablica Democr\u00e1tica do Congo (RDC) esteve na ordem do dia do Conselho dos Neg\u00f3cios Estrangeiros em Bruxelas.A resposta da UE, apresentada por Kaja Kallas, Alta Representante da Uni\u00e3o para os Neg\u00f3cios Estrangeiros e a Pol\u00edtica de Seguran\u00e7a, foi, no m\u00ednimo, t\u00edmida.\u0022A situa\u00e7\u00e3o \u00e9 muito grave e est\u00e1 \u00e0 beira de um conflito regional. A integridade territorial n\u00e3o \u00e9 negoci\u00e1vel, tanto no Congo como na Ucr\u00e2nia. A Carta das Na\u00e7\u00f5es Unidas tamb\u00e9m se aplica em todo o lado. Por conseguinte, apoiamos os processos de paz de Luanda e Nairobi para obter resultados por meios diplom\u00e1ticos\u0022, declarou Kaja Kallas numa confer\u00eancia de imprensa.\u0022As conversa\u00e7\u00f5es da UE com o Ruanda em mat\u00e9ria de defesa foram suspensas\u0022, anunciou.Os ministros dos Neg\u00f3cios Estrangeiros europeus est\u00e3o tamb\u00e9m a instar Kigali a retirar as suas tropas da RDC.O memorando de entendimento entre a UE e o Ruanda sobre cadeias de valor sustent\u00e1veis para mat\u00e9rias-primas, assinado em fevereiro de 2024, \u0022ser\u00e1 revisto\u0022, acrescentou Kaja Kallas.Veto do LuxemburgoPara surpresa geral, o Luxemburgo adiou a ado\u00e7\u00e3o de outras san\u00e7\u00f5es mais ambiciosas contra o Ruanda, devido ao seu envolvimento na escalada do conflito no Leste da RDC.As san\u00e7\u00f5es em cima da mesa, mas n\u00e3o adotadas, incluem san\u00e7\u00f5es individuais contra nove pessoas e uma entidade, e o congelamento de 20 milh\u00f5es de euros libertados pela UE em novembro ado ao abrigo do Mecanismo Europeu para a Paz (EPF) para financiar as for\u00e7as ruandesas na prov\u00edncia mo\u00e7ambicana de Cabo Delgado.Perante o choque provocado, o ministro luxemburgu\u00eas dos Neg\u00f3cios Estrangeiros retificou um pouco a situa\u00e7\u00e3o no dia seguinte.\u0022Esta semana, est\u00e3o a decorrer em Harare negocia\u00e7\u00f5es entre os ministros dos Neg\u00f3cios Estrangeiros africanos. E penso que \u00e9 importante, antes de querer tomar san\u00e7\u00f5es contra o Ruanda, esperar por este resultado, estes pr\u00f3ximos tr\u00eas ou quatro dias, para ver se estamos a ir na dire\u00e7\u00e3o certa. Mas, ao mesmo tempo, concordamos que devem ser adotadas novas san\u00e7\u00f5es para aumentar a press\u00e3o\u0022, declarou Xavier Bettel, ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros do Luxemburgo.Em suma, o Gr\u00e3o-Ducado gostaria que a UE n\u00e3o jogasse todas as cartas de uma s\u00f3 vez, a fim de manter alguma margem de manobra nas negocia\u00e7\u00f5es.No entanto, poder\u00e3o estar em causa outras quest\u00f5es.\u0022Dizem que o Luxemburgo est\u00e1 a ajudar a construir um centro financeiro em Kigali. Mas n\u00e3o sabemos bem porqu\u00ea, n\u00e3o sabemos bem porque \u00e9 que o Luxemburgo bloqueou (as san\u00e7\u00f5es)\u0022, disse Erik Kennes, investigador do Egmont Royal Institute for International Relations, \u00e0 Euronews.Em 2021, o Gr\u00e3o-Ducado assinou um acordo bilateral com o Ruanda para apoiar o desenvolvimento do centro financeiro internacional em Kigali.O investigador considera ainda que as medidas anunciadas pela UE s\u00e3o \u0022t\u00edmidas\u0022 e \u0022tardias\u0022.\u0022Quando falamos do memorando de entendimento, por exemplo, na realidade n\u00e3o foi implementado normalmente e deveria ser traduzido num roteiro. Mas o roteiro nunca se concretizou porque o Ruanda se recusou a cumprir os requisitos de transpar\u00eancia\u0022, afirma.\u0022\u00c9 um pouco dececionante\u0022, acrescenta.Congo LivreNa segunda-feira, realizou-se em Bruxelas uma manifesta\u00e7\u00e3o do grupo Free Congo para apelar \u00e0 ado\u00e7\u00e3o de san\u00e7\u00f5es contra Kigali.\u0022Tenho jovens no meu grupo que foram massacrados, com tiros na cabe\u00e7a, na cidade de Goma\u0022, disse Maddy Tiembe, presidente da AFEDE, \u00e0 Euronews.\u0022Queremos que o memorando de entendimento assinado entre a Uni\u00e3o Europeia e o Ruanda sobre os minerais que o Ruanda n\u00e3o possui seja completamente rasgado e deitado ao lixo\u0022, acrescenta Sonny Kabeya, membro da UDPS.As autoridades congolesas e as Na\u00e7\u00f5es Unidas acusaram o Ruanda de utilizar os rebeldes do movimento 23 de mar\u00e7o para pilhar os recursos minerais no Leste da RDC.Na semana ada, o Conselho de Seguran\u00e7a da ONU adotou uma resolu\u00e7\u00e3o que \u0022condena firmemente\u0022 a ofensiva conduzida pelo M23 na RDC com o apoio das For\u00e7as de Defesa do Ruanda.Numa resolu\u00e7\u00e3o aprovada a 13 de fevereiro, os eurodeputados pediram \u00e0 Comiss\u00e3o Europeia e ao Conselho que suspendessem \u0022o Memorando de Entendimento da UE sobre cadeias de valor sustent\u00e1veis de produtos de base com o Ruanda, at\u00e9 que este pa\u00eds cesse todas as interfer\u00eancias na RDC, incluindo a exporta\u00e7\u00e3o de minerais extra\u00eddos das \u00e1reas controladas pelo M23\u0022.De acordo com a ONU, os combates no Leste da RDC causaram milhares de mortos e deslocados.H\u00e1 v\u00e1rias d\u00e9cadas que numerosos grupos armados, muitas vezes apoiados por pot\u00eancias regionais, lutam pelo controlo de zonas ricas em mat\u00e9rias-primas.", "dateCreated": "2025-02-25T20:22:12+01:00", "dateModified": "2025-02-25T21:53:25+01:00", "datePublished": "2025-02-25T21:53:25+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F09%2F07%2F57%2F14%2F1440x810_cmsv2_19ac7830-f19f-5a13-a17b-913761855bb3-9075714.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Rebeldes do M23 de p\u00e9 com as suas armas em Kibumba, no leste da Rep\u00fablica Democr\u00e1tica do Congo, 23 de dezembro de 2022.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F09%2F07%2F57%2F14%2F432x243_cmsv2_19ac7830-f19f-5a13-a17b-913761855bb3-9075714.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Hess", "givenName": "Amandine", "name": "Amandine Hess", "url": "/perfis/2862", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Conflito na RDC: Luxemburgo adia adoção de sanções da UE contra o Ruanda

