O preço do café atingiu valores recorde em janeiro. Segundo o último relatório divulgado pela Organização Mundial do Café, o valor indicativo composto atingiu os 310,12 dólares (299 euros) por libra de produção (cerca de 453 gramas), um aumento de 3,5% face a dezembro e de 75,8% face a janeiro 2024.
As condições climatéricas adversas no Brasil e no Vietname provocaram uma quebra significativa da oferta de café. O Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, prevê uma menor colheita de café em 2025, o que fará com que os preços deste produto se mantenham altos no mercado internacional.
Segundo o último relatório divulgado pela Organização Mundial do Café (ICO, na sigla em inglês) o índice de preços composto do café, em janeiro de 2025, foi em média de 310,12 dólares (298,77 euros) por libra-peso (cerca de 453 gramas), mais 3,5% do que em dezembro e mais 75,8% do que em janeiro de 2024.
De acordo com fontes oficiais do Ministério da Agricultura brasileiro, o país espera colher 51,8 milhões de sacas de 60 quilos de café este ano, uma redução 600 mil sacas (-4,4%) face a 2024.
Os preços globais do café subiram para níveis que não se registavam desde a década de 1970, quando outra grande crise climática atingiu o Brasil.
O diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) disse à agência Lusa que ainda “é cedo para estimar com precisão o desempenho do setor este ano”, já que a colheita do café só começa em abril e que os desafios logísticos e climáticos podem impactar, ou não, a sua produção. E o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) acrescentou que os preços no mercado internacional “só devem recuar de facto em 2026, quando o Brasil obtiver uma colheita maior”.
Ainda de acordo com o relatório da ICO, a subida do preço do café continuou nas primeiras semanas de fevereiro. Na quinta-feira, o índice de preços composto chegou aos 375,34 dólares por libra produzida.
Para a Organização Mundial do Café, as ameaças face às tarifas aduaneiras prometidas pela nova istração Trump, também estão a levantar incerteza na economia mundial.
O comércio internacional poderá afetar o setor cafeeiro mundial, uma vez que algumas das principais origens, incluindo o Brasil, a Índia e a Indonésia, fazem parte da revisão atualmente em curso pelos EUA.
A América do Norte é atualmente o principal destino do café do Brasil, com 713.348 sacas de café importado no mês ado, seguindo-se a Alemanha (457.569), Itália (262.829), Japão (247.840) e Bélgica (206.283).