A operação envolveu seis buscas em Espanha, França e Portugal. As autoridades estimam que mais de 18.800 toneladas de resíduos foram transportadas ilegalmente destes dois últimos países para solo espanhol. Foram também efetuadas grandes transferências ilegais para países terceiros.
As autoridades espanholas desmantelaram uma rede criminosa dedicada ao tráfico ilegal de mais de 41.000 toneladas de resíduos plásticos que eram enviados para países terceiros, numa operação em que foram detidas cinco pessoas e investigadas outras 15, segundo informou esta terça-feira a Guarda Civil.
As autoridades informaram em comunicado que a operação envolveu seis buscas em Espanha, França e Portugal, estimando-se que mais de 18.800 toneladas de resíduos tenham sido transferidas ilegalmente para Espanha a partir destes dois últimos países. A origem da investigação remonta ao final de 2022, quando foi localizada uma lixeira ilegal na zona de Bierzo, na província espanhola de Leão.
À medida que a investigação avançava, os agentes descobriram que a maior parte dos resíduos eram resíduos de plástico relacionados com atividades agrícolas em França e Portugal. Os resíduos plásticos eram depois transportados por camiões portugueses para o aterro de Bierzo e para outras instalações clandestinas em La Bañeza (também em Leão) e no município valenciano de Alberic, segundo a Guarda Civil.
22.785 toneladas enviadas ilegalmente
Uma parte destes resíduos foi depois transportada ilegalmente para locais como a Índia, a Turquia, o Vietname, a Malásia, a Tailândia, Hong Kong, Paquistão, Reino Unido, Angola, Brasil, Marrocos e os Emirados Árabes Unidos. Segundo a Guarda Civil espanhola, o número total de transferências ilegais detetadas foi de 22.785 toneladas.
De acordo com a Guarda Civil, as pessoas sob investigação terão mantido os com várias empresas envolvidas na gestão de resíduos plásticos sediadas na província espanhola de Almeria. No total, foram efetuadas buscas em quatro empresas ligadas a outros 16 grupos empresariais, bem como em duas casas onde foram apreendidos documentos.
A investigação, levada a cabo pelo Serviço de Proteção da Natureza (Seprona) da Guarda Civil de Leão, foi conduzida sob a direção do Tribunal de Instrução n.º 1 de Ponferrada e da Procuradoria do Ambiente e Urbanismo de Ponferrada, na província de Leão.