Rebeldes do M23 de pé com as suas armas em Kibumba, no leste da República Democrática do Congo, 23 de dezembro de 2022.
Rebeldes do M23 de pé com as suas armas em Kibumba, no leste da República Democrática do Congo, 23 de dezembro de 2022. Direitos de autor Moses Sawasawa/Copyright 2021 The AP. All rights reserved.
Direitos de autor Moses Sawasawa/Copyright 2021 The AP. All rights reserved.
De Amandine Hess
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Para surpresa de todos, o Luxemburgo bloqueou a adoção de sanções contra Kigali. Os ministros europeus suspenderam as conversações da UE com o Ruanda em matéria de defesa.

PUBLICIDADE

Quase um mês após a tomada da cidade congolesa de Goma pelos rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda segundo a ONU, a República Democrática do Congo (RDC) esteve na ordem do dia do Conselho dos Negócios Estrangeiros em Bruxelas.

A resposta da UE, apresentada por Kaja Kallas, Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, foi, no mínimo, tímida.

"A situação é muito grave e está à beira de um conflito regional. A integridade territorial não é negociável, tanto no Congo como na Ucrânia. A Carta das Nações Unidas também se aplica em todo o lado. Por conseguinte, apoiamos os processos de paz de Luanda e Nairobi para obter resultados por meios diplomáticos", declarou Kaja Kallas numa conferência de imprensa.

