Os aliados ocidentais já não estão a impor quaisquer restrições à utilização de armas de longo alcance entregues à Ucrânia por Kiev contra alvos militares russos, afirmou o chanceler alemão na segunda-feira.
Os aliados ocidentais deixaram de impor quaisquer restrições à utilização de armas de longo alcance entregues à Ucrânia contra alvos militares russos, disse o chanceler alemão Friedrich Merz na segunda-feira.
Merz salientou que as restrições não foram levantadas apenas para as armas alemãs.
"Já não existem quaisquer restrições ao alcance das armas entregues à Ucrânia, nem pelo Reino Unido, nem pela França, nem por nós. Também não há restrições por parte dos EUA", afirmou durante um fórum de discussão organizado pelo canal de televisão alemão WDR.
A Ucrânia pode agora "defender-se, por exemplo, atacando instalações militares na Rússia". "Até há pouco tempo, não o podia fazer e, salvo raras exceções, também não o tinha feito", explicou.
O chanceler alemão sublinhou que, enquanto Kiev utiliza as suas armas para atacar as infraestruturas militares russas, a Rússia continua a atacar alvos civis. "A Rússia ataca alvos civis de forma completamente impiedosa, bombardeando cidades, jardins de infância, hospitais e lares de idosos - a Ucrânia não faz isso."
Merz revelou ainda que esta foi uma das razões da sua visita a Kiev, juntamente com os líderes da França, Reino Unido e Polónia, a 10 de maio.
Durante a visita à capital ucraniana, o chanceler afirmou também que todas as futuras conversações sobre o fornecimento de armas à Ucrânia seriam mantidas confidenciais.
No ado, a Ucrânia recebeu mísseis de longo alcance dos EUA, do Reino Unido e da França, mas só foi autorizada a utilizá-los contra as forças militares russas nos territórios ucranianos ocupados.
Quanto a Berlim, antes de entrar em funções, Merz anunciou que iria cancelar a proibição do seu antecessor, Olaf Scholz, de entregar os mísseis de cruzeiro Taurus da Alemanha, capazes de atingir alvos a uma distância de 500 quilómetros.
"Ninguém nos pode censurar por não termos esgotado todos os meios diplomáticos à nossa disposição", disse na segunda-feira o chanceler alemão.
O levantamento das restrições à utilização de armas de longo alcance fará "a diferença decisiva na guerra da Ucrânia", explicou Merz, acrescentando que "um país que só pode opor-se a um atacante no seu próprio território não se está a defender adequadamente."