Os procuradores afirmam que Anna Donelli explorou o seu papel religioso para ar mensagens entre um gangue e os seus associados na prisão. A freira tinha sido uma das vencedoras de um prémio cívico, em fevereiro deste ano.
Uma freira italiana, premiada no início deste ano pelo seu trabalho voluntário em estabelecimentos prisionais, foi detida por suspeita de ser intermediária da máfia.
Anna Donelli, de 57 anos, que trabalhou como conselheira em várias prisões em Brescia e nos seus arredores, no norte de Itália, foi detida na quinta-feira, segundo a imprensa italiana.
No âmbito de uma operação policial alargada, foram detidas mais 24 pessoas por crimes ligados à máfia, incluindo branqueamento de capitais, tráfico de droga e extorsão. Um dos detidos foi o antigo conselheiro do partido Irmãos de Itália da primeira-ministra Giorgia Meloni.
Numa conferência de imprensa realizada na quinta-feira, o procurador sco Prete afirmou que Donelli tinha atuado como intermediária na prisão para os membros do clã Tripodi, que fazem parte da 'Ndrangheta, uma poderosa organização criminosa sediada na região sul da Calábria.
"Transmitia ordens, diretivas, ajuda moral e material aos associados, recebendo, por sua vez, dos presos, informações úteis para melhor planear as estratégias criminosas", afirmou Prete.
Ao intercetar as suas comunicações, os investigadores ouviram Stefano Tripodi, o chefe do bando em Brescia, falar do papel de Donelli. "Ela é uma de nós", terá alegadamente dito.
Donelli, que costumava arbitrar jogos de futebol entre prisioneiros, tinha um amplo o à prisão devido ao seu papel religioso, de acordo com os procuradores.
Em fevereiro, a freira foi uma das vencedoras do "Panettone de Ouro", um prémio cívico atribuído em Milão.
Para além da detenção de 25 pessoas, a polícia apreendeu quase 2 milhões de euros durante uma série de rusgas.