"As conversações da UE com o Ruanda em matéria de defesa foram suspensas", anunciou.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus estão também a instar Kigali a retirar as suas tropas da RDC.

O memorando de entendimento entre a UE e o Ruanda sobre cadeias de valor sustentáveis para matérias-primas, assinado em fevereiro de 2024, "será revisto", acrescentou Kaja Kallas.

Veto do Luxemburgo

Para surpresa geral, o Luxemburgo adiou a adoção de outras sanções mais ambiciosas contra o Ruanda, devido ao seu envolvimento na escalada do conflito no Leste da RDC.

As sanções em cima da mesa, mas não adotadas, incluem sanções individuais contra nove pessoas e uma entidade, e o congelamento de 20 milhões de euros libertados pela UE em novembro ado ao abrigo do Mecanismo Europeu para a Paz (EPF) para financiar as forças ruandesas na província moçambicana de Cabo Delgado.

Perante o choque provocado, o ministro luxemburguês dos Negócios Estrangeiros retificou um pouco a situação no dia seguinte.

"Esta semana, estão a decorrer em Harare negociações entre os ministros dos Negócios Estrangeiros africanos. E penso que é importante, antes de querer tomar sanções contra o Ruanda, esperar por este resultado, estes próximos três ou quatro dias, para ver se estamos a ir na direção certa. Mas, ao mesmo tempo, concordamos que devem ser adotadas novas sanções para aumentar a pressão", declarou Xavier Bettel, ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo.

Em suma, o Grão-Ducado gostaria que a UE não jogasse todas as cartas de uma só vez, a fim de manter alguma margem de manobra nas negociações.

No entanto, poderão estar em causa outras questões.

"Dizem que o Luxemburgo está a ajudar a construir um centro financeiro em Kigali. Mas não sabemos bem porquê, não sabemos bem porque é que o Luxemburgo bloqueou (as sanções)", disse Erik Kennes, investigador do Egmont Royal Institute for International Relations, à Euronews.

Em 2021, o Grão-Ducado assinou um acordo bilateral com o Ruanda para apoiar o desenvolvimento do centro financeiro internacional em Kigali.

O investigador considera ainda que as medidas anunciadas pela UE são "tímidas" e "tardias".

"Quando falamos do memorando de entendimento, por exemplo, na realidade não foi implementado normalmente e deveria ser traduzido num roteiro. Mas o roteiro nunca se concretizou porque o Ruanda se recusou a cumprir os requisitos de transparência", afirma.

"É um pouco dececionante", acrescenta.

Congo Livre

Na segunda-feira, realizou-se em Bruxelas uma manifestação do grupo Free Congo para apelar à adoção de sanções contra Kigali.

"Tenho jovens no meu grupo que foram massacrados, com tiros na cabeça, na cidade de Goma", disse Maddy Tiembe, presidente da AFEDE, à Euronews.

"Queremos que o memorando de entendimento assinado entre a União Europeia e o Ruanda sobre os minerais que o Ruanda não possui seja completamente rasgado e deitado ao lixo", acrescenta Sonny Kabeya, membro da UDPS.

As autoridades congolesas e as Nações Unidas acusaram o Ruanda de utilizar os rebeldes do movimento 23 de março para pilhar os recursos minerais no Leste da RDC.

Na semana ada, o Conselho de Segurança da ONU adotou uma resolução que "condena firmemente" a ofensiva conduzida pelo M23 na RDC com o apoio das Forças de Defesa do Ruanda.

Numa resolução aprovada a 13 de fevereiro, os eurodeputados pediram à Comissão Europeia e ao Conselho que suspendessem "o Memorando de Entendimento da UE sobre cadeias de valor sustentáveis de produtos de base com o Ruanda, até que este país cesse todas as interferências na RDC, incluindo a exportação de minerais extraídos das áreas controladas pelo M23".

De acordo com a ONU, os combates no Leste da RDC causaram milhares de mortos e deslocados.

Há várias décadas que numerosos grupos armados, muitas vezes apoiados por potências regionais, lutam pelo controlo de zonas ricas em matérias-primas.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Presidente do Burundi afirma que o Ruanda planeia incitar à guerra no seu país

Pelo menos 900 mortos enterrados em valas comuns na República Democrática do Congo

Candidatos presidenciais polacos Trzaskowski e Nawrocki realizam últimos comícios de campanha