O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, reconheceu que a Rússia violou o direito internacional ao invadir a Ucrânia, mas culpou o Ocidente por ter empurrado a Ucrânia "para uma situação má".
O primeiro-ministro populista da Eslováquia, Robert Fico, afirmou que a Ucrânia não será convidada a aderir à NATO e que a Rússia não retirará as suas tropas da península ocupada da Crimeia ou de outras partes da Ucrânia, durante uma intervenção na Comissão Parlamentar para os Assuntos Europeus, na quarta-feira.
"A Ucrânia não será convidada a aderir à NATO. Vai perder um terço do seu território e terá forças militares estrangeiras", disse o primeiro-ministro eslovaco.
Fico reconheceu que a Rússia violou o direito internacional ao invadir a Ucrânia, mas culpou largamente o Ocidente por ter empurrado a Ucrânia "para uma situação má".
Fico fez estas observações antes da viagem a uma cimeira da UE e no mesmo dia em que o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy se reúne com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e com os líderes europeus em Bruxelas. As discussões têm como objetivo reforçar as defesas da Ucrânia contra as forças russas.
Estes comentários não são uma surpresa. Fico já tinha dito em outubro que não permitiria que a Ucrânia se tornasse membro da NATO enquanto fosse primeiro-ministro.
"Darei instruções aos deputados sob o meu controlo, na qualidade de presidente do partido (Smer, no poder), para que nunca concordem com a adesão da Ucrânia à NATO", declarou Fico numa entrevista à emissora STVR.
Robert Fico, conhecido pela sua posição pró-Rússia e pelas críticas às sanções impostas pela Ucrânia à Rússia, incluindo as que visam a Lukoil, foi reconduzido como primeiro-ministro da Eslováquia em 2023. Paralelamente, decidiu pôr termo à ajuda militar da Eslováquia à Ucrânia: "Consideramos a ajuda à Ucrânia apenas como ajuda humanitária e civil e não continuaremos a fornecer armas à Ucrânia", declarou.
Na sua opinião, "uma paragem imediata das operações militares é a melhor solução para a Ucrânia. A UE deve deixar de ser um fornecedor de armas e ar a ser um pacificador".
A Ucrânia considera que a adesão à NATO é a única "garantia real" para a sua segurança. Os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO aguardam o regresso de Donald Trump à presidência dos EUA para tomar uma decisão.